Mas bem triste há-de ser a gente sem outra finalidade na vida que a de fazer filhos sem saber porquê nem para quê. Para continuar a espécie, dizem aqueles que crêem num objectivo final, numa razão última, embora não tenham nenhuma ideia sobre quais sejam e que nunca se perguntaram em nome de quê terá a espécie de continuar como se fosse ela a única e derradeira esperança do universo.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Qual o valor da vida humana?
O problema do mal na existência de deus
Como tu foste livre para deixar que eu matasse a Abel quando estava na tua mão evitá-lo, bastaria que por um momento abandonasses a soberba da infalibilidade que partilhas com todos os outros deuses, bastaria que por um momento fosses realmente misericordioso.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Pensar criticamente não é coisa prática?
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Vale a pena definir filosofia?
domingo, 22 de novembro de 2009
Ensino, o que falta fazer?
Um marciano que descesse à Terra concluiria que Portugal tem um sistema de ensino excelente, que consegue formar talentos matemáticos ainda na adolescência e preparar cientistas jovens. No entanto, se o mesmo marciano resolvesse olhar para as comparações internacionais, nomeadamente para os resultados dos inquéritos TIMSS e PISA, veria que em matemática e nas ciências o nosso sistema de ensino tem problemas muito graves, que se estendem ao ensino da língua e a outras áreas.
O contraste entre os resultados da investigação científica e os do ensino deve ser, em alguma medida, explicável pelas diferentes políticas seguidas nestas duas áreas. Em ciência, optou-se pelo investimento a longo prazo, deu-se prioridade ao saber e fomentou-se a ida dos jovens para países e universidades que lhes ensinaram seriamente a área científica que preferiam. Na educação, insistiu-se que os jovens deveriam "aprender a aprender" e "desenvolver competências". O saber ficou para segundo lugar.
Em ciência, em vez de baixar os níveis de exigência com pretexto na "escola inclusiva", ou nas dificuldades dos mais desfavorecidos, abriram-se oportunidades: quem tivesse talento e força de vontade poderia agarrá-las. Em vez de fazer provas onde o sucesso fosse garantido, privilegiaram-se métodos de avaliação aferidos pela bitola dos melhores do mundo.
Em ciência, privilegiou-se a internacionalização e não se pretendeu desculpar o nosso fraco posicionamento relativo por atrasos estruturais do país ou por condições socioeconómicas desfavorecidas. Apontou-se para cima e disse-se, desde o princípio, que o importante era alcançar resultados reconhecidos nas melhores revistas internacionais. A paróquia ficou para trás.
Em ciência, nenhum ministério pretendeu retirar liberdade aos cientistas para investigarem o que quisessem e pelos métodos que escolhessem. Mas fizeram-se avaliações impiedosas dos resultados, com avaliadores internacionais exigentes. Em educação, pelo contrário, desprezaram-se os programas e as metas, fizeram-se e fazem-se exames que nada avaliam e desculpam-se os insucessos. Ao mesmo tempo, pretende-se controlar ao pormenor os métodos pedagógicos seguidos pelos professores. Em ciência, avaliam-se os resultados e dá-se liberdade nos processos. Em educação, controlam-se os processos e não se avaliam os resultados. Assim, é difícil avançar.
Ler o resto do artigo do Expresso, AQUI.
sábado, 21 de novembro de 2009
O argumento do sonho
a) estou vivo;
b) o racismo é imoral;
Qual das duas é mais verdadeira e que razões temos para pensar que uma é mais verdadeira que a outra?
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Vampiros especistas
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Dia mundial da filosofia
AQUI.
domingo, 15 de novembro de 2009
Filosofia e metodologia
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Finalmente já o temos
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Instrumentalização ideológica
Fico por isso sempre desconfiado sempre que se instrumentaliza o ensino. Do meu ponto de vista, a razão de ser do ensino é o valor intrínseco do que é ensinado. É importante ensinar filosofia, música, biologia, história, arqueologia, engenharia, e tudo o mais, porque essas coisas são importantes e porque muitos alunos têm talento para essas coisas e não o descobrirão se não contactarem com essas coisas na escola. Que essas coisas têm, depois, por vezes, aplicações sociais importantes é óbvio; queremos ter médicos competentes, e políticos, e engenheiros. Mas estaremos a construir sociedades totalitaristas se só houver competência técnica, mas não houver autonomia intelectual. Se das escolas saírem autómatos que sabem repetir, mas não pensar. Que são incapazes de pôr em causa, por si mesmos, as ideias feitas da sua sociedade, partido, religião, classe social ou etnia. Que só sabem repetir fórmulas matemáticas ou da biologia, teses filosóficas ou históricas, ideias sociológicas ou económicas, sendo totalmente incapazes de as pôr em causa.
Desidério Murcho, in. http://criticanarede.com/html/autonomia.html
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Lógica em discussão
A Unidade I&D Lif - Linguagem, Interpretação e Filosofia (Universidade
de Coimbra) vai promover um colóquio internacional subordinado ao tema:
O Lugar da Lógica e da Argumentação nos Programas de Filosofia do
Ensino Secundário
Este decorrerá a 4 e 5 de Dezembro na Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra:
Consulte o Programa:
http://www1.ci.uc.pt/lif/UserFiles/Image/prog_c.pdf
A Inscrição é gratuita e está disponível on-line:
http://www1.ci.uc.pt/lif/UserFiles/Image/ficha.pdf
Não aprecio de todo o programa, mas aprecio e muito a iniciativa. Creio até ser algo urgente a discussão do que se deve e como se deve ensinar na e com a lógica nos programas de filosofia do ensino secundário. E, já agora, deixo aqui a minha sugestão:
- Eliminar definitivamente a lógica aristotélica. Não faz qualquer sentido ensinar uma lógica que tem um âmbito de aplicação muito reduzido quando temos já disponível uma lógica com um âmbito de aplicação muito mais alargado e completa. A lógica aristotélica só tem interesse como história da lógica e não faz qualquer sentido ensiná-la no secundário.
- A lógica, enquanto ferramenta do pensamento crítico, deve ser ensinada no início do percurso e não a meio, pelo que me parece correcta a ideia de a introduzir logo no 10º ano e não no 11º ano.
- Os conteúdos principais a ensinar, seriam: distinção entre argumentos dedutivos e não dedutivos, validade, verdade, inspectores de circunstâncias, negação de proposições, argumentos sólidos e cogentes. Creio também ser necessário ensinar já nesta fase os testes de derivadas.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Snobismo
Publiquei na Crítica um pequeno artigo onde exponho a minha crítica aos snobes e ao prejuízo que trazem para a filosofia.
domingo, 1 de novembro de 2009
António Sérgio
Apesar de nada ter a ver com a filosofia e a minha formação em filosofia, não podia deixar em claro o meu pesar sobre o desaparecimento de António Sérgio, um dos homens que, mesmo sem o saber, mais influenciou a minha vida pessoal. António Sérgio foi singular na forma como divulgou as músicas alternativas e o rock mais marginal em Portugal. Ainda hoje guardo gravações que fazia em cassete, quando tinha apenas 15 anos, do mítico Som da Frente, um dos muitos programas que manteve activo na Rádio Comercial de então. Pelas mãos dele conheci discos tão cheios de arte como, só para citar de cor, American Music Club, california, Spaceman 3, Playing with fire, My Bloody Valentine, isn`t anything, entre centenas de outros. No tempo em que a internet e a difusão do conhecimento de massas era uma utopia, foi António Sérgio quem diariamente me trouxe novidades musicais. Cada música divulgada é um pedaço de prazer tão elevado que só tenho mesmo que guardar uma imensa admiração por este homem e pelo trabalho de divulgação que deixou.