O dilema de Hume é assim conhecido porque foi apresentado pelo
filósofo David Hume. Antes disso vamos tentar perceber o que é uma teoria
compatível. Por um lado temos a afirmação “há livre arbítrio”. Por outro, a
afirmação “somos livres”. Estas duas afirmações são consistentes se podem ser
as duas verdadeiras (ou as duas falsas, mas para já consideraremos apenas a
verdade). Por isso se diz que são compatíveis. Dito de outro modo, pode ser
verdade que exista livre arbítrio, ao mesmo tempo que é verdade que existe determinismo.
São inconsistentes se a verdade de uma condiciona (implica) a falsidade da
outra. Assim, se for verdade que o livre arbítrio existe, então o determinismo
é falso. Mas se o livre arbítrio for uma ilusão, isto é, falso, então segue-se
que o determinismo é verdadeiro. Em resumo, duas teorias são compatíveis se a
verdade de uma não exclui a verdade da outra. Se exclui, então são
incompatíveis.
Em relação ao problema do livre arbítrio, David Hume
apresenta um dilema que pressupõe que qualquer teoria incompatibilista não é
adequada para resolver o problema. O dilema é apresentado nestes termos:
Se o determinismo for verdadeiro, então aceitamos a
causalidade natural e nesse caso o livre arbítrio é uma ilusão. Mas se o
determinismo for falso, como explicar então as nossas escolhas? De onde
resultam? Parece que sem pressupor uma causalidade que possa explicar as razões
de uma escolha, essa escolha só pode resultar por mero acaso, isto é, só
compreendemos a liberdade se compreendemos as causas que a produz.
Em conclusão, segundo este dilema, quer o determinismo seja
verdadeiro, quer seja falso, parece que o livre arbítrio não existe. Como
resolver então este problema? Hume parece sugerir uma teoria compatibilista. Que
te parece?
Vamos então estudar uma teoria compatibilista, o determinismo
moderado.
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