Há uns anos que acompanho o trabalho do Marcelo nas redes sociais. O que escreve, as linhas orientadoras que segue para o ensino da filosofia, os materiais que partilha, têm sido uma motivação e inspiração. Soube pelas redes que publicou o seu livro sobre a maneira como olha o ensino da filosofia e a própria filosofia. É uma pena se não chegar a Portugal dado que deve ser o reflexo de todo o seu trabalho e visão do ensino da filosofia e do que ela representa. Recordo que o trabalho do Marcelo pode ser visto no seu canal de YouTube (ver aqui) e também no site onde disponibiliza muitos materiais bastante úteis a quem ensina e aprende filosofia. O site do autor está AQUI. (Edit: após uma pesquisa percebi que a livraria Travessa importa o livro e o preço nem sequer é muito elevado. Poderá ser encomendado AQUI. O meu já vem a caminho).
terça-feira, 26 de agosto de 2025
segunda-feira, 7 de agosto de 2023
Lógica em português
Foi com surpresa que soube desta publicação. Surpresa porque o autor é desconhecido para mim e é um colega professor de filosofia do ensino secundário. Apesar da obra seguir mais ou menos a proposta do ensino da lógica no ensino secundário é um estudo apenas destinado a professores e quem queira algum aprofundamento no conhecimento da lógica proposicional. Está muito bem escrito, com excelentes reflexões pessoais, com um modo de expor a filosofia bastante cuidadoso não descurando aquilo que se destina, ou seja, ao conhecimento técnico da aplicação da lógica ao raciocínio e ao raciocínio filosófico em especial, onde a lógica tem terreno fértil. Que me tenha apercebido só é vendido pela Amazon. Comprei-o na Amazon espanhola após ter visto um pouco do elenco que compõe este livro. E mesmo que o autor o apresente como uma introdução, pelo nível de rigor é já um estudo semiavançado, na minha opinião. Recomendo, pois, especialmente para professores que assim podem não apenas aprofundar conhecimentos, mas também recolher técnicas e exemplos bem úteis para tornar as aulas mais diversificadas. E daqui seguem os parabéns ao autor, pois não é de todo fácil um professor do secundário meter mãos à obra para trabalho desta envergadura.
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
Os livros do ano
Porque o tempo de um professor não é muito e prefiro elaborar a tradicional lista de discos do ano, a ser publicada aqui, fica aqui uma foto de alguns dos livros do ano. Uns são mais especiais que outros, como o Humanidade do Bregman que foi provavelmente o livro que mais me influenciou e transformou algo da minha visão dos outros e do mundo. Faltam ler uns dois, como o do Brennan que me chegou às mãos ao mesmo tempo que outros livros como o do Pinker que estou a terminar. E ainda faltam os livros que compro em formato digital. De todos destacaria o do A C Grayling que estou também a ler neste momento. Mas fica aqui a foto para lembrar alguns dos livros que fui lendo ao longo deste ano, mas sobretudo para lembrar que ler e pensar são atividades que nos faz bem e que não devemos abandonar. Boas festas a todos.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2021
João Carlos Silva, Vida examinada
Vale a pena assinalar a publicação de mais um livro de João Carlos Silva. Por várias razões que até se ligam, algumas, a este blog. Uma delas e a principal é que o João é professor de filosofia no ensino secundário. Ser professor no secundário e conseguir publicar mais de 500 páginas de filosofia é, caso raro. Tal só se explica de uma maneira: um grande amor à filosofia. Aliás, esse é um dos títulos de um dos seus 4 volumes de ensaios. Não é, de facto, coisa pouca. Senão vejamos:
2010, A natureza das coisas do ponto de vista do universo, 367 pp
2010, Também aqui moram os deuses, 269 pp
2015, Por um amor à sabedoria, investigações filosóficas sobre o todo e todas as coisas, 498 pp
2021, Vida Examinada, a responsabilidade moral do professor de filosofia e outros ensaios, 546 pp
Tudo bem somado dá a módica quantia de 1680 páginas impressas. Se a isto somarmos alguns textos de ocasião e artigos que vai publicando online e que não tiveram espaço nestes livros, rapidamente percebemos da capacidade do João para se dedicar à escrita. Não esquecendo que pelo meio o João publicou também alguns livros que não são de filosofia, pelo menos um.
O volume deste ano, publicado pela Lisbon International Press, reúne mais de 50 ensaios que percorrem várias áreas filosóficas que, penso poder afirmá-lo, correspondem aos interesses do autor. Assim, desde a eutanásia, existência de deus, epistemologia e ciência, política, etc.… intersectando áreas como cinema, história, questões pessoais, etc. muitos são os temas ali presentes e que podem ser lidos não na ordem apresentada no índice.
Bem, na verdade o João comete ocasionalmente esta maldade, a de nos roubar o tempo para ler a sua prosa que tem tanto de instruída como muitas vezes bem-humorada e surpreendente.
Quero aqui expressar de modo pessoal os meus parabéns ao João pelo trabalho que tem feito e o meu respeito pelo mesmo.
domingo, 11 de outubro de 2020
A. C. Grayling, Uma história da filosofia
O espaço deste blogue, que continua também a ser a obra de one man show, obviamente não consegue fazer a cobertura de todos os livros que vão, entretanto, saindo para o mercado. Ainda assim não queria deixar passar esta magnífica edição da muito interessante história da filosofia do filósofo inglês, A. C. Grayling, aqui numa tradução do sempre competente Desidério Murcho, já com uma extensa experiência no ramo da tradução de filosofia. Obviamente construir uma história levanta problemas da própria filosofia da história, problemas que o autor não esquece ao justificar cuidadosamente todas as escolhas feitas. São quase 700 páginas de história da filosofia, abarcando também a filosofia indiana e chinesa, além de contemplar um interessante capítulo de filosofia analítica e continental (na verdade são dois capítulos) no qual Grayling não se escusa de refletir sobre esta suposta divisão e também lhe dando um enquadramento que permite compreender não somente as origens de tais divisões, bem como essas divisões deixam de fazer qualquer sentido no mundo da filosofia.
O livro é bem concebido como objeto pois as quase 700 páginas não pesam muito nas mãos. Ainda comprei a edição em papel, muito embora cada vez mais vá optando pelas edições em versão eletrónica que as Edições 70, felizmente, já adotaram.
Num formato e estilo muitíssimo diferente da monumental história da filosofia do Kenny (também editada entre nós pela Gradiva), esta é uma obra que vale a pena ter, vale a pena descobrir e não deixa de ser uma ferramenta de estudo para quem quer que se dedique a descobrir mais deste universo de conhecimento que conta já com mais de 2500 anos de história.
domingo, 19 de julho de 2020
Filosofia da morte (e da vida)
domingo, 28 de junho de 2020
Filosofia da Morte e Existência de Deus, duas novidades editoriais
Este livro é uma introdução a alguns argumentos acerca do problema da existência de Deus. Interessa a professores do ensino secundário, mas também para quem gosta de saber pensar sobre este relevante problema e ultrapassar o limite básico da opinião. Serviu de base à apresentação que fiz no Telensino (2020) já que segue as Aprendizagens Essenciais. Os outros livros desta coleção são igualmente recomendáveis. Pode ser adquirido aqui.
Creio que este livro é praticamente o único existente em português e escrito por um português, Pedro Galvão, sobre as abordagens contemporâneas da filosofia da morte. Está escrito em diálogo que é uma das maneiras clássicas de se fazer filosofia e muito apreciada não somente por filósofos, mas pelo público não especializado. Para além disso, na minha opinião, Pedro Galvão é provavelmente a pessoa que melhor escreve filosofia atualmente em Portugal e com alguma visibilidade com trabalho já de algum alcance. Já agora, Galvão publicou também recentemente um livro de literatura fantástica que pode ser visto Aqui. É interessante apreciar como é que alguém que conhecemos pela escrita de filosofia e que, como referi, escreve muito bem sobre assuntos complexos, se sai na literatura.
A coleção da Gradiva, Filosofia Aberta, dirigida pelo professor Aires Almeida tem outros títulos que ainda aqui não destaquei, mas muito bons, como o recente livro de John Searle que até foi publicado primeiro com a tradução portuguesa do que no original em inglês. O livro é muito bom e é uma espécie de best of de Searle. Ver aqui.
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
Duas novidades em formato essencial
sábado, 14 de setembro de 2019
Mas eu sou aluno, que é que devo ler?
sexta-feira, 13 de setembro de 2019
Ensinar filosofia? Como? Duas leituras para começar...
sábado, 20 de julho de 2019
Democracia, conhecimento, liberdade e humanidades
sexta-feira, 12 de julho de 2019
sábado, 29 de junho de 2019
Leituras de verão
domingo, 10 de fevereiro de 2019
Fazer filosofia
Como modelo para a filosofia, a matemática básica é muito mais útil que o dicionário. Aquilo de que precisamos para raciocinar claramente não são ‹‹verdades por definição››, triviais, mas uma teoria forte, explicitamente articulada. A clareza não aspira a um padrão mítico de indubitabilidade. Ao invés, o propósito é tornar claramente visíveis os erros do nosso raciocínio, como o são na matemática. Se o leitor ouvir alguém negar o valor da clareza, pergunte-se por que razão poderá não desejar que os erros de raciocínio sobressaiam claramente.