domingo, 11 de outubro de 2015

Definições

Definições explícitas: um modo de definir algo por meio de condições necessárias e suficientes. Por exemplo, definir água como h2O é uma definição explícita, já que ser h2O é tanto necessário como suficiente para definir água. Definir gato como animal com 4 patas é uma má definição explícita, já que ter 4 patas é necessário, mas não suficiente para ser gato. Também usamos muitas vezes definições implícitas. Neste caso não definimos por meio de condições necessárias e suficientes, mas pelas características que faz com que compreendamos o que algo é. Por exemplo, podemos definir azul apontando para um objeto da cor azul.
Por que razão é isto importante? Porque quando queremos discutir um problema com rigor, temos de definir os conceitos que envolvem o problema. Um exemplo: se estamos a discutir o problema da existência de Deus temos de definir que Deus pressupomos a existência, pois podemos estar a falar de Deus de modos muito diferentes. Assim, seguindo o nosso exemplo, definimos Deus como uma entidade ominipotente, sumamente boa e ominipresente. E é este Deus que nos propomos a discutir a existência. Como sabemos há outras conceções de Deus diferentes desta. O primeiro passo para fazer filosofia é definir os conceitos que vamos usar nos argumentos. Sem definirmos rigorosamente os conceitos podemos baralhar completamente a discussão. Se queremos discutir argumentos sobre filosofia da arte, da ciência, religião, etc… temos sempre de definir cuidadosamente os conceitos. E agora um desafio: será que podemos ter uma definição explícita (por meio de condições necessárias e suficientes) de filosofia?

As definições envolvem mais subcategorias, mas para já interessa somente distinguir entre as explícitas e as implícitas e ter a noção clara do que estamos a discutir. Agora, se pretendes discutir, por exemplo, o que é uma ação moralmente correta, primeiro tens de saber definir o que é uma ação, distinguindo, por exemplo, do que não é uma ação (por vezes é confuso, acredita) e, depois, o que entendes por correto. 

2 comentários:

Anónimo disse...

"ter 4 patas é necessário, mas não suficiente para ser gato."
Mas parece que nem sequer é uma condição necessária ter 4 patas para se ser gato. Um gato com apenas 3 ou 2 patas não deixa de ser gato.

Rolando Almeida disse...

Para fins didáticos o exemplo serve perfeitamente. para uma discussão mais avançada, nem será necessária qualquer pata para ser gato. Nem barriga, nem pêlo.... nem... nem... Passe a brincadeira, quer isto dizer que a discussão se eleva noutra matéria e noutro nível como o problema da identidade, etc...