domingo, 13 de junho de 2010

Coisas dispensáveis


Uma das coisas absolutamente dispensáveis para pensar filosoficamente é objectar dizendo simplesmente: “Ah, isso tem implicações ontológicas mais profundas” sem dizer claramente quais. Esta atitude é verborreia disfarçada de filosofia. Curiosamente este argumento raramente vem de quem supostamente não tem obrigação de saber estas coisas, mas precisamente de pessoas que estudam filosofia em licenciaturas e doutoramentos. Como se é doutor coisa e tal e até se é influente nas revistas da universidade silencia-se o outro alegando simplesmente que as implicações ontológicas da missa ao Domingo de manhã  são muito mais profundas que as de jogar playstation ao Sábado à tarde. O que esta atitude revela destas pessoas é que elas estão interessadas em propagandear ideologia e usam o conhecimento como uma arma de arremesso. Uma parvoíce poucas vezes desmascarada, mas muitas vezes usada.

6 comentários:

Leandro disse...

Perfeita sua colocação!
Lamentavelmente tem sido mais fácil encontrar indivíduos interessados em "marketing" pessoal do que na ampliação do conhecimento.
Sofistas, talvez?

cristina simões disse...

É poucas vezes desmascarada, mas, é isso mesmo. As abstracções servem para filtrar sentimentos, (Arno Gruen, psicanalista), neste caso, de interesse em propagandear ideologia, certamente, de desvalorização e domínio do outro, talvez, e também de incapacidades pessoais.

António Daniel disse...

De longe a playtation tem maior importância ontológica do que a missa ao Domingo.

António Daniel disse...

Rolando, estou no gozo, obviamente.
Abraço

Rolando Almeida disse...

Daniel, ocasionalmente jogo Pro Evolution Soccer e preenche-me mais o ser que a missa, que não me preenche rien. hehe

Rolando Almeida disse...

Cristina,
Muitas vezes digo que gostava de ser psicólogo. O people português é um bom case study :-)