A filosofia da religião examina criticamente as crenças religiosas fundamentais: a crença de que Deus existe, de que há vida depois da morte, de que Deus sabe, mesmo antes de nascermos, o que iremos fazer, de que a existência do mal é de algum modo consistente com o amor de Deus pelas suas criaturas. Examinar criticamente uma crença religiosa envolve explicar a crença e examinar as razões que se tem apresentado a favor e contra a crença, tendo em vista determinar se há ou não qualquer justificação racional para afirmar que essa crença é verdadeira ou falsa. O nosso objectivo ao levar a cabo este exame não é persuadir ou convencer mas fornecer ao leitor um contacto com o tipo de razões que se tem apresentado a favor e contra determinadas crenças religiosas fundamentais. Ao examinar as crenças religiosas seria desonesto afirmar que as minhas próprias perspectivas acerca destas crenças, e das razões oferecidas a favor ou contra elas, não são visíveis no texto. Certamente que são. Mas tentei apresentar de um modo convincente e cogente as perspectivas de que discordo, como eventualmente fariam os seus mais robustos defensores. E a minha esperança é que o leitor trate os meus próprios juízos do mesmo modo que procurei tratar os juízos de outros: não como ideias para aceitar como verdadeiras, mas como ideias dignas de reflexão séria e exame cuidadoso. Ler com este espírito o livro é entregar-se à própria disciplina para a qual foi concebido como introdução; é filosofar acerca das questões fundamentais na religião.
Da introdução do livro
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