Recentemente um colega colocou-me uma questão sobre alguns
manuais que não abordam na unidade de ética e política o problema da natureza
do estado com John Locke e Aristóteles. A resposta é muito simples, apesar de
alguns professores aparentemente ainda a desconhecer: porque não é um problema
vinculativo, quer no programa
oficial, quer no documento
datado de 2011 com indicações mais precisas sobre os conteúdos a abordar no
exame de filosofia. Esta confusão deriva do facto de se pensar ainda que as Orientações para a
Leccionação da Filosofia estão homologadas. Acontece que essas orientações
foram suspensas em 2006 (ver aqui o
documento oficial que as suspende), pelo que não há qualquer imposição de
conteúdo das mesmas. Sendo assim, alguns autores optaram por outros percursos, enquanto
outros conservaram o mesmo conteúdo outrora vinculado nas orientações. Creio
que seria mais fácil até para um autor não alterar nada e deixar como está. Mas
por outro lado até vejo como positivo aproveitar a liberdade que o programa dá
e traçar um percurso original. Entre esses manuais que optaram por percursos
diferentes e, na minha opinião, que até poupam algum tempo aos professores, são
o Diálogos (Texto Editora), Filosofia 10 (Santillana), 50 Lições (Didáctica) e Razões de Ser (Porto).
Em conclusão, nenhum professor pode em boa fé recusar um
manual (seja ele qual for) baseado no argumento de que não aborda o problema da
natureza do estado.
Obs: dada a limitação de tempo e querendo com alguma urgência
responder a um colega aqui no blogue, não fui verificar os manuais citados.
Fi-lo de cor. Se por acaso errei, agradeço a correcção que farei de imediato.
De memória, são os manuais citados aqueles que optaram por percursos
diferentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário