Definições explícitas: um modo de definir algo por meio de
condições necessárias e suficientes. Por exemplo, definir água como h2O é uma
definição explícita, já que ser h2O é tanto necessário como suficiente para
definir água. Definir gato como animal com 4 patas é uma má definição
explícita, já que ter 4 patas é necessário, mas não suficiente para ser gato. Também
usamos muitas vezes definições
implícitas. Neste caso não definimos por meio de condições necessárias e
suficientes, mas pelas características que faz com que compreendamos o que algo
é. Por exemplo, podemos definir azul apontando para um objeto da cor azul.
Por que razão é isto importante? Porque quando queremos
discutir um problema com rigor, temos de definir os conceitos que envolvem o problema. Um exemplo: se estamos a discutir
o problema da existência de Deus temos de definir que Deus pressupomos a existência,
pois podemos estar a falar de Deus de modos muito diferentes. Assim, seguindo o
nosso exemplo, definimos Deus como uma entidade ominipotente, sumamente boa e
ominipresente. E é este Deus que nos propomos a discutir a existência. Como
sabemos há outras conceções de Deus diferentes desta. O primeiro passo para
fazer filosofia é definir os conceitos que vamos usar nos argumentos. Sem definirmos
rigorosamente os conceitos podemos baralhar completamente a discussão. Se queremos
discutir argumentos sobre filosofia da arte, da ciência, religião, etc… temos
sempre de definir cuidadosamente os conceitos. E agora um desafio: será que podemos
ter uma definição explícita (por meio de condições necessárias e suficientes)
de filosofia?
As definições envolvem mais subcategorias, mas para já
interessa somente distinguir entre as explícitas e as implícitas e ter a noção
clara do que estamos a discutir. Agora, se pretendes discutir, por exemplo, o
que é uma ação moralmente correta, primeiro tens de saber definir o que é uma
ação, distinguindo, por exemplo, do que não é uma ação (por vezes é confuso,
acredita) e, depois, o que entendes por correto.
2 comentários:
"ter 4 patas é necessário, mas não suficiente para ser gato."
Mas parece que nem sequer é uma condição necessária ter 4 patas para se ser gato. Um gato com apenas 3 ou 2 patas não deixa de ser gato.
Para fins didáticos o exemplo serve perfeitamente. para uma discussão mais avançada, nem será necessária qualquer pata para ser gato. Nem barriga, nem pêlo.... nem... nem... Passe a brincadeira, quer isto dizer que a discussão se eleva noutra matéria e noutro nível como o problema da identidade, etc...
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