Se eu quiser provar a minha existência, que recursos tenho? Posso beliscar-me e, perante a sensação de dor, tentar provar que existo. Mas mesmo isto pode ser posto em causa. Posso, por exemplo, tal como no filme Matrix, estar sujeito a um mega programa que me criou a ilusão que senti dor quando me belisquei, quando nada disso aconteceu na realidade.
É verdade também que arranjamos alguns consensos, ainda que muito frágeis a maioria das vezes, para nos contentarmos com a vida. Os filósofos recorrem a consensos mais elaborados. O eu de Descartes é um desses consensos que tenta provar a minha existência.
E se queremos provar a existência de deus, que recursos temos? Um dos mecanismos de prova empírica mais recorridos é ainda demasiado improvável, que são os milagres. David Hume fez uma exposição interessante para desmontar a questão dos milagres nos Diálogos Sobre Religião Natural.
Será que os mesmos recursos que tenho para provar a minha existência servem para provar a existência de deus? Mas se são diferentes, o que é que faz com que consiga provar a minha existência mas não a de deus?
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