Ensaios

Num ensaio o aluno defende uma tese que procura resolver um problema. O ensaio deve ter em média 2 páginas para o nível do ensino secundário. O professor dá alguns temas e, dentro desses, alguns problemas, de acordo com a bibliografia disponível e adequada a este nível de ensino.
Todos os alunos fazem a defesa oral dos ensaios e, entre 5 e 10 minutos mostram os argumentos mais relevantes em discussão para o problema apresentado. Para qualquer dos temas são fornecidos textos que mostrem posições contrárias e cabe ao aluno decidir qual a posição mais razoável. 

Eis a lista do que é avaliado no ensaio:
1.      O problema é claramente apresentado
2.      É mostrada a importância do problema
3.      A tese do autor do ensaio é claramente apresentada
4.      São apresentados alguns argumentos relevantes em favor da teses
5.      Apresenta objeções aos argumentos
6.      Refuta as objeções

Para além destes tópicos de avaliação, são considerados outros fatores como:
a.      A redação é clara
b.      São apresentados exemplos imaginativos
c.       O texto não é mera cópia dos textos lidos
d.      Mostra que compreende bem os problemas

Obs: os ensaios devem ser enviados em formato word para fazer a correção com o corretor do word.


Carrega AQUI para acederes a alguns exemplos de ensaios

Ficam aqui alguns exemplos de ensaios de alunos.

EXEMPLO 1:

Será que o aborto é moralmente correto?

            Uma das questões que se discute mais, hoje em dia, é o facto de o aborto ser ou não moralmente permissível, isto é, se deve ou não ser moralmente permitido. Antes de analisarmos os prós e contras desta vertente temos que ter em conta o que é o aborto. O aborto é pois a interrupção voluntária da gravidez, “expulsando” prematuramente um embrião ou feto do útero da sua mãe, resultando na sua morte. Este processo é, geralmente, realizado por meio de processos médicos naturais e seguros.
            O aborto é, para além do mais, uma questão fundamental e decisiva, dado que este implica inevitavelmente a morte. Estamos pois a falar da morte de um “alguém” em função da vontade ou desejo de outro “alguém” em determinadas circunstâncias. Por isso mesmo, é importante refletir neste tema algo delicado que enfrentamos diariamente, a fim de evitarmos contornos graves nesta temática que envolve vidas.
            A meu ver, o aborto devia ser moralmente permitido e aceitável, dado que devemos respeitar a liberdade das mulheres, e esta só pode ser respeitada se permitirmos a sua tomada de escolha livre. Logo, eu defendo a proposição que reitera que: “O aborto devia ser moralmente permitido, porque devemos respeitar a liberdade das mulheres”. Para justificar esta proposição precisamos de ter argumentos que a sustentem:

1.O argumento da humanidade do feto
            Relativamente a este argumento todos podemos chegar a uma conclusão: um feto não é uma pessoa. Para ser uma pessoa, segundo John Locke, é preciso possuir certas capacidades mentais racionais, como o pensamento, a razão e as memórias de um passado. Ora, um feto não possui nenhuma das características apresentadas em cima, logo, não podemos considerar um feto uma pessoa, que, para além de não ter todas as capacidades mentais requisitadas, também não possui as físicas. Analisando também que um feto é um ser que não possui consciência de si, nem exprime a sua vontade, podemos concluir que “eliminar” um feto não pode ser considerado moralmente errado.
Objeção:
            Este argumento enfrenta uma objeção importante que defende que um feto é um ser humano. E, um ser humano tem uma identidade genética própria. Ora, um feto pode não possuir todas as capacidades mentais racionais, mas já possui um código genético próprio que o faz distinguir de todas as outras espécies. Dado isto podemos defender que “ Matar um ser humano com uma identidade genética própria é errado. Um feto é um ser humano com uma identidade genética própria. Logo, matar um feto é errado”.
Contra objeção:
            Analisando a principal objeção a este argumento e o facto de o feto possuir uma identidade genética própria, podemos contrapor, referindo que os animais também a possuem. No entanto, poucos acham que matar animais inocentes é moralmente errado, até porque alguns deles, até fazem parte da nossa alimentação diária. Ora, pelo simples facto de o feto pertencer à nossa espécie, não quer dizer que tenha mais direitos que os das outras espécies. A espécie, tal como a raça, é uma característica sem relevância moral, logo, a objeção ao argumento da humanidade do feto é errada , implausível e indefensável.

2. O argumento dos valores das mulheres
            Neste argumento devemos ter em conta os valores da mulher enquanto pessoa, como sendo, neste caso, a liberdade e o direito de escolha. Em primeiro lugar temos que ter em conta que o aborto é realizado por meio dos melhores processos médicos naturais, sem qualquer consequência para a mulher envolvida. Importa também perceber que este não é um ato obrigatório nem proibido, dependendo única e exclusivamente da vontade da mulher ou dos pais envolvidos, sendo assim respeitada a sua liberdade de escolha. Ora, se é desejo da mulher não ter a criança, decerto há motivos evidentes que estão por detrás dessa tomada de escolha, como sendo por exemplo, por razões económicas (deficitárias), idade precoce e o facto de não estar preparada para assegurar as melhores condições ao seu filho. Analisando estes casos, em que as condições económicas são más e/ou o facto de não serem assegurados os melhores meios para o desenvolvimento estável e equilibrado da criança, há muitas probabilidades da mesma “se perder” e acabar como “marginal” ou ser abandonada, não contribuindo para o bom funcionamento da sociedade. As consequências são, portanto, demais evidentes. Assim, e visto que toda a gente gostaria de viver num mundo equilibrado e em harmonia, os direitos das mulheres, nomeadamente o direito ao aborto, deve ser respeitado.
Objeções:
- A primeira objeção que se pode fazer é a da perspetiva futurista. Esta perspetiva garante-nos que se muita gente pensar assim, o futuro das próximas gerações não será garantido.
- A segunda objeção é a da adoção, que defende que nestas circunstâncias em que as crianças são abandonadas, ou que os pais não têm condições para assegurar o seu desenvolvimento pleno, elas podem ser enviadas para orfanatos, onde ficam até atingirem a maioridade ou até serem adotadas. O caso da adoção parece ser o mais plausível, pois as crianças vão viver com casais que, provavelmente, não conseguem ter filhos e cuja vontade passa por isso mesmo, possuindo, muitas vezes, excelentes condições para o seu crescimento equilibrado.
Contra objeções:
            Relativamente à perspetiva futurista é um absurdo afirmarmos tal coisa, pois a taxa de aborto representa e representará sempre uma parcela muito pouco significativa, comparada com a taxa global de natalidade. Logo, é um absurdo afirmar que o futuro das próximas gerações estará comprometido. Em relação à segunda objeção, que fala da adoção, podemos defender que uma criança é sem dúvida mais feliz conhecendo e convivendo com os seus pais biológicos. Ora, como seria, se eu ou qualquer pessoa que está a ler perante tal assunto, não pudesse viver, nem conviver com a companhia dos seus (“verdadeiros”) pais? Òbviamente que seria muito pior, podendo também de certa forma criar alguns transtornos na sua cabeça. Logo, apesar das possíveis excelentes condições, uma criança/jovem nunca poderá ser inteiramente feliz perante esta situação, o que nos leva a crer que este argumento seja implausível.

            Concluindo, na minha ótica, o aborto devia ser moralmente permitido, a fim de respeitar a liberdade e os direitos da mulher, que é um ser já com consciência de si, ao contrário de um feto, que não tem consciência de si nem capacidades para reclamar o direito à vida. Noutras circunstância também, em que a mulher ou os pais não desejam nem estão preparados para ter a criança, haveria muitas consequências más aquando do seu desenvolvimento. Logo, para um mundo mais feliz e equilibrado, o aborto devia ser moralmente permitido.

José Afonso Caiado, nº21, 10º30, 2014

EXEMPLO 2:


Pode a arte ser definida?
 Neste ensaio vou defender a minha posição sobre um dos principais problemas da filosofia da Arte, que põe em causa a definição da mesma. No passado o conceito de arte estava bem presente na mente de todos os jovens e adultos, englobando todo o tipo como: música, teatro, dança, poesia, cinema, pintura e muitos mais. Mas, nos finais do século XX tudo e mais alguma coisa podia ser uma obra de arte. Então surgiu a necessidade de criar um conceito capaz de abranger todo o tipo de arte, como alguns filósofos acreditam. Por outro lado, também existe filósofos que acreditam que a arte não tem definição, mas neste ensaio vou demonstrar que esta pode ser definida englobando toda a variedade de obras de arte existentes.
Teoria da Forma Significante
Uma das principais teorias a favor da definição da arte é a Teoria da Forma Significante exposta por Clive Bell (1881-1964) no seu livro Art. Esta considera que não se deve começar por procurar aquilo que define uma obra de arte na própria obra, mas sim no sujeito que a aprecia. Isso não significa que não haja uma característica comum a todas as obras de arte, mas que podemos identificá-la apenas por intermédio de um tipo de emoção característico, denominada como emoção estética, que elas, e só elas, provocam no observador.
Bell diz que todas as obras de arte genuínas partilham uma qualidade conhecida como forma significante: frases como “Este quadro é uma verdadeira obra-prima devido à excecional harmonia das cores e ao equilíbrio da composição”, ou como “Aquele livro é excelente porque está muito bem escrito e apresenta uma história bem construída”, exprimem habitualmente a relação entre as características da obra de arte e não o seu tema específico. Assim podemos considerar um urinol designado como “A Fonte” de Marcel Duchamp no meio de uma exposição como uma obra de arte, pois um teórico da forma significante iria contemplar o contraste das cores, a sua composição e o meio estético em que se situa, produzindo, então, a tal emoção estética.
Podemos então tentar obter uma definição de arte com o seguinte argumento:
1-Uma obra é arte se, e só se, provocar nos apreciadores emoções estéticas.
2- Uma obra é arte se uma característica peculiar provocar uma emoção no apreciador.
3-Logo, todas as obras que contêm uma característica peculiar que provoque uma emoção estética no apreciador é considerada uma obra de arte.

Objeções à Teoria da Forma Significante
Em resposta a esta teoria existem duas principais objeções:
1-A primeira é a circularidade do argumento, ou seja, conseguir explicar de maneira convincente em que consiste a tal propriedade comum a todas as obras de arte, a tal “forma significante”, responsável pelas emoções estéticas. Bell refere, pensando apenas no caso da pintura, que a forma significante reside numa certa combinação de linhas e cores. Mas que combinação é essa e que cores são essas exatamente? E em que consiste a forma significante na música, na literatura, no teatro? A ideia que fica é que a forma significante não serve para identificar nada. Não se trata verdadeiramente de uma propriedade, pois a forma significante na pintura consiste numa certa combinação de cores e linhas, mas na música, na literatura, no cinema, já não podem ser as cores e linhas a exemplificar a forma significante. Não temos, assim, uma propriedade mas várias propriedades.
2- A segunda objeção é a irrefutabilidade que defende que esta teoria não pode ser refutada. Podemos mostrar que algumas pessoas não sentem qualquer tipo de emoção perante certas obras que são consideradas arte. Quer dizer que essas obras podem ser arte para uns e não o ser para outros, pois nem todos temos a mesma sensibilidade perante arte. Nesse caso qual o critério para diferenciar um apreciador sensível do insensível? Esta pode ser considerada uma das principais objeções, pois se uma obra de arte não evoca emoção estética a um crítico sensível, um teórico da forma significante defenderá que não se trata de uma obra de arte genuína. Não havendo então qualquer reparo possível que possa mostrar que esse teórico não tem razão.
Tentativas de respostas às objeções
Apesar destas objeções um defensor da forma significante pode tentar defender-se. Observemos uma possível resposta à primeira objeção:
A objeção da circularidade diz que Bell apenas refere as características peculiares referente à pintura deixando os restantes tipo de arte de lado. Mas, no entanto, esta objeção não está totalmente correta a meu ver, pois a forma significante pode ser identificada em qualquer tipo de arte. Por exemplo: José Saramago foi galardoado com o Nobel da Literatura por alguma razão. E que razões foram essas? As razões não foram apenas as suas experiências e a sua formação, até muito pelo contrário. Muitos críticos consideram – no um mestre no tratamento da língua portuguesa, onde apreciam o seu estilo contemporâneo, direto e sensível nos seus livros, tornando o seu género de escrita único e digno de muitos prémios. Aqui os críticos avaliaram os seus livros quanto à narração, à sensibilidade, à estrutura e ao facto de conseguir prender a atenção do leitor. Estas características são consideradas a forma significante das quais os críticos e os leitores demonstraram emoções estéticas. Assim, podemos considerar os livros de Saramago e qualquer outro tipo de literatura arte. Toda a arte tem significado, quer seja música, teatro, pintura ou dança, porque todas elas, apesar de terem características diferentes despertam uma emoção estética no espectador, onde podem variar desde a estrutura de um livro, à combinação de cores numa pintura, à melodia de uma música ou até às sombras de uma fotografia.
Observemos agora uma possível resposta à segunda objeção:
A segunda objeção é de facto plausível, o que torna difícil de objeta-la. Mas no entanto a pergunta ” Como se distingue o crítico sensível do crítico insensível? “ tem que ser respondida. Podemos dizer que o crítico sensível é aquele que tem mais capacidade para detetar a forma significante. Podemos também dizer que o crítico sensível pode ser diferenciado do insensível pela maioria, tomemos como exemplo o seguinte: Temos uma escultura que representa a natureza e outra que é apenas sucata. Existem vinte críticos naquela exposição em que não se sabe se são sensíveis ou insensíveis. Estes críticos tiveram de decidir qual a mais bela escultura, doze votaram na escultura da sucata e oito na escultura da natureza. Neste exemplo podemos associar o princípio da maioria, de modo a concluir que os críticos sensíveis neste caso são os que escolheram a escultura da sucata, pois doze é a maioria. Esta tentativa de resposta pode ser muito facilmente objetada, no entanto tinha que ser respondida.

Carlota Gouveia, nº5, 10º30, 2014


EXEMPLO 3:

Será que Deus existe?
 Será que podemos provar que Deus como o conhecemos,único,omnipotente,omnisciente e sumamente bom, existe? Todos nós já nos deparámos com esta questão. A filosofia da religião é a área filosófica que se dedica a investigar os fundamentos da crença religiosa. Nesta tese filosófica vou aprofundar o meu conhecimento da matéria e mostrar os motivos pela qual não faz qualquer sentido acreditar na existência de Deus.
 Um dos argumentos que sustenta a existência de Deus é o Argumento Ontológico. Baseia-se num estudo à priori e não na observação do mundo e consiste basicamente na redução ao absurdo. Ou seja, Deus existe pois não seria perfeito se não existisse. Por outras palavras, o argumento tenta mostrar que a definição consensual de Deus, tanto dos crentes como dos  não crentes, como ser único e ser maior (perfeito) implica a sua existência, pelo qual seria absurdo não existir. Supondo que é um Deus perfeito, não existir seria considerado uma imperfeição o que não faria sentido. O argumento pode ser formulado do seguinte modo:
a)    Ou Deus existe só no pensamento ou Deus existe para além do pensamento e também na realidade
b)    Deus existe apenas no pensamento.
c)     Se Deus existe só no pensamento,então podemos conceber um ser maior que Deus (de acordo com a definição consensual que Deus para ser perfeito precisa de existir.)
d)    Podemos conceber um ser maior que Deus, que para além de existir no pensamento existe na realidade.
e)    Mas Deus é por definição o ser maior e único,por isso não podemos conceber nenhum ser maior que Ele.
f)     É falso que Deus só existe no pensamento.
g)    Logo,para além de existir no pensamento também existe na realidade.
 O argumento ontológico tem sido usado por muitos filósofos, incluindo Descartes, mas nunca conseguiu convencer muita gente pela sua falta de evidências. Uma das objeções a este argumento consiste na convicção da existência não ser uma prioridade.
 Esta objeção reduz-se à ideia de que o argumento ontológico sobrevaloriza a existência, ou seja, em vez de a considerar uma das tantas propriedades de Deus, considera-a como a fundamental. Para termos a definição de Deus temos que pressupor que ele existe, de acordo com os apologistas do argumento teológico. O que a objeção indica é que podemos ter uma definição de alguma coisa sem ela existir, ou seja, uma definição hipotética.




Outra das objeções que se pode fazer a este argumento é a das “consequências absurdas”. Esta objeção explica que se tomássemos o argumento ontológico como verdadeiro então também teríamos de acreditar em coisas que não existem só porque existem definições explícitas delas. Se acreditássemos em Deus pelas razões do argumento ontológico então também teríamos de acreditar nos unicórnios e nos seres fantásticos, os quais têm uma definição. Este argumento é um mau argumento e não é solido; de outra maneira não poderia dar lugar a consequências tão obviamente absurdas.
 Concluindo: na minha análise de todos os argumentos contra e a favor, não faz sentido acreditar em Deus. Se Deus todo-poderoso existe, como pode então deixar haver tanto sofrimento no mundo? Se Deus existe como ser perfeito então porque nunca o vemos? Se Deus existe sumamente bom então porque deixa os seus “mensageiros” usarem a sua palavra para manipularem o povo com o objetivo cego de obter riqueza?
 Se Deus é justo então porque viola todas as regras de equidade, dando a uns mais que a outros, fazendo alguns sofrerem mais do que outros? Para mim é um mito, plausível pois ajuda as pessoas nos seus piores momentos. É mais fácil acreditar que estamos mal e que algures temos um herói para nos vir salvar do que acreditarmos que o mal que estamos a passar é realmente o nosso melhor resultado possível do bem.
 A religião é baseada na fé de acreditar num ser que consiga melhorar a nossa vida e torná-la eterna, que nos dê proteção e segurança.. Também eu tenho fé; fé em mim,no conhecimento,na ciência… tudo isto é também a fé.
Resumindo, a meu ver as pessoas continuam a acreditar em Deus não pela  ideia em si mas sim pela esperança que lhes dá. Preferem ser cegos e ter esperança porque na verdade, quem somos nós sem esperança? Como viveríamos sem ela, como alcançaríamos os nossos objetivos?
Logo, Deus não existe, é mais uma tentativa abstrata e menos ridícula e escandalosa para depositar as nossas esperanças.

Margarida Isabel Vilela Macedo Ferreira 10º47 nº14       



EXEMPLO 4


Será que é moralmente correto permitir o casamento entre homossexuais e a adoção de crianças por parte de casais homossexuais?
Este ensaio pretende averiguar os problemas associados à legalização do casamento entre homossexuais e a adopção por parte de casais de pessoas do mesmo sexo, ou seja, pretende explicar quais são os problemas ao permitir que esta legalização aconteça.
 Principalmente antigamente, as pessoas tinham um grande preconceito contra os homossexuais e chamavam até de “doença” uma pessoa gostar de outra do mesmo sexo. Hoje em dia, a mentalidade das pessoas está positivamente diferente, as pessoas estão cada vez com a mente mais “aberta” em relação a este assunto mas há sempre aquelas exceções que simplesmente recusam-se a mudar de ideias e é por isso que este assunto ainda não está completamente encerrado.
Pessoalmente, acho que o casamento entre homossexuais devia ser definitivamente aprovado e a adoção de crianças pela sua parte permitida pois se os casais heterossexuais podem, os casais homossexuais também têm esses direitos e não só, se todas as pessoas podem namorar, casar e ser pais porque é que os homossexuais não podem? Porque há pessoas “racistas” e preconceituosas que acham que não? Ou seja, a vontade de impedir a legalização do casamento entre homossexuais e da adopção por parte de homossexuais deriva, em grande parte, de uma tendência lamentável para tentar impor aos outros o estilo de vida que consideramos melhor e isto para mim não faz sentido algum pois eles são tão humanos como todas as outras pessoas e a sociedade não tem nada que dar a sua opinião sobre o estilo de vida deles.

Casamento entre homossexuais
Argumento: A homossexualidade é imoral
Muitas pessoas defendem que a homossexualidade é imoral com base na sua religião e pela maneira que foram educados, ou seja, com base nas suas crenças e opiniões. Para muitos o que é diferente, ou é menos comum, torna-se logo imoral.

Objeção:
Nem todas as coisas que são imorais devem ser proibidas por lei (por exemplo: bater em alguém porque essa pessoa teve um comportamento desrespeitoso é imoral, mas não deve ser proibido por lei). Logo, mesmo que a homossexualidade fosse imoral, isso não seria suficiente para proibir as relações homossexuais ou para deixar de legalizar os casamentos entre homossexuais.


Argumento: O casamento serve para procriar
Maior parte da sociedade pensa que porque um casal homossexual não conseguir procriar, que é algo que as pessoas pensam que é importante e essencial num casamento, eles já não podem casar.

Objeção:
Se não legalizássemos os casamentos entre homossexuais porque o casamento serve para procriar então tínhamos que proibir as pessoas estéreis de se casar. O problema é que não se pode proibir as pessoas estéreis de se casar. Logo, este simples facto não impede que os casais homossexuais se casem.

Argumento: A instituição do casamento
O casamento, nos moldes em que agora existe, causa dano aos solteiros. Fornecer incentivos fiscais aos casados, dar-lhes direito de preferência no caso de arrendamento e vantagens nos impostos e rendas para casais, constitui dano para com os solteiros. Levanta-se agora um problema: devemos simplesmente defender uma abolição imediata da instituição do casamento, ou defender que, enquanto isso não aconteça, o casamento entre homossexuais deve ser legalizado?

Objeção:
Deve-se legalizar o casamento entre homossexuais, para garantir a igualdade dos heterossexuais e dos homossexuais perante a lei. O mal decorrente de não tratar os homossexuais e os heterossexuais de modo igual perante a lei é moralmente pior do que o dano causado aos solteiros através dos incentivos fiscais, da preferência no arrendamento concedida e das vantagens nos impostos e nas rendas para casais.  

Adoção por parte de homossexuais
Ainda que os casamentos entre homossexuais devam ser legalizados, porque a intimidade das pessoas só a elas diz respeito, não lhes deve ser permitido adoptar crianças, porque:

Argumento: A homossexualidade é imoral, e viver com um casal homossexual pode fazer que a criança se torne homossexual.

Objeção:
Em primeiro lugar, é falso que o facto de ter pais homossexuais possa levar uma criança a tornar-se homossexual. Afinal, a maior parte dos homossexuais são filhos de casais heterossexuais, mas não se tornaram por isso heterossexuais. Em segundo lugar, suponhamos que, serem educadas por um casal homossexual leva as crianças a tornar-se homossexuais. E daí? Ser educada por um casal agressivo ou que não saiba cantar pode levar a que os seus filhos sejam agressivos e não saibam cantar. Será que essa é uma razão para impedir que esse casal adote crianças? Obviamente que não.

Argumento: Independentemente de a homossexualidade ser ou não imoral, pode-se ver pelo comportamento de todas as outras espécies da natureza que as crianças devem ser educadas por um pai e por uma mãe.

Objeção:
Se não permitíssemos que um casal homossexual adoptasse uma criança porque as crianças devem ser educadas por um pai e por uma mãe, então deveríamos retirar a custódia dos filhos aos divorciados, aos viúvos e aos pais solteiros. Como é óbvio, não devemos fazê-lo.

Argumentação: Mesmo que a homossexualidade não fosse imoral e que uma criança pudesse ser feliz com um casal homossexual, há que levar em conta que tal criança seria gozada pelas outras, o que constituiria uma experiência traumática para esta.

Objeção:
Se uma criança fosse gozada pelas outras crianças seria razão para que os pais negros não adotassem uma criança branca? É óbvio que não. Não é difícil imaginar crianças a gozar outras crianças por terem pais numa cadeira de rodas ou cegos. No entanto, obviamente, essa não é uma boa razão para impedir que pessoas cegas ou que estejam numa cadeira de rodas adotem crianças.




                                                                                                             Joana Sousa  nº10  Turma:10º30                                                                       


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