Ao pegar no último capítulo do livro de James Rachels recentemente publicado entre nós, Problemas da filosofia (Gradiva), li que a felicidade não tem uma relação directa com a riqueza e a posse de dinheiro. Já tinha lido esta tese com uma evidencia forte em Peter Singer , Como havemos de viver? (Dinalivro). Parece que há estudos que comprovam esta tese. De modo até muito intuitivo concordo com a tese (até porque a mesma me conforta quando tenho pouco dinheiro). Mas também li que alguém que acredita que a sua actividade tem valor tem mais possibilidade de ser feliz. Singer faz uma distinção útil entre valor intrínseco e valor extrínseco. Segundo esta distinção a riqueza material, o dinheiro só possui valor extrínseco, isto é, funciona como um meio para valores intrínsecos. De um modo mais claro, o dinheiro possibilita que alguém possa ajudar os menos favorecidos com acções humanitárias. Segundo ainda esta tese, só actividades com valor intrínseco são fortes no sentido de fazer alguém mais feliz. Mas será mesmo assim? Será que o dinheiro não tem valor intrínseco? Em que sentido uma acção como ajudar alguém a viver melhor faz alguém mais feliz do que ter dinheiro? Será que ter a acumular dinheiro não pode ser uma actividade com valor intrínseco, valor por si mesma? Por quê? Será que a posse de dinheiro não pode fazer a vida de alguém uma vida com sentido? O que pensa o leitor?
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