Alguns alunos meus pensam que a ciência é muito distinta da
filosofia. Eu não penso assim. Na verdade durante a maioria da história da
ciência não existia qualquer distinção. Newton chamou aos seus escritos
Filosofia Natural. E era assim que a ciência era conhecida. O erro de alguns
alunos consiste em pensar que na filosofia todas as questões são inconclusivas.
E isso não é inteiramente verdade. Acontece que os métodos de conclusão em
filosofia exigem procedimentos diferentes dos da ciência. Em ciência exploramos
a realidade directamente para compreender melhor. Em filosofia exploramos as
razões, os raciocínios ou argumentos. Estes são a realidade a explorar para os
filósofos. Com um pouco de paciência vale a pena ver o vídeo deste post de
Brian Green, um físico teórico famoso, com alguns livros traduzidos entre nós.
Digo um pouco de paciência pois Green fala em teorias complexas, como a das
cordas. Mas vale sobretudo a pena porque nele compreendemos que só vale a pena
fazer perguntas quando não temos ainda resposta para elas e, acima de tudo, que
no coração da ciência, tal como no da filosofia, habitam mais perguntas que
respostas. Sem confundir as partes, não há filosofia sem ciência, nem ciência
sem filosofia.
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