quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Relativismo

Pensas que o relativismo moral implica a tolerância? Se sim, como construir o argumento sem cair no próprio relativismo? Se não, como podes defender a tolerância? Será que a tolerância necessita de um argumento não relativista?

http://criticanarede.com/html/relativismo.html

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Vantagens de estudar filosofia

Stephen Law, no seu blog, resume muito bem os resultados deste estudo, que vale a pena espreitar já que coloca a formação em filosofia como das mais completas que se pode oferecer nas universidades: http://stephenlaw.blogspot.com/2010/12/verbal-vs-mathematical-aptitude-in.html

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Tomás Magalhães fala de FpC

PRÉMIO DE ENSAIO FILOSÓFICO DA SPF

PRÉMIO DE ENSAIO FILOSÓFICO DA SPF
2010



Estão abertas as candidaturas para a edição de 2010 do Prémio de Ensaio Filosófico da SPF. Este prémio é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Filosofia, que conta com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e que tem como objectivo eleger o melhor ensaio, redigido em língua portuguesa e submetido anonimamente a concurso, sobre uma questão considerada relevante numa determinada área da investigação filosófica. Nesta edição, a área seleccionada é a Filosofia da Percepção e a questão proposta é a seguinte: Pode a percepção justificar as nossas crenças acerca da realidade? O prémio terá um valor de 3.500 euros e o ensaio vencedor será depois publicado na Revista Portuguesa de Filosofia. O regulamento pode ser consultado no sítio da Sociedade Portuguesa de Filosofia, em http://www.spfil.pt. As candidaturas poderão ser apresentadas até ao dia 31 de Dezembro de 2010.








terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Livros que não vou ler

Não compro todos os livros que gosto. A razão é que não há tempo para os ler a todos e temos de seguir algum critério. Este é um dos livros que folheei hoje numa livraria mas que não comprei nem devo comprar. E fica sempre um vazio quando saem livros como este e eu decido não os levar para casa. Mas fica aqui a sugestão. 

domingo, 28 de novembro de 2010

Filosofia para gestores

A revista Exame, uma revista de negócios para executivos traz na última edição um artigo de lições de filosofia para gestores. Vamos ver o que sai daí, já que é pouco habitual entre nós este tipo de associações.




REFLEXÃO SOBRE PROFISSÃO DOCENTE (SER PROFESSOR, HOJE) FUNCIONÁRIO OU PEDAGOGO?

Eis uma opinião que vale o que vale e encontrei aqui: 



Sou da opinião de que devemos encontrar tempos e espaços para reflexão conjunta, para que se faça o caminhos juntos em cooperação e não cada um para seu lado. Sou adepto da Cooperação (e do sporting) e adversário da Competição Profissional. Afnal de contastrabalhamos juntos e era bom que confrontássemos pontos de vista. Desse confronto nascerá alguma LUZ e mesmo que a Luz se apague, fica o conhecimento mútuo (entre pares) e o prazer da reflexão, que, no meu entender, é o nossso espaço de liberdade enquanto Professores de Filofofia.
Somos Professores, mas mais do que isso, Professores de FILOSOFIA. Se não for possível exercermos a nossa autonomia reflexiva (já nem digo opinativa ou valorativa), pelo menos poderemos falar uns com os outros.
Pena que já não haja tempo para falarmos sobre Filosofia, Padagogia… sobre os nossos alunos, as Didáticas, enfim essas coisas que são a essência da nossa Profissão. Sem issovamos morrendo aos poucos… será a morte profissional e identitária do Professor de Filosofia. Morte lenta!
Em vez disso discutimos … aliás, tomamos conhecimento das normas, do que há a fazer, repetimos procedimentos, funcionamos à pressão, sob pressão, à pressa, sem tempo para pensar as coisas essenciais e corresponder ao que faz falta: ser  pedagogo! Ficamos pelo acessáorio, que a função administrativa nos obriga.
Dar opinião (fundamentada) e manter o espírito Crítico eram privilégios do Professor DE FILOSOFIA. Privilégios herdados de uma Formação científica. Sem isso pouco temos que nos caracterize ou especifique. Sem isso seremos meros repetidores. Perdemos a alma! Sem anima somos como todos os outros e até poderemos ser meros funcionários públicos (que somos) e lecionar outra Ciência qualquer. Para além de funcionários somos Profissionais da inteligência (racionalidade) e da reflexão. Ajudamos os jovens a pensar por si. Se o deixarmos de fazer nós próprios, o que poderemos fazer? Aliás, o que andamos nós a fazer?
Ser crítico nós sabemos o que é. Sabemos que se trata de construir. Aliás, descontruir para depois construir. Construir a nossa subjetividade. A tal sujectividade… digo, intersubjectividade, que Kant nos ensinou. Assim se constroi o filosofar!
Sem isso, somos nada!
A minha Formação como Orientador de Estágio (durante 8 anos com a Católica e com a Fac de Letras), a Acreditação cmo Formador da Formação Contínua (desde 1997), a experiência como Professor/Facilitador de Aprendizagens e a Investigação de que faço parte na Faculdade de Ciências dea Educação de Lisboa (Grupo de Estudos sobre Ética e Deontologia Docente), entre outras experiências internacionais, ensinaram-me o que é essencial nesta Profissão e o que deve caracterizar o Professor: profissional autónomo, reflexivo, Crítico e gestor de pessoas.
Não queria abdicar disto!
Isto é que dizem as investigações!
Isto é o que nos caracteriza como Funcionários da Educação.
Se perdermos isto, perdemos a identidade profissonal!
Atenção! Estamos a morrer, salvo, profissionalmente.
E isto aplica-se a todos os Professores, em particular aos Professores de Filosofia.
Estou cansado
Desculpem o longo desabafo!
Luís Manuel 

Novo livro de João Carlos Silva


"Uma obra filosófica composta por 860 pensamentos, máximas,
aforismos e reflexões relativamente independentes entre si, cujas
dimensões oscilam entre uma linha e várias páginas, e cujo
conteúdo, como é patente no título, aspira à condição de um
conjunto de verdades tendencialmente universais e objectivas
sobre a natureza das coisas quando estas são encaradas do ponto
de vista da eternidade, isto é, quando se tem sobre elas uma visão
suficientemente liberta dos vários condicionamentos que nos
impedem ou dificultam vê-las tal como são, quer se trate do
Homem, da Vida, do Universo, de Deus ou do tempo presente."

A maioria das pessoas não tem qualquer interesse real em
conhecer a verdade das coisas (mesmo que digam ou finjam o
contrário), como se pode constatar facilmente a partir da forma
como pensam e vivem as suas vidas. A atitude natural mais comum
entre os seres humanos relativamente às questões fundamentais,
ou bem que consiste em assumir inconscientemente tê-las
resolvido a priori, ou então em acreditar comodamente que não
têm solução, sem qualquer necessidade de uma justificação
racional e objectiva para o efeito, como se a verdade fosse uma
questão de gosto, opinião ou preferência pessoal, ou como se se
tratasse de uma escolha subjectiva que cada um livremente
pudesse fazer à medida dos seus desejos, interesses e necessidades,
e não objecto de uma descoberta racional e objectiva que
todos devem fazer, se quiserem realmente saber a verdade. É por
isso que questões como a da existência de Deus ou do sentido da
vida ficam assim sujeitas ao capricho arbitrário da subjectividade
pessoal, das crenças e opiniões particulares, preferindo uns acreditar
que sim e outros que não, uns numa coisa e outros noutra,
muitas vezes pelas mesmíssimas razões, porque dá jeito e é preciso
acreditar em alguma coisa que nos dê certezas e a segurança
ilusória de que sabemos muito bem quem somos, donde vimos,
para onde vamos e o que fazemos aqui. É claro que isto pode
resolver o problema subjectivo de acreditar ou não naquilo que nos
convém, mas não resolve o problema objectivo de saber qual é a
afinal a verdade das coisas.

Autor: João Carlos Silva
Editora: Chiado Editora
Mês de lançamento: Janeiro

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Emprego em filosofia

Para quem ainda procura emprego em filosofia, no ensino secundário público, ainda há AQUI uma oferta. 

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Edição para breve

Autores incluídos: Peter Singer, Tom Regan, Carl Cohen, Jan Narveson, J. Baird Callicott, James Rachels, Jeff McMahan.


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Será a greve o único recurso?

Ao contrário do que muitas pessoas hoje em dia pensam, a greve não é o único recurso possível para mostrar o desagrado ao poder político pelo contexto social. A desobediência civil é também um recurso, ainda que cada vez mais em desuso e muito mal interpretado pelos meios de comunicação social. Hoje em dia não falta bibliografia que informa as pessoas das vantagens e desvantagens da desobediência civil. Em língua portuguesa temos um verdadeiro tratado sobre a liberdade que é o Sobre a Liberdade de John Stuart Mill. Mas lembrei-me da ocasião de publicar aqui um excerto do capítulo do livro Elementos Básicos de Filosofia de Nigel Warburton, que mostra as vantagens e desvantagens da desobediência civil. Este livro tem uma edição recente e encontra-se facilmente em qualquer livraria.


Estudámos, até agora, as justificações para punir quem viola a lei. As razões para punir eram morais. Mas poderá alguma vez a violação da lei ser moralmente aceitável? Nesta secção, deito um olhar sobre um tipo particular de violação da lei que se justifica em termos morais: a desobediência civil.
            Algumas pessoas argumentam que a violação da lei nunca pode justificar-se: se não estamos satisfeitos com a lei devemos tentar mudá-la através dos meios legais, como as campanhas, a redacção de cartas, etc. Mas há muitos casos em que tais protestos legais são completamente inúteis. Há uma tradição de violação da lei em tais circunstâncias conhecida por desobediência civil. A ocasião para a desobediência civil emerge quando as pessoas descobrem que lhes é pedido que obedeçam a leis ou a políticas governamentais que consideram injustas.
            A desobediência civil trouxe mudanças importantes no direito e na governação. Um exemplo famoso é o movimento das sufragistas britânicas, que conseguiu publicitar o seu objectivo de dar o voto às mulheres através de uma campanha de desobediência civil pública que incluía o auto-acorrentamento das manifestantes. A emancipação limitada foi finalmente alcançada em 1918, quando foi permitido o voto às mulheres com mais de trinta anos, em parte devido ao impacto da Primeira Guerra Mundial. No entanto, o movimento das sufragistas desempenhou um papel significativo na mudança da lei injusta que impedia as mulheres de participar em eleições supostamente democráticas.
            Mahatma Gandi e Martin Luther King foram ambos defensores apaixonados da desobediência civil. Gandi influenciou decisivamente a independência indiana através do protesto ilegal não violento, que acabou por conduzir ao fim da soberania britânica na Índia; o desafio de Martin Luther King ao preconceito racial através de métodos análogos ajudou a garantir direitos civis básicos para os negros americanos nos Estados americanos do sul.
            Outro exemplo de desobediência civil está patente na recusa, por alguns americanos, de participar na Guerra do Vietname, apesar de serem requisitados pelo governo. Alguns americanos justificaram esta atitude afirmando acreditar que matar é moralmente errado, pensando por isso que era mais importante violar a lei do que lutar e possivelmente matar outros seres humanos. Outros havia que não objectavam a todas as guerras, mas sentiam que a guerra no Vietname era injusta e que sujeitava os civis a grandes riscos, sem nenhuma boa razão. A dimensão da oposição à guerra no Vietname acabou por conduzir os Estados Unidos à retirada. Sem dúvida que a violação pública da lei alimentou esta oposição.
            A desobediência civil corresponde a uma tradição de violação não violenta e pública da lei, concebida para chamar a atenção para leis ou políticas injustas. Os que agem nesta tradição de desobediência civil não violam a lei unicamente para seu benefício pessoal; fazem-no para chamar a atenção para uma lei injusta ou uma política moralmente objectável e para publicitar ao máximo a sua causa. Por isso é que estes protestos ocorrem habitualmente em lugares públicos, de preferência na presença de jornalistas, fotógrafos e câmaras de televisão. Por exemplo, um americano chamado para a guerra que deitasse fora a sua convocatória durante a Guerra do Vietname, escondendo-se de seguida do exército só por ter medo de ir para a guerra e por não querer morrer, não estaria a executar um acto de desobediência civil. Seria um acto de auto-preservação. Se agisse da mesma maneira, não por causa da sua segurança pessoal, mas por motivos morais, mas que no entanto o fizesse em segredo, não tornando público este caso de nenhuma forma, continuaria a não poder considerar-se um acto de desobediência civil. Pelo contrário, outro americano convocado para a guerra que queimasse a sua convocatória em público perante câmaras da televisão, comunicando ao mesmo tempo à imprensa as razões que o levavam a pensar que o envolvimento americano no Vietname era imoral, estaria a cometer um acto de desobediência civil.
            O objectivo da desobediência civil é, em última análise, mudar leis e políticas particulares e não arruinar completamente o Estado de Direito. Os que agem na tradição da desobediência civil evitam geralmente todos os tipos de violência, não apenas porque pode arruinar a sua causa ao encorajar a retaliação, conduzindo assim a um agravamento do conflito, mas sobretudo porque a sua justificação para violar a lei é moral, e a maior parte dos princípios morais só permite que se prejudique outras pessoas em situações extremas, tal como quando somos atacados e temos de nos defender.
            Os terroristas ou os combatentes pela liberdade (a maneira como lhes chamamos depende da simpatia que temos pelos seus objectivos), usam actos violentos com fins políticos. Tal como os que enveredam por actos de desobediência civil, também eles desejam mudar o estado de coisas existente, não para benefícios privados, mas para o bem geral, tal como este é por eles concebido; mas diferem nos métodos que estão preparados para usar para originar a mudança desejada.

sábado, 20 de novembro de 2010

Dia Mundial da Filosofia

Por ocasião do Dia Mundial da Filosofia, Aires Almeida publica aqui um texto que ao mesmo tempo que homenageia o colega Rui Daniel Cunha, apresenta um bom lote de boas ideias.

sábado, 6 de novembro de 2010

Thomas Mautner agora em Português

Já usava a edição original da Penguin do Dicionário de Filosofia de Thomas Mautner. Sempre o preferi ao do Simon Blackburne. Adquiri hoje a nova edição portuguesa das Edições 70. Tem a vantagem de ter mais alguns artigos da responsabilidade do editor luso, mais uns upgrades especialmente úteis para quem quer fazer trabalho académico. A encadernação é de luxo e vale bem o preço cobrado. Já tínhamos disponível uma boa edição do dicionário de Simon Blackburn, ainda que esteja quase esgotada no mercado. Uma boa e sugestiva ferramenta. Mais informações AQUI.

sábado, 23 de outubro de 2010

Teenagers

Um dos confortos maiores de viver na época em que vivo é a proliferação de estudos científicos que nos preparam melhor para compreender a realidade e o mundo. Pelo menos é preferível à explicação do pensamento mágico e religioso. Claro está que não temos tempo para acompanhar todos os estudos de todas as áreas e, ao passo que aqui há uns anos era preciso um bom filtro para saber quais os melhores livros para comprar, hoje em dia, no meio de muita trapalhada intelectual é muito fácil também encontrar livros que são resultado de estudos sérios e, melhor ainda, que aliam à seriedade do estudo, a preocupação em saber divulgá-los ao grande público. Não sei se estarei inteiramente certo se chamar a isto a democratização do saber. E é muito saboroso viver nesta liberdade. Só espero não estar enganado. Desde ontem que tenho estado ocupado com um livro que nada tem que ver com a filosofia, mas tem muito a ver com a faixa etária à qual ensino filosofia, os adolescentes. Teenagers, Uma história natural é o resultado de múltiplos estudos levados a efeito para compreender as idades dos teen, pelo inglês David Bainbridge. É um estudo de psicologia evolutiva aplicada a essa idade entre a infância e a idade adulta, um livro muito bem escrito e que discorre em todas as variantes que a nossa cultura pode abordar acerca desta idade, desde as condições emocionais até ao cérebro e a problemas relacionados com a espécie, como a questão sexual. Uma leitura saborosa, sem qualquer preconceito.  

Homenagem

Peguei no livro de Rui Daniel da Costa Cunha que o mesmo me ofereceu em tempo de sua vida e reli o cartão em fundo esverdeado que me enviou conjuntamente com o livro. Reproduzo aqui o que me escreveu o Rui e assim se percebe porque não perdemos as energias pois há sempre alguém que se nos faz próximos, mas que se ausenta.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma má opção de edição de Stuart Mill

Um destes dias dei conta neste post de uma tradução que apareceu no mercado de um livro de Stuart Mill. Hoje passei numa livraria e não queria acreditar na falta de profissionalismo com que se publicam livros, ainda por cima sob a chancela de um grande grupo editorial como a Leya. Isto é vender sem informar o leitor e a ausência de crítica pública de edições acaba por deixar espaço para este tipo de publicações. O título do livro em apreço aparece como Da Liberdade de Pensamento e de Expressão, de Stuart Mill. Não sei ainda se ao menos a tradução é boa, mas a edição começa por referir o original com o título, “Of the liberty of thought and discussion”. Para além disto não aparece qualquer outra referência, nem ano de edição, nem editora, népias. Trata-se de uma colecção com preços low cost, mas daí até descuidá-la omitindo informações relevantes, é um desrespeito. Por exemplo, esta edição não dá para uso académico.
Mas o mais interessante é que Stuart Mill não tem nenhum livro com este título. Na verdade este não é um livro de Stuart Mill, mas antes um capítulo do On Liberty de Stuart Mill.
Em conclusão, não me parece especialmente grave publicar somente um capítulo específico de um livro a um preço mais baixo, mas daí não se segue que faça passar um capítulo pelo livro inteiro e que se passe por cima do original sobre o qual se está a traduzir.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Rui Daniel Cunha

Há um fenómeno na minha vida que por certo não será alheio a milhares de pessoas. Na minha vida quotidiana tenho poucas oportunidades de discutir e partilhar filosofia. Ocasionalmente isso acontece com um colega ou outro de trabalho, mas de forma mais dispersa. Isto acontece por variadíssimas razões. Mas na internet, ao longo dos anos, fui formando um grupo de pessoas mais ou menos fixas e com as quais aprendo filosofia, troco textos, livros, traduções, opiniões, etc.. muitas dessas pessoas acabo a conhecê-las pessoalmente. Dado que eu vivo na ilha da Madeira nem sempre tenho oportunidade de me deslocar para conhecer pessoalmente estas pessoas. A internet tornou-se indispensável para mim pois é com ela que participo de uma autêntica rede virtual de pessoas que reúnem os mesmos interesses. O Rui Daniel Cunha era uma dessas pessoas. Soube pela Crítica que ele faleceu e é com muita pena minha que nunca lhe tivesse chegado a dar um aperto de mão, pois não sei agora como lhe agradecer a disponibilidade para a partilha que lhe reconheço. Devo-lhe alguma coisa e em razão disso registo aqui a minha homenagem a este colega da filosofia e amigo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Filosofia para Crianças

          



6º Workshop de Filosofia Prática:
A Arte de Questionar/Consulta Filosófica

¿

Prof. Dr. OSCAR BRENIFIER

Presidente do Institut de Pratiques Philosophiques, França (www.brenifier.com)
Consultor Filosófico e Formador de Filosofia Prática e Didáctica da Filosofia
Doutorado em Filosofia pela Sorbonne, Paris

4 e 5 de DEZEMBRO de 2010

Sábado e Domingo (09:30~19:30)

Programa
v  Práticas filosóficas 
v  Técnicas de questionamento filosófico
v  Teoria e prática da consulta filosófica

Destinatários
v  Aberto a todos os interessados na filosofia prática.
v    Número máximo de participantes: 20

Línguas de Trabalho
v  Português e Espanhol (tradução consecutiva, quando necessário)


(Nota: Será emitido um certificado de participação assinado pelo professor Oscar Brenifier)

Local de Realização
Instalações da LanguageCraft
R. Alexandre Herculano, 39, r/c Esq. 1250-009 Lisboa
Tel.: 21 315 33 96/7

Metro: Marquês de Pombal ou Rato


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

É a eutanásia moralmente aceitável?

Matthew Donnelly era um físico que trabalhou com raios X durante 30 anos. Talvez devido à exposição excessiva à radiação, contraiu cancro e perdeu parte da sua maxila, o lábio superior, o nariz, a mão esquerda e ainda dois dedos da mão direita. Além disso, ficou cego. Os médicos do Sr. Donnelly disseram-lhe que tinha cerca de um ano de vida, mas ele decidiu que não queria continuar a viver em tal estado. Sentia dores permanentes. Um cronista afirmou que «nos piores momentos, deitado na cama, de dentes cerrados, viam-se gotas de suor a correr-lhe pela fronte». Sabendo que ia morrer de qualquer das maneiras, e desejando escapar à sua desgraça, o Sr. Donnelly pediu aos seus três irmãos para o matarem. Dois recusaram, mas o último não. O irmão mais novo, Harold Donnelly, de 36 anos, levou para o hospital uma pistola de calibre 30 e matou Matthew.
     Isto é, infelizmente, uma história verdadeira, e levanta naturalmente a questão de saber se Harold Donnely fez mal. Por um lado, podemos pensar que foi motivado por sentimentos nobres; amava o irmão e apenas desejava libertá-lo do sofrimento. Além disso, Matthew pedira para morrer. Tudo isto clama por um juízo indulgente. No entanto, segundo a tradição moral dominante da nossa sociedade, o que Harold Donnelly fez é inaceitável.

James Rachels, Elementos de Filosofia Moral, Filosofia Aberta, Gradiva (Trad. F J Azevedo Gonçalves)

domingo, 10 de outubro de 2010

Afinar o post anterior

No post anterior afirmei que a negação de uma proposição inverte o seu valor de verdade. Mas, como muito bem me emendou Aires Almeida, tal não é verdade. E não é pois a negação de uma proposição não pode ser a mesma proposição mas com um valor de verdade diferente. Na verdade ao negar uma proposição ficamos com outra proposição diferente. A negação de uma proposição é, em síntese, uma outra proposição.
Por outro lado será também mais correcto afirmar que a negação de proposições é uma boa forma para aprender a refutar argumentos, mas não é estritamente necessária já que podemos refutar argumentos mostrando que os mesmos são inválidos, por exemplo. Agradeço estas precisões a Aires Almeida que as indicou na caixa de comentários do referido post.

sábado, 9 de outubro de 2010

Negar proposições

Por vezes em conversa com alguns professores de filosofia verifico que eles não dão qualquer importância a ensinar os seus alunos a negar proposições. Mas isso é um erro elementar no ensino da filosofia e por uma razão muito simples: é impossível ensinar a pensar sem ajudar os estudantes a refutar argumentos. Ora, para refutar argumentos é necessário saber fazer a negação de proposições, invertendo o seu valor de verdade. Assim, se a proposição de origem for verdadeira, a sua negação é falsa e vice versa. Até aqui nada de especial, não fosse o caso das intuições mais comuns relativas a alguns tipos de negações serem, em geral, erradas. Vejamos os dois casos mais comuns de erro, o das proposições universais e das condicionais.
A negação de uma universal afirmativa, é uma particular negativa. Assim, a negação de “Todos os portistas gostam de futebol” não é “Nenhum portista gosta de futebol”, mas “alguns portistas não gostam de futebol”. Recordo que negar uma proposição é alterar o seu valor de verdade.
A negação de uma condicional como “Se os portistas ganham, então são campeões” não é “Se os portistas não ganham não são campeões”, mas “os portistas ganham, mas não são campeões”. A negação de «Se P, Q» é sempre «P, mas não Q».
Podem parecer pormenores simples para quem está habituado a raciocinar, mas não são simples para estudantes de 15 anos que provavelmente nunca foram confrontados com a questão. 

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Stuart Mill de novo em português

Ao navegar nas livrarias on line descobri esta edição de Sobre a Liberdade de Stuart Mill, aqui intitulada Da Liberdade (D. Quixote, 2010). Não sei ainda da tradução, mas penso não ser a das edições 70 de Pedro Madeira. Provavelmente será uma tradução antiga que estava na Europa America. Se alguém souber entretanto, agradeço a notícia. 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Exame Nacional de Filosofia? Parte 563

Tem circulado pela net a informação do exame intermédio de filosofia do 10º ano. Em primeiro lugar temos de seguir em frente com calma. É infelizmente normal que o Ministério da Educação invente para depois, logo a seguir, desinventar. É sempre assim. Mas parece-me correcta a reposição do exame nacional de filosofia e é uma notícia eu acolho com agrado. Isto se for verdade que o exame nacional de filosofia vai ser reposto. Por outro lado pode ser sempre uma opção estratégica do ME já que todos os alunos dos cursos gerais tem filosofia como disciplina curricular obrigatória e isso permitirá seleccionar os alunos na entrada da universidade com menos exames. Nunca se sabe o que se passa na cabeça do polvo!




Indicações acerca do teste intermédio de Filosofia do 10º

sábado, 2 de outubro de 2010

Filosofia em saldos

A Gradiva tem novo site. E atenção que os livros da Filosofia Aberta estão praticamente todos a preços de saldo. E bons preços. Começo já a pensar nas compras de natal, sobretudo no Nagel, bom e barato para os mais jovens.
Ver aqui: https://www.gradiva.pt/index.php?q=N/BOOKSCOLLECTION/92&col=21

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Oferta de emprego em filosofia


Não sei bem como estão as coisas para os professores contratados, mas segundo algumas informações, na Região Autónoma da Madeira aparecem ofertas públicas com horários completos para as quais não aparecem candidatos. No ano passado chegaram a aceitar, segundo ouvi dizer – dados não confirmados – licenciados em Psicologia para leccionar no grupo 410. A todos os interessados em busca de um início de carreira, consultem com regularidade as ofertas públicas neste site. Vejam em "Docentes" as ofertas públicas que vão sendo publicadas com muita frequência no início de cada ano lectivo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Derrida para o povo

Este fim de semana estive com este livro na mão e pareceu-me ser de leitura acessível e agradável, ao mesmo tempo que vai iniciando o leitor na filosofia. E é uma edição curiosa, já que se apresenta como um livro de iniciação à filosofia pegando em autores pouco dados à clareza, como Derrida ou Heidegger. O autor vem da universidade de Oxford. Não o comprei ainda, mas ficou na lista para compras até ao Natal.
Mais pormenores AQUI.

domingo, 19 de setembro de 2010

Cinema e Filosofia


A partir do blog A dúvida metódica, descobri que o colega Carlos Café tem um novo blog dedicado ao cinema e filosofia. Pessoalmente gosto muito de cinema (apesar de não ser um devoto) mas sempre defendi que não preciso dos filmes nas minhas aulas de filosofia. Talvez seja preconceito meu, mas nunca vi exemplos significativos de como o cinema possa ajudar nas aulas de filosofia. Por outro lado, creio que a filosofia pode ajudar a compreender melhor o cinema, mas isso porque a filosofia nos ajuda a compreender melhor quase tudo. E acho perfeitamente possível que se criem formas inteligentes de melhor ensinar filosofia com os filmes no meio. E parece ser isso o que propõe Carlos Café com o blog A filosofia vai ao cinema, um blog que promete destruir alguns preconceitos como os meus. 

sábado, 11 de setembro de 2010

Novidade editorial - A ética da Crença

Título: A Ética da Crença
Autor: W. K Clifford / William James / Alvin Plantinga / Desidério Murcho (org.)
ISBN: 978-972-53-0458-7
Págs.: 208
Preço: Euros 12,50
Filosofia

Muitos descrentes pensam que há algo de errado em crer em Deus sem provas; muitos crentes pensam que não há nada de errado. Quem tem razão? Este é o problema central de uma área importante da filosofia da religião chamada «ética da crença». Este livro apresenta três textos sobre o tema: os clássicos de W. K. Clifford e de William James, que deram origem à discussão actual, e um texto de Alvin Plantinga, um dos mais importantes filósofos da religião. O quarto texto, do organizador, fornece os instrumentos necessários para que forme a sua própria opinião, assim como uma análise do conceito de fé. De máximo interesse para professores e para estudantes de Filosofia, e também de Religião, este livro é de leitura obrigatória para qualquer pessoa interessada em reflectir cuidadosamente sobre a crença religiosa.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Arquitectura linguística floreada


Entre as coisas relacionadas com a filosofia e o seu ensino que eu eliminaria com gosto e com muito proveito para a disciplina, estão expressões como:

Expressão em uso:
Substituiria por:
Rede conceptual da acção
A acção
A dimensão ético política – análise e compreensão da experiência convivêncial
Filosofia política
Filosofia moral
Os valores: análise  e compreensão da experiência valorativa
A ética
Dimensão discursiva do trabalho filosófico
Lógica e argumentação
A dimensão social e pessoal: o si mesmo, o outro e as instituições
Filosofia política
Dimensão estética
Filosofia da arte
Dimensão religiosa
Filosofia da religião

Para quê complicar a cabeça de jovens de 15 anos? Há algum ganho em chamar “rede conceptual da acção” em vez de simplesmente “acção”?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Revista Sábado e os erros nos manuais

A revista Sábado desta semana inclui um pequeno artigo sobre os erros nos manuais escolares, para o qual eu dei um contributo que foi resumido a duas linhas. O artigo leva a assinatura de Sara Capelo. Creio que ficou subentendido que o exemplo do silogismo com a Helena Roseta é um erro. De facto, esse apontamento não é da minha responsabilidade e nada se passa de errado com o silogismo e nem sequer é por usar o nome de Helena Roseta que se trata de um erro.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Para aprender: Epistemologia


O que é que temos disponível em língua portuguesa sobre epistemologia e que sirva como introdução geral obedecendo aos critérios mínimos: o rigor possível e a clareza na explicação. É possível que tenhamos por aí mais algumas edições que, ou eu não conheço ou não me lembro neste momento. Do que tenho nas minha prateleiras, recomendo dois estudos:






Jonathan Dancy, Epistemologia contemporânea, Ed. 70



O primeiro destes dois livros não é exclusivamente dedicado à epistemologia, com efeito fornece elementos relevantes para compreender bem e sem grandes complicações, do que trata a epistemologia.
O segundo livro é talvez a melhor e única (???) boa introdução à epistemologia que temos disponível em língua portuguesa. Nalguns momentos tem uma tradução que levanta suspeitas, mas serve perfeitamente para estudo.
Neste momento trata-se de uma área carente de uma refrescante tradução. Ambos os livros são talvez um pouco sofisticados para o leitor neófito, sendo o de Dancy para leituras avançadas mesmo. 

domingo, 29 de agosto de 2010

História da filosofia

Muitas vezes ouço dizer que o mercado de livros de filosofia não é rentável. Mas também é verdade que o campo de edições em filosofia não é assim tão raro, o que pode indicar que dentro do nosso exíguo mercado, ainda vende. E é bom que venda, pois, para o bem e para o mal, como tudo na vida, se vende faz-se mais edições, mas se não vende, não se faz. É por isso que no mesmo ano em que vejo o início (e conclusão, creio) da edição dos 4 excelentes volumes da história da filosofia do Kenny (Gradiva), da Breve história da filosofia moderna do Roger Scruton (Guerra & Paz), é com surpresa que soube da edição de mais uma história da filosofia (D. Quixote), de Jean Francois Pradeau. Não sou adepto da filosofia que se tem feito em frança. Hoje em dia a aposta no autor anglófono é muito  mais acertada. E isto principalmente se o propósito é escrever para o grande público. Em língua inglesa temos melhores obras deste género do que em língua francesa. Talvez a opção editorial não seja das mais adequadas ao fim que se destina. Em qualquer dos casos, é sempre uma alegria quando vejo que o mercado tem lugar para mais uma obra de filosofia.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O FES foi ao cabeleireiro

Há uma mudançazinha no layout do Blog que permite agora adicionar funcionalidades como o acesso directo ao Facebook. Como o layout anterior era trabalhado sobre uma base emprestada esta funcionalidade não aparecia. Espero uma vez mais que seja do agrado de todos. 

Posso provar a existência de deus como provo a minha existência?

Se eu quiser provar a minha existência, que recursos tenho? Posso beliscar-me e, perante a sensação de dor, tentar provar que existo. Mas mesmo isto pode ser posto em causa. Posso, por exemplo, tal como no filme Matrix, estar sujeito a um mega programa que me criou a ilusão que senti dor quando me belisquei, quando nada disso aconteceu na realidade.
É verdade também que arranjamos alguns consensos, ainda que muito frágeis a maioria das vezes, para nos contentarmos com a vida. Os filósofos recorrem a consensos mais elaborados. O eu de Descartes é um desses consensos que tenta provar a minha existência.
E se queremos provar a existência de deus, que recursos temos? Um dos mecanismos de prova empírica mais recorridos é ainda demasiado improvável, que são os milagres. David Hume fez uma exposição interessante para desmontar a questão dos milagres nos Diálogos Sobre Religião Natural.
Será que os mesmos recursos que tenho para provar a minha existência servem para provar a existência de deus? Mas se são diferentes, o que é que faz com que consiga provar a minha existência mas não a de deus?

domingo, 15 de agosto de 2010

Para aprender: Filosofia da Mente

Ocasionalmente ocorre divulgar aqui no blog obras de referência, traduzidas em língua portuguesa que constituam, preferencialmente, um guia de entrada na filosofia. Estas obras dividem-se em áreas temáticas, ou áreas problema. Claro que temos ainda as introduções gerais. É bom fazer o ponto da situação. Faço-o de acordo com os livros que eu próprio tenho e li, e assim é natural que deixe de fora outros livros importantes, mas que eu não li por alguma razão. Desta vez vou aqui destacar três livros acessíveis e que dão umas boas luzes sobre a filosofia da mente. O critério é simplesmente a resposta a uma pergunta completamente pessoal: “O que é que me recomendas ler para em pouco tempo perceber já com algum afinco mas sem linguagem ou pressupostos técnicos e em língua portuguesa sem acordo ortográfico de 2010, a filosofia da mente?”
Seguem as recomendações:


Deniel Dennett, Tipos de mentes, Temas de Debates



John Heil, Filosofia da mente, Piaget



Paul T Sagal, Mente, homem, máquina, Gradiva



segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Nova história da filosofia

Está já disponível nas livrarias o segundo volume, de quatro, da História da Filosofia do Sir Anthony Kenny. Fica aqui a capa desta bela edição.