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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Compreender porque há um problema com a liberdade de escolher
Nós, humanos, temos um cérebro. Não o compreendemos em grande parte, mas continuamos a investir muitos esforços para o compreender. De igual modo vivemos num planeta com árvores, outros seres vivos, pedras... e queremos compreender tudo isso. Achamos tudo isso necessário. E para isso criamos estudos desde a botânica, neurociências, geologia, biologia, física... e vivemos num imenso cosmos que também queremos compreender com a astronomia, que mistura matemática, física e, imagine-se, filosofia. Porque queremos compreender tudo isto implica uma resposta exigente e complexa. Mas à cabeça vem-nos logo algumas respostas: porque queremos compreender o mundo onde vivemos, queremos vencer obstáculos como doenças, fome, etc... e por isso também temos de estudar melhores maneiras de nos organizarmos. Daí que exista uma disciplina que questiona quais serão as maneiras mais adequadas, a que chamamos filosofia política. Mas não só a filosofia tenta compreender estes fenómenos. A sociologia também os quer compreender e a psicologia também os estuda. E tal como a astronomia é auxiliada pela matemática e física, também a filosofia política pode ser auxiliada pela história ou sociologia. Mas há casos em que a filosofia tem de ser auxiliada por outras ciências, como a física ou matemática ou estas mesmas disciplinas tem de ser auxiliadas pela filosofia. É esta razão que explica que as melhores universidades do mundo tenham bons departamentos de matemática e física, mas também de psicologia e filosofia. Todos sabemos que fazemos escolhas, mas saber porque as fazemos e se elas implicam a liberdade que intuitivamente pensamos que têm é em si um problema da filosofia, dado que é um problema que pode ser auxiliado pela experiência de alguma ciência, mas jamais pela experiência podemos considerar que somos livres ou não. Essa resposta, a existir, é do domínio da filosofia e a ela cabe responder ao problema central: se a ciência nos disser que não somos livres e que a nossa liberdade não passa de ilusão, então como justificar a responsabilidade moral? E é isto que os filósofos fazem com o problema, tentar compreender as implicações morais na incompatibilidade lógica de proposições como “tudo está determinado” e “somos livres”. Os filósofos não querem justificar que tudo está determinado. Pelo contrário querem é justificar como melhor adequar a responsabilidade moral se for verdade que tudo está determinado.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
O problema do livre-arbitrío, a resposta compatibilista
Este vídeo é excelente a explicar a resposta compatibilista ao problema do livre arbítrio, incluindo a experiência mental criada por Harry Frankfurt, com a qual pretende argumentar que podemos não ter possibilidades alternativas de escolha e ainda assim sermos livres, ao contrário do que pensavam os compatibilistas "clássicos".
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Qual a diferença entre determinismo moderado (compatibilismo) e libertismo?
A diferença explica-se pelo critério
da liberdade de escolha (condição do livre arbítrio)
Teoria
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Critério diferenciador
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Incompatibilista
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Libertismo
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Ausência de causalidade. O
determinismo causal não se aplica à nossa capacidade de escolha
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Compatibilista
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Determinismo
moderado
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Ausência de coação, mas não de
causalidade. As nossas ações estão causalmente determinadas, mas desde que
não exista coação, doença ou qualquer tipo de controlo artificial, ainda
assim temos capacidade de escolha.
|
domingo, 22 de novembro de 2015
Refutação do compatibilismo
Os compatibilistas defendem que
um agente é livre se desejar escolher B em vez de A ,o pode fazer. Mas acontece
que muitas vezes podemos estar impedidos de escolher B e ainda assim continuar
a ser livres. Por exemplo: João decide ficar fechado no quarto. Sem que o saiba
o seu pai fechou o quarto à chave. Ora ele está impedido de escolher B, mas
ainda assim não podemos afirmar que a sua ação não foi livre. Isto é, há um
constrangimento (condição compatibilista para justificar quando não há livre
arbítrio) e mesmo assim a sua ação foi livre. O que significa que a tese
compatibilista está errada ao afirmar que se há constrangimentos, então não
somos livres. Que acham desta objeção?
Roteiro de posições acerca do livre arbítrio
Um excelente
roteiro das posições incompatibilistas e compatibilistas. Para aprofundar o
estudo. Aceder clicando AQUI.
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
O que é o dilema de Hume?
O dilema de Hume é assim conhecido porque foi apresentado pelo
filósofo David Hume. Antes disso vamos tentar perceber o que é uma teoria
compatível. Por um lado temos a afirmação “há livre arbítrio”. Por outro, a
afirmação “somos livres”. Estas duas afirmações são consistentes se podem ser
as duas verdadeiras (ou as duas falsas, mas para já consideraremos apenas a
verdade). Por isso se diz que são compatíveis. Dito de outro modo, pode ser
verdade que exista livre arbítrio, ao mesmo tempo que é verdade que existe determinismo.
São inconsistentes se a verdade de uma condiciona (implica) a falsidade da
outra. Assim, se for verdade que o livre arbítrio existe, então o determinismo
é falso. Mas se o livre arbítrio for uma ilusão, isto é, falso, então segue-se
que o determinismo é verdadeiro. Em resumo, duas teorias são compatíveis se a
verdade de uma não exclui a verdade da outra. Se exclui, então são
incompatíveis.
Em relação ao problema do livre arbítrio, David Hume
apresenta um dilema que pressupõe que qualquer teoria incompatibilista não é
adequada para resolver o problema. O dilema é apresentado nestes termos:
Se o determinismo for verdadeiro, então aceitamos a
causalidade natural e nesse caso o livre arbítrio é uma ilusão. Mas se o
determinismo for falso, como explicar então as nossas escolhas? De onde
resultam? Parece que sem pressupor uma causalidade que possa explicar as razões
de uma escolha, essa escolha só pode resultar por mero acaso, isto é, só
compreendemos a liberdade se compreendemos as causas que a produz.
Em conclusão, segundo este dilema, quer o determinismo seja
verdadeiro, quer seja falso, parece que o livre arbítrio não existe. Como
resolver então este problema? Hume parece sugerir uma teoria compatibilista. Que
te parece?
Vamos então estudar uma teoria compatibilista, o determinismo
moderado.
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Filosofia da Ação e Problema do Livre Arbítrio
Vamos
começar a estudar Filosofia da Ação. Na filosofia da ação vamos primeiro analisar o problema de saber se todas as nossas ações se traduzem
ou não no interesse egoísta pessoal. De seguida analisaremos o que é o
determinismo causal, fazendo a distinção entre mero fatalismo. Isto
conduzir-nos-á ao problema do livre arbítrio que nos ocupará algumas aulas,
dependendo também da vossa reação às discussões propostas.
Para começar
a vislumbrar um pouco do problema nada melhor que fazer uma breve pesquisa
nestes links.
Link 1 (O que vamos estudar? Filosofia da ação e livre arbítrio)
Link 2 (Dilema do determinismo)
Link 3 (Argumentos a favor do libertismo)
Link 4 (2º teste de Filosofia 2014/15 - Organização)
Link 5 (Dicas para estudar para o teste de Filosofia da Acção)
Link 5 (Somos responsáveis pelo que fazemos?)
Link 6 (Libertismo)
Podes também iniciar o teu estudo sobre o problema do livre arbítrio visualizando este vídeo (legendado)
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
2º teste de Filosofia 2014/15 - Organização
No nosso segundo teste de filosofia são testados 2 tópicos da
matéria:
- Ação humana.
- O problema
do livre-arbítrio.
Relativamente ao primeiro tópico os conteúdos são mais ou
menos simples. Envolve os seguintes conceitos principais:
Ação, acontecimento, intenção, crenças, desejos.
Para rematar estudamos um pouco a teoria do egoísmo psicológico que defende que
todas as nossas ações são irremediavelmente egoístas e nada há mais a fazer.
Contrastamos com as objeções altruístas,
nomeadamente quando se referem a que o prazer obtido numa ação é consequência e
não a causa da ação. Há mais para explorar, mas aqui apenas apresento a
síntese.
Depois
disto, e já com algumas definições de conceitos operacionais, partimos para o problema do livre-arbítrio. Estudamos as
3 respostas mais básicas ao problema: determinismo radical
e libertismo
como respostas
incompatibilistas e determinismo
moderado como resposta compatibilista. Para qualquer uma
destas respostas estudamos os argumentos principais e as insuficiências que são
apontadas a cada uma das teorias.
Como estudar então?
Uma vez ultrapassada a dúvida inicial de como é um teste de
filosofia, estamos já na posição de pedir que se redija um pequeno ensaio* que manifeste a visão de cada um sobre
os problemas, mas que a mesma seja fundamentada e discutida com a informação
fornecida nas aulas. Assim, como tenho muitas vezes dito, os alunos que leram
alguma coisa do recomendado, acabam sempre por estar em vantagem em relação aos
restantes, já que adquiriram mais informação que os ajudará a compreender a
estruturar a sua posição.
*Ensaio é um texto escrito no qual se faz uma tentativa de
resposta ao problema, analisando os argumentos a favor e contra determinada
teoria
Textos para estudar:
A
teoria determinista moderada de David Hume, Elliot Sober
Compatibilismo,
Robert Kane
Compatibilismo,
W. T. Stace
Dois
argumentos a favor do determinismo radical, Elioot Sober
Roteiro
das posições acerca do livre-arbítrio, Elliot Sobor
Howard Kahane, Thinking About Basic Beliefs
O
problema do livre-arbítrio, Andrew Brook e Robert J. StaintonHoward Kahane, Thinking About Basic Beliefs
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Argumentos a favor do libertismo
“O Libertismo é a perspetiva de que pelo menos algumas das nossas ações são livres porque não estão causalmente determinadas. Segundo esta teoria, as escolhas humanas não estão constrangidas da mesma forma que outros acontecimentos do mundo. Uma bola de bilhar, quando é atingida por outra bola de bilhar, tem de se mover numa certa direção a uma certa velocidade. Não tem escolha. As leis causais determinam rigorosamente o que irá acontecer. Contudo, uma decisão humana não é assim. Neste preciso momento, o leitor pode decidir continuar a ler ou parar de ler. Pode fazer qualquer uma destas coisas e nada o faz escolher uma delas [ou seja, nada o obriga a escolher uma delas]. (…)Esta forma de pensar foi defendida por diversos filósofos e propuseram-se vários argumentos a seu favor.O argumento da experiência. Podemos começar com a ideia de que sabemos que somos livres porque cada um de nós apercebe-se imediatamente de ser livre cada vez que faz uma escolha consciente. Pense novamente no que está a fazer neste momento: ler uma página que está diante de si. Pode continuar a ler ou parar de ler. O que irá fazer? Pense na sensação que tem agora, enquanto pondera estas opções. Não sente constrangimentos. Nada o impede de seguir numa direção nem o força a fazê-lo. A decisão é sua. A experiência de liberdade, poder-se-á dizer, é a melhor prova que podemos ter. (…)O argumento da responsabilidade. O pressuposto de que temos livre-arbítrio está profundamente enraizado nas nossas formas habituais de pensar. Ao reagir a outras pessoas, não conseguimos deixar de as ver como autoras das suas ações. Consideramo-las responsáveis, censurando-as caso se tenham comportado mal e admirando-as caso se tenham comportado bem. Para que estas reações estejam justificadas, parece necessário que as pessoas tenham livre-arbítrio.Outros sentimentos humanos importantes também pressupõem o livre-arbítrio. Alguém que conquista uma vitória ou tem sucesso num exame pode sentir-se orgulhoso, enquanto alguém que desiste ou faz batota pode sentir-se envergonhado. Porém, se as nossas ações se devem sempre a fatores que não controlamos, os sentimentos de orgulho e de vergonha são infundados. Estes sentimentos são uma parte inescapável da vida humana. Assim, mais uma vez, parece inescapável que nos concebamos como livres.”
James Rachels, Problemas da
Filosofia, tradução de Pedro Galvão, Gradiva, Lisboa, 2009, pp.183-184 e
189-190.
No blog de Filosofia, Dúvida Metódica, os argumentos
são formalizados deste modo:
Podemos
resumir o argumento da experiência (por vezes designado argumento da
introspecção) deste modo:
Se inúmeras pessoas têm a experiência
ou sensação de ser livres, então a crença no livre-arbítrio é verdadeira.
Ora, inúmeras pessoas têm a experiência ou sensação de ser livres.
Logo, a crença no livre-arbítrio é verdadeira.
Ora, inúmeras pessoas têm a experiência ou sensação de ser livres.
Logo, a crença no livre-arbítrio é verdadeira.
Podemos
resumir o argumento da responsabilidade deste modo:
Se não existisse livre-arbítrio,
então não teria sentido responsabilizar as pessoas.
Mas tem sentido responsabilizar as pessoas.
Logo, existe livre-arbítrio.
Mas tem sentido responsabilizar as pessoas.
Logo, existe livre-arbítrio.
sábado, 23 de novembro de 2013
Dilema do determinismo
Podemos afirmar que a teoria do determinismo começa com
um dilema. Um dilema é quando estamos perante dois caminhos sem saber qual
devemos escolher. O dilema do livre-arbítrio pode apresentar-se da seguinte
forma:
Se o determinismo causal é verdadeiro, então não temos
livre-arbítrio.
Por outro lado, se o determinismo é falso, então as nossas
ações são aleatórias, consequência do acaso.
Mas se as nossas ações são aleatórias, então, não resultam
das nossas deliberações.
Logo, em qualquer dos casos, quer o determinismo seja
verdadeiro, quer seja falso, parece que não temos livre-arbítrio.
E agora?
Agora resta-nos estudar as 3 respostas ao problema e
analisá-las cuidadosamente.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Libertismo
Alguns alunos pensam que o libertismo defende que todas as ações são livres. Tal não é
verdade. Senão vejamos: estudaste já que a negação de uma proposição tem de inverter
o seu valor de verdade, ou seja, se a proposição a negar for falsa, a sua negação
é verdadeira e se a proposição a negar for verdadeira, a proposição negada é
falsa.
Agora vejamos o que defendem os deterministas radicais:
Todas as ações estão
determinadas
Se negássemos esta afirmação por “Nenhumas ações estão determinadas”, é fácil de ver que ambas podem
ser falsas ao mesmo tempo, pelo que a negação que os libertistas fazem do
determinismo radical não pode ser “nenhumas
ações são determinadas”, mas antes: “algumas
ações não são determinadas”. E é exatamente isto que defendem os
libertistas.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Determinismo radical no Sims
Na verdade nunca joguei o Sims, mas sabendo mais ou menos do
que que se trata, fiz uma analogia na aula entre o determinismo radical e o
jogo Sims. Se o determinismo radical for verdadeiro, comportamo-nos como se fossemos personagens do Sims que pensam que são livres, mas na verdade todas as suas
ações estão causalmente determinadas. Claro que não devemos de todo levar esta
analogia a sério, pois o determinismo que falamos no problema do livre arbítrio
é a causalidade científica.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Somos responsáveis pelo que fazemos?
Peter van Inwagen sobre o problema do livre arbítrio
Vale a pena ver este vídeo do filósofo Peter Van Inwagen
sobre o problema do livre arbítrio. Vimos em algumas aulas este vídeo. A
entrevista foi feita pelo professor Aires Almeida.
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