Apesar de nada ter a ver com a filosofia e a minha formação em filosofia, não podia deixar em claro o meu pesar sobre o desaparecimento de António Sérgio, um dos homens que, mesmo sem o saber, mais influenciou a minha vida pessoal. António Sérgio foi singular na forma como divulgou as músicas alternativas e o rock mais marginal em Portugal. Ainda hoje guardo gravações que fazia em cassete, quando tinha apenas 15 anos, do mítico Som da Frente, um dos muitos programas que manteve activo na Rádio Comercial de então. Pelas mãos dele conheci discos tão cheios de arte como, só para citar de cor, American Music Club, california, Spaceman 3, Playing with fire, My Bloody Valentine, isn`t anything, entre centenas de outros. No tempo em que a internet e a difusão do conhecimento de massas era uma utopia, foi António Sérgio quem diariamente me trouxe novidades musicais. Cada música divulgada é um pedaço de prazer tão elevado que só tenho mesmo que guardar uma imensa admiração por este homem e pelo trabalho de divulgação que deixou.
4 comentários:
Idem,
O Antonio Sergio tambem me fez companhia muitas noites, ja depois do som da frente.
Os noticiarios designaram-lhe hoje como radialista. Será que se sabe hoje em dia o que isto é? O Antonio fugiu dos novos meios de comunicação, centrando-se na sua especialidade: o som em si, entrelaçado com a sua voz de radio fantastica.
Era a radio de outros tempos: nao so para o transito, mas para encher as madrugadas.
Alguém se lembra da música do genérico do Som da Frente? Sempre desejei saber da sua autoria. Ainda hoje recordo a sua voz que, à noite, funcionava como um recanto do lobo...
Recordo perfeitamente. Era assíduo do programa. Mas não me lembro da autoria do genérico.
Antonio Daniel:
Por muito que te espante a musica do generico era dos Xutos. Foi uma banda apadrinhada pelo proprio antonio sergio. A musica tem o mesmo nome do programa.
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