sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Robert Rowland Smith, Uma viagem com Platão


Ainda que pareça um assunto lateral a este blog, a verdade é que os cortes anunciados em Portugal, fruto da austeridade também chegam a esta casa de forma violenta e não vou poder comprar todos os poucos livros interessantes de filosofia que saem para o mercado, mesmo com a esperança que ainda vá dando para aqueles que considero essenciais. Esta assinalável e curiosa edição será um dos volumes sacrificados, pelo que se alguém por aí por caridade queira ler e escrever sobre o livro, este blog é, como sempre o foi, um espaço aberto de divulgação. A edição é da Lua de Papel

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Filosoficamente com ideias


A chegar brevemente às livrarias, este é o novo excelente livro de Desidério Murcho que coloca a filosofia ao serviço de todos, directamente escrito em língua portuguesa. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

I Pad, I Phone, I Mac e.... I Platão


Confesso que não li este livro, ainda que alguns colegas e amigos me tenham falado que é interessante. Mas fica aqui a lembrança desta edição como um manifesto da admiração que mantenho por Steve Jobs, mesmo não sendo um adepto apaixonado pelos dispositivos da Apple. E circulam cá por casa alguns.

Argumentos dedutivos válidos com premissa falsa e conclusão verdadeira


Um dos fenómenos mais estranhos para quem se inicia nos testes de validade dedutiva dos argumentos é constatar que há argumentos dedutivos que são válidos tendo ao mesmo tempo premissa falsa e conclusão verdadeira. Deixo aqui um pequeno exemplo:
Platão era grego e Kant americano
Logo, Platão era grego
A premissa é uma conjunção e a tabela de verdade da conjunção indica que só é verdadeira se ambos os conjuntos forem verdadeiros. Sabemos que pelo menos um dos conjuntos é falso, pois Kant não era americano, mas alemão. Vale a pena fazer a demonstração com o inspector de circunstâncias.

Forma lógica:
P ˄ Q
Logo, P


P Q
P ˄ Q

P
V V
V F
F V
F F
V
F
F
F
V
V
F
F








Pelo inspector facilmente percebemos que em alguma circunstância, a premissa é verdadeira e a conclusão falsa, pelo que dedutivamente o argumento é válido. E aqui temos um argumento dedutivo válido que pode ter uma premissa falsa e uma conclusão verdadeira.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Michael Sandel, Justiça


Acaba de ser lançado em Portugal, pela Presença, o livro de Michael Sandel, Justiça. Pelo site da editora não consegui apurar quem traduz para português. Tem sido um livro de filosofia muito bem recebido pelo público em geral e espero que o mesmo se venha a passar em Portugal. Para abrir o apetite fica uma das palestras de Sandel, uma das muitas que deram origem ao livro. 


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Indicadores de premissas e conclusão


Numa aula um estudante, antecipando-se ao conteúdo da própria aula, colocou a dúvida de como perceber quando estamos perante uma conclusão ou uma premissa. A verdade é que nem sempre é fácil identificar premissas e conclusão num argumento, uma vez que muitas vezes o discurso é ambíguo. Com efeito é perfeitamente possível elaborar uma pequena lista funcional de indicadores tanto para premissas como conclusão. E é isso que fazemos a seguir, numa das muitas listas que resultaram de uma pesquisa no Google.


domingo, 2 de outubro de 2011

Validade dedutiva


É recorrente observar esta definição de validade dedutiva: o argumento dedutivo é válido quando as premissas forem verdadeiras e a conclusão também o for. Só que esta definição é incompleta ou mesmo errada. Senão vejamos o seguinte exemplo:

O Rolando Almeida é professor de física e as nuvens são cor-de-rosa
Logo, o Rolando Almeida é professor de física.

Como sabemos o Rolando Almeida é professor de filosofia e não de física e as nuvens não são cor-de-rosa. A premissa é falsa e a conclusão também e ainda assim o argumento é dedutivamente válido, apesar de não ser sólido.
Então como sabemos que o argumento é válido? Vamos imaginar um mundo possível em que o Rolando tenha estudado física e ensine física. Nesse mundo possível também é verdade que as nuvens até são cor-de-rosa. Ora, nesse mundo possível, a premissa é verdadeira. Será que sendo a premissa verdadeira é possível que a conclusão seja falsa? A resposta é obviamente não, pelo que o argumento, apesar de não ser um bom argumento, tem uma forma lógica dedutivamente válida.

Uma observação: com este exercício simples conseguimos também perceber a importância fundamental da imaginação para se fazer filosofia ou ciência, já que para raciocinar com consequência temos de supor aquilo que em filosofia chamamos muitas vezes de mundos possíveis.