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terça-feira, 5 de maio de 2020
domingo, 10 de abril de 2011
Para que serve a filosofia da religião?
A filosofia da religião examina criticamente as crenças religiosas fundamentais: a crença de que Deus existe, de que há vida depois da morte, de que Deus sabe, mesmo antes de nascermos, o que iremos fazer, de que a existência do mal é de algum modo consistente com o amor de Deus pelas suas criaturas. Examinar criticamente uma crença religiosa envolve explicar a crença e examinar as razões que se tem apresentado a favor e contra a crença, tendo em vista determinar se há ou não qualquer justificação racional para afirmar que essa crença é verdadeira ou falsa. O nosso objectivo ao levar a cabo este exame não é persuadir ou convencer mas fornecer ao leitor um contacto com o tipo de razões que se tem apresentado a favor e contra determinadas crenças religiosas fundamentais. Ao examinar as crenças religiosas seria desonesto afirmar que as minhas próprias perspectivas acerca destas crenças, e das razões oferecidas a favor ou contra elas, não são visíveis no texto. Certamente que são. Mas tentei apresentar de um modo convincente e cogente as perspectivas de que discordo, como eventualmente fariam os seus mais robustos defensores. E a minha esperança é que o leitor trate os meus próprios juízos do mesmo modo que procurei tratar os juízos de outros: não como ideias para aceitar como verdadeiras, mas como ideias dignas de reflexão séria e exame cuidadoso. Ler com este espírito o livro é entregar-se à própria disciplina para a qual foi concebido como introdução; é filosofar acerca das questões fundamentais na religião.
Da introdução do livro
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Filosofia da religião
Finalmente já há capa e edição à vista para este que é um dos melhores livros introdutórios nesta área da filosofia que li. Vamos ficar muito bem servidos em língua portuguesa. A tradução é de Vítor Guerreiro.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Sobre os Milagres
David Hume deixou argumentos interessantes em relação aos milagres. Pela recente atribuição de um milagre ao Papa João Paulo II, lembrei-me desta passagem, que aqui só reproduzo uma pequena parte, de Simon Blackburn.
Hume retira uma conclusão famosa:
A consequência clara é (e é uma máxima geral que merece a nossa atenção) «Que nenhum testemunho é suficiente para estabelecer um milagre, a não ser que o testemunho seja tal que a sua falsidade seja mais milagrosa do que o facto que esse testemunho procura estabelecer; e mesmo nesse caso há uma destruição mútua de argumentos, e o superior só nos dá uma certeza adequada ao grau de força que fica depois de deduzido o grau de força do inferior.» Quando uma pessoa me diz que viu um morto voltar à vida pergunto-me imediatamente se a probabilidade de esta pessoa me estar a enganar ou de estar enganada será superior à probabilidade de ter realmente acontecido o que ela relata. Comparo a probabilidade dos milagres entre si; e de acordo com a superioridade que eu descobrir pronuncio a minha decisão, rejeitando sempre o maior milagre. Se a falsidade do seu testemunho for mais milagrosa do que o acontecimento que ele relata, então, e só então, pode ele pretender guiar a minha convicção ou opinião.
O argumento pode ser analisado de várias maneiras. É útil concebê-lo da seguinte maneira:
Suponha que alguém me fala de um acontecimento a, altamente surpreendente ou improvável. De facto, seja a um acontecimento tão improvável quanto se consiga imaginar. Assim, a minha justificação para a é que «esta pessoa diz que a aconteceu». Tenho agora uma escolha entre duas hipóteses no que respeita a esta questão:
1) Esta pessoa diz que a aconteceu. Mas a não aconteceu.
2) Esta pessoa diz que a aconteceu. E a aconteceu.
Ora, cada uma das alíneas anteriores contém um elemento surpreendente. A hipótese 1 contém uma surpresa: a pessoa disse uma falsidade. A hipótese 2 contém a surpresa de a ocorrer. Assim, tenho de pesar qual das duas é mais surpreendente ou improvável, rejeitando então «o maior milagre».
O problema, como Hume elegantemente faz notar, é que é muito comum os testemunhos serem falsos. Há casos óbvios de mentiras deliberadas. Há casos de ilusões. Há lapsos notórios de memória. Onde há transmissão de informação há erros: tradução e compreensão erradas, pessoas que tomam metáforas como se fossem verdades literais, e assim por diante. Logo, 1 não envolve o mesmo tipo de improbabilidade do que 2. A hipótese 2 implica um milagre: um acontecimento tão improvável quanto se possa imaginar. A hipótese 1 só implica o tipo de coisa que nós sabemos que acontece em qualquer caso: as pessoas enganam-se. Logo, a barreira «nenhum testemunho é suficiente para estabelecer um milagre, a não ser que o testemunho seja tal que a sua falsidade seja mais milagrosa do que o facto que esse testemunho procura estabelecer» é um obstáculo que qualquer testemunho tem uma enorme dificuldade em ultrapassar. E mesmo assim tudo o que ganhamos é uma espécie de confusão: ficamos sem saber em que devemos acreditar, de modo que a opção sábia é suspender o juízo.
De facto, Hume defende depois que jamais os indícios usados para estabelecer um sistema religioso estiveram perto de ultrapassar a barreira. Hume chama a atenção para várias coisas: os relatos de milagres têm tendência para ter origem em tempos e lugares remotos e bárbaros; ou para terem origem em pessoas cujas paixões estão inflamadas; ou em pessoas que têm interesse em vender uma história
Simon Blackburn, Pense, Gradiva
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Posso provar a existência de deus como provo a minha existência?
Se eu quiser provar a minha existência, que recursos tenho? Posso beliscar-me e, perante a sensação de dor, tentar provar que existo. Mas mesmo isto pode ser posto em causa. Posso, por exemplo, tal como no filme Matrix, estar sujeito a um mega programa que me criou a ilusão que senti dor quando me belisquei, quando nada disso aconteceu na realidade.
É verdade também que arranjamos alguns consensos, ainda que muito frágeis a maioria das vezes, para nos contentarmos com a vida. Os filósofos recorrem a consensos mais elaborados. O eu de Descartes é um desses consensos que tenta provar a minha existência.
E se queremos provar a existência de deus, que recursos temos? Um dos mecanismos de prova empírica mais recorridos é ainda demasiado improvável, que são os milagres. David Hume fez uma exposição interessante para desmontar a questão dos milagres nos Diálogos Sobre Religião Natural.
Será que os mesmos recursos que tenho para provar a minha existência servem para provar a existência de deus? Mas se são diferentes, o que é que faz com que consiga provar a minha existência mas não a de deus?
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Antony Flew
Título: Deus Existe
Autor: Antony Flew
Tradução: Carlos Marques
Edição: ALETHEIA Junho de 2010
O livro Deus Existe de Antony Flew (1923‐2010) é um registo fascinante de como o ateu mais reputado foi levado à convicção de que Deus existe. A narrativa é um testemunho eloquente da abertura de espírito, justeza e integridade intelectuais de Flew.
O livro Deus Existe de Antony Flew (1923‐2010) é um registo fascinante de como o ateu mais reputado foi levado à convicção de que Deus existe. A narrativa é um testemunho eloquente da abertura de espírito, justeza e integridade intelectuais de Flew.
«Tendo sido um reputado ateu com base na razão, (Flew) agora defende que, precisamente com base na razão, foi levado a concluir que Deus existe.»
João Carlos Espada, jornal i
«O seu ateísmo tornara‐se lendário – Theology and Falsification, de 1955, foi, segundo alguns, o artigo filosófico mais lido da segunda parte do século XX. Por isso, a sua conversão, em 2004, foi tão polémica. O livro que a explica (Deus Existe), foibest‐sell er e semeou um debate filosófico intenso. Flew, que tinha sido mais sensível aos argumentos científicos do que aos metafísicos, baseou a sua mudança nas descobertas recentes da cosmologia e da física.»
Nuno Crato, Expresso
«Filósofo britânico pertencente às escolas de pensamento analíticas e evidencialistas, evoluiude ateísta para deísta: existe um Deus que criou o universo, mas que não intervém nele.»
José Cutileiro, Expresso
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Porque é que há sociedades mais cultas que outras?
As imagens mostram a capa e índice de um livro que tenho aqui em casa do ensino secundário inglês. Trata-se de um livro preparado para adolescentes, um textbook. É certo que não tem imagens coloridas como os manuais portugueses. Mas fiz questão de passar no scanner o índice para que se veja o que os jovens andam a estudar em Inglaterra quando estudam filosofia e filosofia da religião. Se repararmos bem, os jovens ingleses discutem o problema da existência de deus. Se estudam o argumento do design inteligente, também estudam as objecções de David Hume a este argumento. Estudam o argumento ontológico, mas também estudam as objecções. E os nossos estudantes quando é que discutem estes problemas? O programa do secundário de filosofia tem um tema no 10º ano, de opção que se chama pomposamente : “Valores religiosos”. E à excepção de um ou outro manual que faz um trabalho mais sério, a esmagadora maioria dos estudantes vão aprender coisas tão profundas como saber distinguir entre o sagrado e o profano. Conclusão: os jovens estudantes em Portugal fazem o ensino todo sem algum dia terem, sequer, percebido que a coisa se pode discutir e argumentar usando uma faculdade muito humana, a razão. Deve ser isto que explica que a maioria das pessoas não sabe pura e simplesmente discutir religião, não sabe que o problema da existência de deus é um problema filosófico em aberto e que os filósofos desde sempre debateram estas coisas. Em contrapartida temos manuais cheios de fotos lindas e coloridas. Isto, do meu ponto de vista, é subestimar a inteligência dos nossos jovens. Já me faz lembrar aquela tese paternalista e muito na moda em Portugal que não devo ensinar os números e as letras ao meu filho senão ele quando chegar à escola se desinteressa pela escola. Pudera, um puto com a inteligência desenvolvida apercebe-se logo que a escola não lhe valerá de grande coisa para aprender.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Será que deus existe?
Sobre o autor
Nascido em 1932, Michael Martin é professor emérito na Universidade de Boston, e um dos mais conhecidos especialistas em filosofia da religião. Autor de inúmeros artigos nas revistas da especialidade, é também autor dos livros Atheism: A Philosophical Justification (1989), The Case Against Christianity (1991), Atheism, Morality, and Meaning (2002), The Impossibility of God (2003) e The Improbability of God (2006).
Índice
Autores
Prefácio
Glossário
Prefácio
Glossário
Introdução geral
- Parte I Enquadramento
- O Ateísmo na Antiguidade
Jan. N. Bremmer - O Ateísmo na História Moderna
Gavin Hyman - Ateísmo: Números e Padrões Contemporâneos
Phil ZuckermanParte II Alegações contra o Teísmo - Críticas Teístas do Ateísmo
William Lane Craig - O Insucesso dos Argumentos Teístas Clássicos
Richard M. Gale - Alguns Argumentos Teístas Contemporâneos
Keith Parsons - Naturalismo e Fisicismo
Evan Fales - Ateísmo e Evolução
Daniel C. Dennett - A Autonomia da Ética
David O. Brink - O Argumento do Mal
Andrea M. Weisberger - Argumentos Cosmológicos Kalam a Favor do Ateísmo
Quentin Smith - Argumentos da Impossibilidade
Patrick GrimmParte III Implicações - Ateísmo e Religião
Michael Martin - Feminismo e Ateísmo
Christine Overall - Ateísmo e Liberdade Religiosa
Steven G. Gey - Ateísmo, A/teologia e a Condição Pós-moderna
John D. Caputo - Teorias Antropológicas da Religião
Stewart E. Guthrie - Ateus: Um Perfil Psicológico
Benjamin Beit-Hallahmi
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Bom ano 2010
sábado, 12 de dezembro de 2009
Discutir a crença religiosa
Andamos a precisar da tradução de uma ou duas obras de filosofia da religião. Na minha biblioteca pessoal tenho umas 4 propostas. Duas são de carácter introdutório destinadas a um público fora da filosofia e duas outras são mais densas, mesmo que possam igualmente ser recomendadas ao público em geral. Uma dessas últimas é escrita por 4 autores, Michael Peterson, William Hasker, Bruce Reichenbach e David Basinger. É uma pequena enciclopédia dos problemas base relacionados com a filosofia da religião. Vale a pena clicar AQUI e aceder ao índice e é certamente uma aquisição recomendável, mesmo que implique maior esforço a leitura em língua inglesa.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Dados interessantes
Lê-se no blog de Stephen Law:
David Bourget and David Chalmers have released the results of the largest survey of professional philosophers ever conducted. Some interesting results:
72.8% atheism
14.6% theism
12.5% other
49.8% naturalism
25.8% non-naturalism (but not necessarily supernaturalism)
24.2% other
Of course, quite what any of this shows re the truth of any of these beliefs, if anything, can be debated....
David Bourget and David Chalmers have released the results of the largest survey of professional philosophers ever conducted. Some interesting results:
72.8% atheism
14.6% theism
12.5% other
49.8% naturalism
25.8% non-naturalism (but not necessarily supernaturalism)
24.2% other
Of course, quite what any of this shows re the truth of any of these beliefs, if anything, can be debated....
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
O problema do mal na existência de deus
Como tu foste livre para deixar que eu matasse a Abel quando estava na tua mão evitá-lo, bastaria que por um momento abandonasses a soberba da infalibilidade que partilhas com todos os outros deuses, bastaria que por um momento fosses realmente misericordioso.
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