Muitas vezes ouço dizer que o mercado de livros de filosofia não é rentável. Mas também é verdade que o campo de edições em filosofia não é assim tão raro, o que pode indicar que dentro do nosso exíguo mercado, ainda vende. E é bom que venda, pois, para o bem e para o mal, como tudo na vida, se vende faz-se mais edições, mas se não vende, não se faz. É por isso que no mesmo ano em que vejo o início (e conclusão, creio) da edição dos 4 excelentes volumes da história da filosofia do Kenny (Gradiva), da Breve história da filosofia moderna do Roger Scruton (Guerra & Paz), é com surpresa que soube da edição de mais uma história da filosofia (D. Quixote), de Jean Francois Pradeau. Não sou adepto da filosofia que se tem feito em frança. Hoje em dia a aposta no autor anglófono é muito mais acertada. E isto principalmente se o propósito é escrever para o grande público. Em língua inglesa temos melhores obras deste género do que em língua francesa. Talvez a opção editorial não seja das mais adequadas ao fim que se destina. Em qualquer dos casos, é sempre uma alegria quando vejo que o mercado tem lugar para mais uma obra de filosofia.
domingo, 29 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
O FES foi ao cabeleireiro
Há uma mudançazinha no layout do Blog que permite agora adicionar funcionalidades como o acesso directo ao Facebook. Como o layout anterior era trabalhado sobre uma base emprestada esta funcionalidade não aparecia. Espero uma vez mais que seja do agrado de todos.
Posso provar a existência de deus como provo a minha existência?
Se eu quiser provar a minha existência, que recursos tenho? Posso beliscar-me e, perante a sensação de dor, tentar provar que existo. Mas mesmo isto pode ser posto em causa. Posso, por exemplo, tal como no filme Matrix, estar sujeito a um mega programa que me criou a ilusão que senti dor quando me belisquei, quando nada disso aconteceu na realidade.
É verdade também que arranjamos alguns consensos, ainda que muito frágeis a maioria das vezes, para nos contentarmos com a vida. Os filósofos recorrem a consensos mais elaborados. O eu de Descartes é um desses consensos que tenta provar a minha existência.
E se queremos provar a existência de deus, que recursos temos? Um dos mecanismos de prova empírica mais recorridos é ainda demasiado improvável, que são os milagres. David Hume fez uma exposição interessante para desmontar a questão dos milagres nos Diálogos Sobre Religião Natural.
Será que os mesmos recursos que tenho para provar a minha existência servem para provar a existência de deus? Mas se são diferentes, o que é que faz com que consiga provar a minha existência mas não a de deus?
domingo, 15 de agosto de 2010
Para aprender: Filosofia da Mente
Ocasionalmente ocorre divulgar aqui no blog obras de referência, traduzidas em língua portuguesa que constituam, preferencialmente, um guia de entrada na filosofia. Estas obras dividem-se em áreas temáticas, ou áreas problema. Claro que temos ainda as introduções gerais. É bom fazer o ponto da situação. Faço-o de acordo com os livros que eu próprio tenho e li, e assim é natural que deixe de fora outros livros importantes, mas que eu não li por alguma razão. Desta vez vou aqui destacar três livros acessíveis e que dão umas boas luzes sobre a filosofia da mente. O critério é simplesmente a resposta a uma pergunta completamente pessoal: “O que é que me recomendas ler para em pouco tempo perceber já com algum afinco mas sem linguagem ou pressupostos técnicos e em língua portuguesa sem acordo ortográfico de 2010, a filosofia da mente?”
Seguem as recomendações:
Deniel Dennett, Tipos de mentes, Temas de Debates
John Heil, Filosofia da mente, Piaget
Paul T Sagal, Mente, homem, máquina, Gradiva
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Nova história da filosofia
Está já disponível nas livrarias o segundo volume, de quatro, da História da Filosofia do Sir Anthony Kenny. Fica aqui a capa desta bela edição.
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