Num ensaio o
aluno defende uma tese que procura resolver um problema. O ensaio deve ter em
média 2 páginas para o nível do ensino secundário. O professor dá alguns temas
e, dentro desses, alguns problemas, de acordo com a bibliografia disponível e
adequada a este nível de ensino.
Todos os
alunos fazem a defesa oral dos ensaios e, entre 5 e 10 minutos mostram os
argumentos mais relevantes em discussão para o problema apresentado. Para qualquer dos temas são fornecidos textos que mostrem posições contrárias e cabe ao aluno decidir qual a posição mais razoável.
Eis a lista
do que é avaliado no ensaio:
1. O problema é claramente apresentado
2. É mostrada a importância do problema
3. A tese do autor do ensaio é claramente
apresentada
4. São apresentados alguns argumentos
relevantes em favor da teses
5. Apresenta objeções aos argumentos
6. Refuta as objeções
Para além
destes tópicos de avaliação, são considerados outros fatores como:
a. A redação é clara
b. São apresentados exemplos
imaginativos
c. O texto não é mera cópia dos textos
lidos
d. Mostra que compreende bem os problemas
Obs: os ensaios devem ser enviados em formato word para fazer a correção com o corretor do word.
Obs: os ensaios devem ser enviados em formato word para fazer a correção com o corretor do word.
Exemplo de uma cotação dos ensaios:
Apresenta o problema - 5%
Apresenta a tese (ou teses) - 5%
Expõe os argumentos principais da tese - 30%
Apresenta pelo menos uma objeção pertinente - 20%
Apresenta a defesa da objeção - 15%
Desenvolve uma posição pessoal sobre o problema - 10%
Estrutura e comunicação - 15%
Carrega AQUI para acederes a
alguns exemplos de ensaios
Ficam aqui alguns exemplos de ensaios de alunos.
Carlota Gouveia, nº5, 10º30, 2014
EXEMPLO 3:
EXEMPLO 4
Joana
Sousa nº10 Turma:10º30
Ficam aqui alguns exemplos de ensaios de alunos.
EXEMPLO 1:
Será que o aborto é moralmente
correto?
Uma das questões que se discute mais, hoje em dia, é o facto de o aborto ser ou
não moralmente permissível, isto é, se deve ou não ser moralmente permitido.
Antes de analisarmos os prós e contras desta vertente temos que ter em conta o
que é o aborto. O aborto é pois a interrupção voluntária da gravidez,
“expulsando” prematuramente um embrião ou feto do útero da sua mãe, resultando
na sua morte. Este processo é, geralmente, realizado por meio de processos
médicos naturais e seguros.
O aborto é, para além do mais, uma questão fundamental e decisiva, dado que
este implica inevitavelmente a morte. Estamos pois a falar da morte de um
“alguém” em função da vontade ou desejo de outro “alguém” em determinadas
circunstâncias. Por isso mesmo, é importante refletir neste tema algo delicado
que enfrentamos diariamente, a fim de evitarmos contornos graves nesta temática
que envolve vidas.
A meu ver, o aborto devia ser moralmente permitido e aceitável, dado que
devemos respeitar a liberdade das mulheres, e esta só pode ser respeitada se
permitirmos a sua tomada de escolha livre. Logo, eu defendo a proposição que
reitera que: “O aborto devia ser moralmente permitido, porque devemos respeitar
a liberdade das mulheres”. Para justificar esta proposição precisamos de ter
argumentos que a sustentem:
1.O argumento da humanidade do
feto
Relativamente a este argumento todos podemos chegar a uma conclusão: um feto
não é uma pessoa. Para ser uma pessoa, segundo John Locke, é preciso possuir
certas capacidades mentais racionais, como o pensamento, a razão e as memórias
de um passado. Ora, um feto não possui nenhuma das características apresentadas
em cima, logo, não podemos considerar um feto uma pessoa, que, para além de não
ter todas as capacidades mentais requisitadas, também não possui as físicas.
Analisando também que um feto é um ser que não possui consciência de si, nem
exprime a sua vontade, podemos concluir que “eliminar” um feto não pode ser
considerado moralmente errado.
Objeção:
Este argumento enfrenta uma objeção importante que defende que um feto é um ser
humano. E, um ser humano tem uma identidade genética própria. Ora, um feto pode
não possuir todas as capacidades mentais racionais, mas já possui um código
genético próprio que o faz distinguir de todas as outras espécies. Dado isto
podemos defender que “ Matar um ser humano com uma identidade genética própria
é errado. Um feto é um ser humano com uma identidade genética própria. Logo,
matar um feto é errado”.
Contra objeção:
Analisando a principal objeção a este argumento e o facto de o feto possuir uma
identidade genética própria, podemos contrapor, referindo que os animais também
a possuem. No entanto, poucos acham que matar animais inocentes é moralmente
errado, até porque alguns deles, até fazem parte da nossa alimentação diária.
Ora, pelo simples facto de o feto pertencer à nossa espécie, não quer dizer que
tenha mais direitos que os das outras espécies. A espécie, tal como a raça, é
uma característica sem relevância moral, logo, a objeção ao argumento da
humanidade do feto é errada , implausível e indefensável.
2. O argumento dos valores das
mulheres
Neste argumento devemos ter em conta os valores da
mulher enquanto pessoa, como sendo, neste caso, a liberdade e o direito de
escolha. Em primeiro lugar temos que ter em conta que o aborto é realizado por
meio dos melhores processos médicos naturais, sem qualquer consequência para a
mulher envolvida. Importa também perceber que este não é um ato obrigatório nem
proibido, dependendo única e exclusivamente da vontade da mulher ou dos pais
envolvidos, sendo assim respeitada a sua liberdade de escolha. Ora, se é desejo
da mulher não ter a criança, decerto há motivos evidentes que estão por detrás
dessa tomada de escolha, como sendo por exemplo, por razões económicas
(deficitárias), idade precoce e o facto de não estar preparada para assegurar
as melhores condições ao seu filho. Analisando estes casos, em que as condições
económicas são más e/ou o facto de não serem assegurados os melhores meios para
o desenvolvimento estável e equilibrado da criança, há muitas probabilidades da
mesma “se perder” e acabar como “marginal” ou ser abandonada, não contribuindo
para o bom funcionamento da sociedade. As consequências são, portanto, demais
evidentes. Assim, e visto que toda a gente gostaria de viver num mundo
equilibrado e em harmonia, os direitos das mulheres, nomeadamente o direito ao
aborto, deve ser respeitado.
Objeções:
- A primeira objeção que se pode
fazer é a da perspetiva futurista. Esta perspetiva garante-nos que se muita
gente pensar assim, o futuro das próximas gerações não será garantido.
- A segunda objeção é a da
adoção, que defende que nestas circunstâncias em que as crianças são abandonadas,
ou que os pais não têm condições para assegurar o seu desenvolvimento pleno,
elas podem ser enviadas para orfanatos, onde ficam até atingirem a maioridade
ou até serem adotadas. O caso da adoção parece ser o mais plausível, pois as
crianças vão viver com casais que, provavelmente, não conseguem ter filhos e
cuja vontade passa por isso mesmo, possuindo, muitas vezes, excelentes
condições para o seu crescimento equilibrado.
Contra objeções:
Relativamente à perspetiva futurista é um absurdo afirmarmos tal coisa, pois a
taxa de aborto representa e representará sempre uma parcela muito pouco
significativa, comparada com a taxa global de natalidade. Logo, é um absurdo
afirmar que o futuro das próximas gerações estará comprometido. Em relação à
segunda objeção, que fala da adoção, podemos defender que uma criança é sem
dúvida mais feliz conhecendo e convivendo com os seus pais biológicos. Ora,
como seria, se eu ou qualquer pessoa que está a ler perante tal assunto, não
pudesse viver, nem conviver com a companhia dos seus (“verdadeiros”) pais?
Òbviamente que seria muito pior, podendo também de certa forma criar alguns
transtornos na sua cabeça. Logo, apesar das possíveis excelentes condições, uma
criança/jovem nunca poderá ser inteiramente feliz perante esta situação, o que
nos leva a crer que este argumento seja implausível.
Concluindo, na minha ótica, o aborto devia ser moralmente permitido, a fim de
respeitar a liberdade e os direitos da mulher, que é um ser já com consciência
de si, ao contrário de um feto, que não tem consciência de si nem capacidades
para reclamar o direito à vida. Noutras circunstância também, em que a mulher
ou os pais não desejam nem estão preparados para ter a criança, haveria muitas
consequências más aquando do seu desenvolvimento. Logo, para um mundo mais
feliz e equilibrado, o aborto devia ser moralmente permitido.
José Afonso Caiado, nº21, 10º30,
2014
EXEMPLO 2:
Pode a arte ser definida?
Neste ensaio
vou defender a minha posição sobre um dos principais problemas da filosofia da
Arte, que põe em causa a definição da mesma. No passado o conceito de arte
estava bem presente na mente de todos os jovens e adultos, englobando todo o
tipo como: música, teatro, dança, poesia, cinema, pintura e muitos mais. Mas,
nos finais do século XX tudo e mais alguma coisa podia ser uma obra de arte.
Então surgiu a necessidade de criar um conceito capaz de abranger todo o tipo
de arte, como alguns filósofos acreditam. Por outro lado, também existe
filósofos que acreditam que a arte não tem definição, mas neste ensaio vou
demonstrar que esta pode ser definida englobando toda a variedade de obras de
arte existentes.
Teoria
da Forma Significante
Uma das principais teorias a
favor da definição da arte é a Teoria da Forma Significante exposta por Clive
Bell (1881-1964) no seu livro Art. Esta considera que não se deve começar por procurar aquilo
que define uma obra de arte na própria obra, mas sim no sujeito que a aprecia.
Isso não significa que não haja uma característica comum a todas as obras de
arte, mas que podemos identificá-la apenas por intermédio de um tipo de emoção
característico, denominada como emoção estética, que elas, e só elas, provocam
no observador.
Bell
diz que todas as obras de arte genuínas partilham uma qualidade conhecida como
forma significante: frases como “Este quadro é uma verdadeira obra-prima devido
à excecional harmonia das cores e ao equilíbrio da composição”, ou como “Aquele
livro é excelente porque está muito bem escrito e apresenta uma história bem
construída”, exprimem habitualmente a relação entre as características da obra
de arte e não o seu tema específico. Assim podemos considerar um urinol
designado como “A Fonte” de Marcel Duchamp no meio de uma
exposição como uma obra de arte, pois um teórico da forma significante iria
contemplar o contraste das cores, a sua composição e o meio estético em que se
situa, produzindo, então, a tal emoção estética.
Podemos
então tentar obter uma definição de arte com o seguinte argumento:
1-Uma obra é arte
se, e só se, provocar nos apreciadores emoções estéticas.
2- Uma obra é arte se uma característica peculiar provocar uma
emoção no apreciador.
3-Logo, todas as obras que contêm uma característica peculiar
que provoque uma emoção estética no apreciador é considerada uma obra de arte.
Objeções
à Teoria da Forma Significante
Em resposta a esta
teoria existem duas principais objeções:
1-A primeira é a circularidade do argumento, ou seja, conseguir
explicar de maneira convincente em que consiste a tal propriedade comum a todas
as obras de arte, a tal “forma significante”, responsável pelas emoções
estéticas. Bell refere, pensando apenas no caso da pintura, que a forma
significante reside numa certa combinação de linhas e cores. Mas que combinação
é essa e que cores são essas exatamente? E em que consiste a forma significante
na música, na literatura, no teatro? A ideia que fica é que a forma significante
não serve para identificar nada. Não se trata verdadeiramente de uma
propriedade, pois a forma significante na pintura consiste numa certa
combinação de cores e linhas, mas na música, na literatura, no cinema, já não
podem ser as cores e linhas a exemplificar a forma significante. Não temos,
assim, uma propriedade mas várias propriedades.
2- A segunda objeção é a irrefutabilidade que defende que esta teoria não pode
ser refutada. Podemos mostrar que algumas pessoas não sentem qualquer tipo de
emoção perante certas obras que são consideradas arte. Quer dizer que essas
obras podem ser arte para uns e não o ser para outros, pois nem todos temos a
mesma sensibilidade perante arte. Nesse caso qual o critério para diferenciar
um apreciador sensível do insensível? Esta pode ser considerada uma das
principais objeções, pois se uma obra de arte não evoca emoção estética a um
crítico sensível, um teórico da forma significante defenderá que não se trata
de uma obra de arte genuína. Não havendo então qualquer reparo possível que
possa mostrar que esse teórico não tem razão.
Tentativas de
respostas às objeções
Apesar destas
objeções um defensor da forma significante pode tentar defender-se. Observemos
uma possível resposta à primeira objeção:
A objeção da
circularidade diz que Bell apenas refere as características peculiares
referente à pintura deixando os restantes tipo de arte de lado. Mas, no entanto,
esta objeção não está totalmente correta a meu ver, pois a forma significante
pode ser identificada em qualquer tipo de arte. Por exemplo: José Saramago foi galardoado com o
Nobel da Literatura por alguma razão. E que razões foram essas? As razões não
foram apenas as suas experiências e a sua formação, até muito pelo contrário.
Muitos críticos consideram – no um mestre no tratamento da língua portuguesa,
onde apreciam o seu estilo contemporâneo, direto e sensível nos seus livros,
tornando o seu género de escrita único e digno de muitos prémios. Aqui os
críticos avaliaram os seus livros quanto à narração, à sensibilidade, à
estrutura e ao facto de conseguir prender a atenção do leitor. Estas
características são consideradas a forma significante das quais os críticos e
os leitores demonstraram emoções estéticas. Assim, podemos considerar os livros
de Saramago e qualquer outro tipo de literatura arte. Toda a arte tem
significado, quer seja música, teatro, pintura ou dança, porque todas elas,
apesar de terem características diferentes despertam uma emoção estética no
espectador, onde podem variar desde a estrutura de um livro, à combinação de
cores numa pintura, à melodia de uma música ou até às sombras de uma fotografia.
Observemos agora uma
possível resposta à segunda objeção:
A segunda objeção é
de facto plausível, o que torna difícil de objeta-la. Mas no entanto a pergunta
” Como se distingue o crítico sensível do crítico insensível? “ tem que ser
respondida. Podemos dizer que o crítico sensível é aquele que tem mais
capacidade para detetar a forma significante. Podemos também dizer que o
crítico sensível pode ser diferenciado do insensível pela maioria, tomemos como
exemplo o seguinte: Temos uma escultura que representa a natureza e outra que é
apenas sucata. Existem vinte críticos naquela exposição em que não se sabe se
são sensíveis ou insensíveis. Estes críticos tiveram de decidir qual a mais
bela escultura, doze votaram na escultura da sucata e oito na escultura da
natureza. Neste exemplo podemos associar o princípio da maioria, de modo a
concluir que os críticos sensíveis neste caso são os que escolheram a escultura
da sucata, pois doze é a maioria. Esta tentativa de resposta pode ser muito
facilmente objetada, no entanto tinha que ser respondida.
Carlota Gouveia, nº5, 10º30, 2014
EXEMPLO 3:
Será que Deus existe?
Será que podemos provar que
Deus como o conhecemos,único,omnipotente,omnisciente e sumamente bom, existe?
Todos nós já nos deparámos com esta questão. A filosofia da religião é a área filosófica
que se dedica a investigar os fundamentos da crença religiosa. Nesta tese
filosófica vou aprofundar o meu conhecimento da matéria e mostrar os motivos
pela qual não faz qualquer sentido acreditar na existência de Deus.
Um dos argumentos que sustenta
a existência de Deus é o Argumento
Ontológico. Baseia-se num estudo à
priori e não na observação do
mundo e consiste basicamente na redução ao absurdo. Ou seja, Deus existe pois
não seria perfeito se não existisse. Por outras palavras, o argumento tenta
mostrar que a definição consensual de Deus, tanto dos crentes como dos
não crentes, como ser único e ser maior (perfeito) implica a sua
existência, pelo qual seria absurdo não existir. Supondo que é um Deus
perfeito, não existir seria considerado uma imperfeição o que não faria
sentido. O argumento pode ser formulado do seguinte modo:
a) Ou Deus existe só no pensamento ou
Deus existe para além do pensamento e também na realidade
b) Deus existe apenas no pensamento.
c) Se Deus existe só no pensamento,então
podemos conceber um ser maior que Deus (de acordo com a definição consensual
que Deus para ser perfeito precisa de existir.)
d) Podemos conceber um ser maior que
Deus, que para além de existir no pensamento existe na realidade.
e) Mas Deus é por definição o ser maior e
único,por isso não podemos conceber nenhum ser maior que Ele.
f) É falso que Deus só existe no
pensamento.
g) Logo,para além de existir no
pensamento também existe na realidade.
O argumento ontológico tem
sido usado por muitos filósofos, incluindo Descartes, mas nunca conseguiu
convencer muita gente pela sua falta de evidências. Uma das objeções a este
argumento consiste na convicção da existência não ser uma prioridade.
Esta objeção reduz-se à
ideia de que o argumento ontológico sobrevaloriza a existência, ou seja, em vez
de a considerar uma das tantas propriedades de Deus, considera-a como a
fundamental. Para termos a definição de Deus temos que pressupor que ele existe,
de acordo com os apologistas do argumento teológico. O que a objeção indica é
que podemos ter uma definição de alguma coisa sem ela existir, ou seja, uma
definição hipotética.
Outra das objeções que se pode
fazer a este argumento é a das “consequências absurdas”. Esta objeção explica
que se tomássemos o argumento ontológico como verdadeiro então também teríamos
de acreditar em coisas que não existem só porque existem definições explícitas
delas. Se acreditássemos em Deus pelas razões do argumento ontológico então
também teríamos de acreditar nos unicórnios e nos seres fantásticos, os quais
têm uma definição. Este argumento é um mau argumento e não é solido; de outra
maneira não poderia dar lugar a consequências tão obviamente absurdas.
Concluindo: na minha
análise de todos os argumentos contra e a favor, não faz sentido acreditar em
Deus. Se Deus todo-poderoso existe, como pode então deixar haver tanto
sofrimento no mundo? Se Deus existe como ser perfeito então porque nunca o
vemos? Se Deus existe sumamente bom então porque deixa os seus “mensageiros”
usarem a sua palavra para manipularem o povo com o objetivo cego de obter
riqueza?
Se Deus é justo então
porque viola todas as regras de equidade, dando a uns mais que a outros,
fazendo alguns sofrerem mais do que outros? Para mim é um mito, plausível pois
ajuda as pessoas nos seus piores momentos. É mais fácil acreditar que estamos
mal e que algures temos um herói para nos vir salvar do que acreditarmos que o
mal que estamos a passar é realmente o nosso melhor resultado possível do bem.
A religião é baseada na fé
de acreditar num ser que consiga melhorar a nossa vida e torná-la eterna, que
nos dê proteção e segurança.. Também eu tenho fé; fé em mim,no conhecimento,na
ciência… tudo isto é também a fé.
Resumindo, a meu ver as pessoas
continuam a acreditar em Deus não pela ideia em si mas sim pela esperança
que lhes dá. Preferem ser cegos e ter esperança porque na verdade, quem somos
nós sem esperança? Como viveríamos sem ela, como alcançaríamos os nossos
objetivos?
Logo, Deus não existe, é mais uma
tentativa abstrata e menos ridícula e escandalosa para depositar as nossas
esperanças.
Margarida Isabel Vilela Macedo
Ferreira 10º47 nº14
EXEMPLO 4
Será que é moralmente correto
permitir o casamento entre homossexuais e a adoção de crianças por parte de
casais homossexuais?
Este ensaio pretende averiguar os
problemas associados à legalização do casamento entre homossexuais e a adopção
por parte de casais de pessoas do mesmo sexo, ou seja, pretende explicar quais
são os problemas ao permitir que esta legalização aconteça.
Principalmente antigamente,
as pessoas tinham um grande preconceito contra os homossexuais e chamavam até
de “doença” uma pessoa gostar de outra do mesmo sexo. Hoje em dia, a mentalidade
das pessoas está positivamente diferente, as pessoas estão cada vez com a mente
mais “aberta” em relação a este assunto mas há sempre aquelas exceções que
simplesmente recusam-se a mudar de ideias e é por isso que este assunto ainda
não está completamente encerrado.
Pessoalmente, acho que o
casamento entre homossexuais devia ser definitivamente aprovado e a adoção de
crianças pela sua parte permitida pois se os casais heterossexuais podem, os
casais homossexuais também têm esses direitos e não só, se todas as pessoas
podem namorar, casar e ser pais porque é que os homossexuais não podem? Porque
há pessoas “racistas” e preconceituosas que acham que não? Ou seja, a vontade
de impedir a legalização do casamento entre homossexuais e da adopção por parte
de homossexuais deriva, em grande parte, de uma tendência lamentável para
tentar impor aos outros o estilo de vida que consideramos melhor e isto para
mim não faz sentido algum pois eles são tão humanos como todas as outras
pessoas e a sociedade não tem nada que dar a sua opinião sobre o estilo de vida
deles.
Casamento entre homossexuais
Argumento: A homossexualidade é imoral
Muitas pessoas defendem que a
homossexualidade é imoral com base na sua religião e pela maneira que foram
educados, ou seja, com base nas suas crenças e opiniões. Para muitos o que é
diferente, ou é menos comum, torna-se logo imoral.
Objeção:
Nem todas as coisas que são
imorais devem ser proibidas por lei (por exemplo: bater em alguém porque essa
pessoa teve um comportamento desrespeitoso é imoral, mas não deve ser proibido
por lei). Logo, mesmo que a homossexualidade fosse imoral, isso não seria
suficiente para proibir as relações homossexuais ou para deixar de legalizar os
casamentos entre homossexuais.
Argumento: O casamento serve para procriar
Maior parte da sociedade pensa
que porque um casal homossexual não conseguir procriar, que é algo que as
pessoas pensam que é importante e essencial num casamento, eles já não podem
casar.
Objeção:
Se não legalizássemos os
casamentos entre homossexuais porque o casamento serve para procriar então
tínhamos que proibir as pessoas
estéreis de se casar. O problema é que não se pode proibir as pessoas estéreis
de se casar. Logo, este simples facto não impede que os casais homossexuais se
casem.
Argumento: A instituição do casamento
O casamento, nos moldes em que
agora existe, causa dano aos solteiros. Fornecer incentivos fiscais aos
casados, dar-lhes direito de preferência no caso de arrendamento e vantagens
nos impostos e rendas para casais, constitui dano para com os solteiros. Levanta-se agora um problema: devemos
simplesmente defender uma abolição imediata da instituição do casamento, ou
defender que, enquanto isso não aconteça, o casamento entre homossexuais deve
ser legalizado?
Objeção:
Deve-se legalizar o casamento
entre homossexuais, para garantir a igualdade dos heterossexuais e dos
homossexuais perante a lei. O mal decorrente de não tratar os homossexuais e os
heterossexuais de modo igual perante a lei é moralmente pior do que o dano
causado aos solteiros através dos incentivos fiscais, da preferência no
arrendamento concedida e das vantagens nos impostos e nas rendas para casais.
Adoção por parte de homossexuais
Ainda que os casamentos entre
homossexuais devam ser legalizados, porque a intimidade das pessoas só a elas
diz respeito, não lhes deve ser permitido adoptar crianças, porque:
Argumento: A homossexualidade é imoral, e
viver com um casal homossexual pode fazer que a criança se torne homossexual.
Objeção:
Em primeiro lugar, é falso que o
facto de ter pais homossexuais possa levar uma criança a tornar-se homossexual.
Afinal, a maior parte dos homossexuais são filhos de casais heterossexuais, mas
não se tornaram por isso heterossexuais. Em segundo lugar, suponhamos que,
serem educadas por um casal homossexual leva as crianças a tornar-se
homossexuais. E daí? Ser educada por um casal agressivo ou que não saiba cantar
pode levar a que os seus filhos sejam agressivos e não saibam cantar. Será que
essa é uma razão para impedir que esse casal adote crianças? Obviamente que não.
Argumento: Independentemente de a
homossexualidade ser ou não imoral, pode-se ver pelo comportamento de todas as
outras espécies da natureza que as crianças devem ser educadas por um pai e por
uma mãe.
Objeção:
Se não permitíssemos que um casal
homossexual adoptasse uma criança porque as crianças devem ser educadas por um
pai e por uma mãe, então deveríamos retirar a custódia dos filhos aos
divorciados, aos viúvos e aos pais solteiros. Como é óbvio, não devemos fazê-lo.
Argumentação: Mesmo que a homossexualidade não
fosse imoral e que uma criança pudesse ser feliz com um casal homossexual, há
que levar em conta que tal criança seria gozada pelas outras, o que
constituiria uma experiência traumática para esta.
Objeção:
Se uma criança fosse gozada pelas
outras crianças seria razão para que os pais negros não adotassem uma criança
branca? É óbvio que não. Não é difícil imaginar crianças a gozar outras
crianças por terem pais numa cadeira de rodas ou cegos. No entanto, obviamente,
essa não é uma boa razão para impedir que pessoas cegas ou que estejam numa
cadeira de rodas adotem crianças.
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