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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Ciência e dogmatismo


"Podemos reger-nos pelo dogma ou pela descoberta. O dogma (da palavra grega que significa opiniões recebidas que «parecem boas») bem pode procurar uniformizar as pessoas (como é a intenção implícita do dogma religioso, sendo religio um termo latino que significa «unir»), mas na verdade, na medida em que tem de ser adoptado com base em fé, acaba por dividir a humanidade entre um nós fiel e um outro suspeito. A descoberta científica poderia ter dividido o mundo, mas em vez disso revelou que todos os seres humanos são parentes (uns dos outros e de todos os outros seres vivos) num universo onde estrelas e estrelas-do-mar obedecem às mesmas leis físicas. Assim, à medida que os seres humanos passam do dogma à descoberta, vão percebendo cada vez melhor que habitam um só mundo.Esta evolução cria a expectativa de que, à medida que a influência da ciência for aumentando, as pessoas possam vir a ultrapassar velhos preconceitos e provincianismos e tratar-se umas às outras com mais liberalidade. Em certa medida, isso está já a acontecer (o mundo hoje é mais científico e mais liberal, mais bem informado e menos violento do que era há três séculos), mas estas mudanças trouxeram também consigo novos problemas.Os dogmáticos, religiosos ou políticos, reagem contra a ciência e o liberalismo com todos os meios ao seu alcance, da negação e da tentativa de supressão (por exemplo, do ensino da evolução biológica) ao terrorismo. As democracias liberais respondem muitas vezes a estas ameaças com insegurança em vez de força, revertendo em momentos de dificuldade para práticas antiliberais pouco melhores que as dos seus adversários. Entretanto, as descobertas científicas vão pondo em causa as ideias feitas que todos temos, enquanto a evolução da tecnologia vai criando problemas complexos (com o aquecimento global actualmente no topo da lista), que se não forem adequadamente abordados ameaçam anular grande parte dos progressos que a nossa espécie fez tão recentemente
(…) os cientistas tem uma história de descoberta para contar; os dogmáticos, uma história de obediência à autoridade."


Timothy Ferris, Ciência e Liberdade, Democracia, Razão e Leis da Natureza, Gradiva, Trad. Ana Sanpaio, pp.425,426 e 427

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Porque é que a filosofia é tão íntima da ciência?


Alguns alunos meus pensam que a ciência é muito distinta da filosofia. Eu não penso assim. Na verdade durante a maioria da história da ciência não existia qualquer distinção. Newton chamou aos seus escritos Filosofia Natural. E era assim que a ciência era conhecida. O erro de alguns alunos consiste em pensar que na filosofia todas as questões são inconclusivas. E isso não é inteiramente verdade. Acontece que os métodos de conclusão em filosofia exigem procedimentos diferentes dos da ciência. Em ciência exploramos a realidade directamente para compreender melhor. Em filosofia exploramos as razões, os raciocínios ou argumentos. Estes são a realidade a explorar para os filósofos. Com um pouco de paciência vale a pena ver o vídeo deste post de Brian Green, um físico teórico famoso, com alguns livros traduzidos entre nós. Digo um pouco de paciência pois Green fala em teorias complexas, como a das cordas. Mas vale sobretudo a pena porque nele compreendemos que só vale a pena fazer perguntas quando não temos ainda resposta para elas e, acima de tudo, que no coração da ciência, tal como no da filosofia, habitam mais perguntas que respostas. Sem confundir as partes, não há filosofia sem ciência, nem ciência sem filosofia.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ouvir a ciência, Carlos Fiolhais


Uma conversa muito interessante sobre ciência no programa Prova Oral, com o físico Carlos Fiolhais. Uma boa oportunidade para aprender mais um pouco de ciência. Ouvir AQUI

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Filosofia da ciência


Não dispomos ainda em língua portuguesa de Portugal de uma boa introdução à filosofia da ciência que seja ao mesmo tempo actual, acessível e informativa. Assim, a bibliografia base tem de passar pelo acesso a obras em outras línguas. Entre as que conheço e disponho, estas são as melhores.


John Losee, Introdução à filosofia da Ciência, Terramar, 1998, Trad. Carlos Lains
Trata-se de uma panorâmica histórica sobre a evolução das ideias em ciência, desde a antiguidade aos nossos dias



A F Chalmers,What is this thing called science?, Hacket, 1999
Há tradução brasileira desta obra e seria uma interessante escolha pelos editors portugueses. Ao contrário do livro de John Loose, aqui a abordagem é temática e não histórica



Um pequenino livro de cerca de 140 páginas que, tal como a de Chalmers, é temática. É um volume da colecção Very Short Introductions da Oxford University Press.
Para cada um destes livros clicar no nome para aceder às recensões críticas ou partes da obra e conhecer um pouco melhor. 

sábado, 3 de dezembro de 2011

O que se descobre com a matemática?


Hoje mesmo comprei o último livro de Jorge Buesco. Começei a ler este autor por sugestão de alguns amigos e tenho todos os livros dele lidos. O primeiro capítulo prendeu logo a atenção já que, mais uma vez, são evidentes as preocupações do autor pelo estatuto epistemológico da ciência, assim como a divulgação da ciência ao grande público.

Dentro do livro vinha um folheto desdobrável que fazia divulgação de algumas edições recentes da Gradiva, bem como o plano de edições para a colecção Ciência Aberta para 2012. Confesso que, para ano de afundanços financeiros, a dose é forte e muito apelativa.

Assim, em 2012, para Fevereiro, temos o livro de Nicholas Humphrey, A poeira da alma. Desconheço integralmente este livro, mas já me despertou o interesse pelo que pude ver no Amazon.

Em Março, será mês da BD, ou de colocar a ciência e a filosofia aos quadradinhos com a publicação de Logicomix: uma demanda épica da verdade, um livro que creio em tempos ter falado aqui no blog.

Vamos ter de esperar até Maio de 2012 para ter nas bancas o livro de Timothy Ferris, A ciência da liberdade que reflecte sobre as relações entre ciência, democracia e Razão.

O último livro que me despertou a curiosidade é o de Lee Smolin, O problema da física. Ora o último capítulo deste livro consiste numa explicação de como se faz e funciona a ciência, o que faz dele um alvo para despender mais uns euros. Sairá em Setembro.

Se para muitos 2012 significa férias no estrangeiro suspensas tem aqui um modo mais económico de fazer a sua própria universidade de verão, sem sair de casa.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

E será que a nossa escola anda a fazer isto?

A frequência da escola é essencial para obter uma familiarização mínima com a ciência e as suas apliacações.na escola joga-se quer a possibilidade para seguir uma carreira científica ou de base científica, o que evidentemente só será feito por uma parte da população, quer, sobretudo, a possibilidade de obter uma perspectiva científica do mundo, o que é para todos, na sociedade de hoje, uma condição indispensável de cidadania plena.(p. 56,57)


Em vez de apenas a “namorar”, a escola tem de se “casar” com a ciência, reflectindo a relevância que esta tem na vida de todos nós. Precisamos de mais e melhor ciência na escola. Há, com certeza, a questão da quantidade de tempo que na escola é dedicado à ciência, mas há sobretudo a qualidade de ocupação desse tempo. É preciso, por exemplo, dedicar mais tempo à experimentação e à análise de dados.(p.62)
 Uma sociedade desenvolvida necessita de atrair para a ciência e tecnologias alunos em quantidade e qualidade suficientes. Isso pressupõe o fomento de vocações científicas, o que significa não só vocações para a criação da ciência mas também para a aplicação da ciência na vida prática. (p.63)

Carlos Fiolhais, A ciência em Portugal, FFMS, 2011

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Livros que não vou ler

Não compro todos os livros que gosto. A razão é que não há tempo para os ler a todos e temos de seguir algum critério. Este é um dos livros que folheei hoje numa livraria mas que não comprei nem devo comprar. E fica sempre um vazio quando saem livros como este e eu decido não os levar para casa. Mas fica aqui a sugestão. 

quarta-feira, 3 de março de 2010

Neil DeGrasse Tyson

Este foi a minha mais recente aquisição. São mais de 450 páginas, mas após ter lido as primeiras páginas fiquei com a sensação que poderiam ser bem mais que não me assustava por aí além. Até breve que tenho o tempo muito ocupado e esta obra de Tyson será lida de fio a pavio.