sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Arquitectura linguística floreada


Entre as coisas relacionadas com a filosofia e o seu ensino que eu eliminaria com gosto e com muito proveito para a disciplina, estão expressões como:

Expressão em uso:
Substituiria por:
Rede conceptual da acção
A acção
A dimensão ético política – análise e compreensão da experiência convivêncial
Filosofia política
Filosofia moral
Os valores: análise  e compreensão da experiência valorativa
A ética
Dimensão discursiva do trabalho filosófico
Lógica e argumentação
A dimensão social e pessoal: o si mesmo, o outro e as instituições
Filosofia política
Dimensão estética
Filosofia da arte
Dimensão religiosa
Filosofia da religião

Para quê complicar a cabeça de jovens de 15 anos? Há algum ganho em chamar “rede conceptual da acção” em vez de simplesmente “acção”?

3 comentários:

Tomás Magalhães Carneiro disse...

Olá Rolando,

parece-me improducente substituir a expressão "rede conceptual da acção" por "acção".
Acho importante o foco na variedade de conceitos que é preciso conhecer para se compreender qualquer conceito filosófico. O conceito de "Acção", neste caso, requer a compreensão dos conceitos de consciência, intencionalidade, agente, etc.
E parece-me que o termo "rede conceptual" é facilmente compreendido pelos alunos (rede de conceitos talvez fosse mais claro).

Só não compreendo por que é que nos programas só se fala da "rede conceptual da acção" e nos temas seguintes não se fala de "rede conceptual da liberdade", "rede conceptual dos valores", "rede conceptual da justiça", etc.

Dessa forma fica a ideia de que só o conceito de "acção" requer o conhecimento dos conceitos que lhe estão mais próximos. (ou, talvez, nem essa ideia fique).

Resumindo, a noção de "rede conceptual" parece-me um bom "instrumento pedagógico" (chamemos-lhe assim) mas que está a ser mal utilizado no programa.
Até porque essa abordagem conceptual aos problemas filosóficos tem um seguimento natural no programa do 11º no capítulo da Lógica e da Argumentação.

Quanto aos outros termos estou de acordo, sobretudo o "si-mesmo" que me "encanita o juízo".

abraço,

Tomás Magalhães Carneiro

Rolando Almeida disse...

De acordo. Acho que a tua observação faz sentido. Se for coerente ao longo de todo o programa até nem se levanta, à partida, grande problema. Mas também é verdade que se podia chamar simplesmente Filosofia da acção.
abraço

António Daniel disse...

Olá, Rolando. Já agora fica aqui o endereço do blogue que disponibilizo aos alunos do 10º ano da minha escola: http://filosofianaesjs.blogspot.com/
Abraço