sábado, 30 de janeiro de 2010

Uma ideia bizarra


Nos últimos 2 ou 3 anos a palavra crise entrou no nosso quotidiano numa força impensável pelo menos durante toda a década de 90. A crise é económica e arrasta com ela toda uma série de outras crises. Uma das medidas mais populares entre dos governos dos países em crise é a dos cortes nas despesas do Estado. Vamos pensar que vivemos num dilema prático: ou o Estado acaba de vez com o sistema público de saúde, ou o país corre o sério risco de ir à falência. Neste sentido o governo vende o sistema de saúde às seguradoras. Estas enriquecem e pagam tributos significativos ao Estado que assim se salva de uma eminente falência e até começa a dar sérios sinais positivos de crescimento económico. As pessoas passam a ter de contratar seguros de saúde privados. Claro que os mais ricos vão ter uma boa assistência à saúde, mas os mais pobres não podendo pagar grandes seguros vão ter uma saúde mais fragilizada. Pode-se pensar que algo semelhante já existe. Por exemplo, uma pessoa rica no sistema actual faz uma operação da especialidade no imediato, recorrendo a serviços privados ou até indo ao estrangeiro, ao passo que uma pessoa pobre pode ter de esperar anos até ser operada, correndo o risco de agravar seriamente a sua saúde. Mas no sistema actual os serviços mínimos estão assegurados a todos.
O problema é este: imaginando a situação descrita, a da falência do país, deve ainda assim o Estado vender o sistema público de saúde e com isso salvar o país? 

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