quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O que é o dilema de Hume?


O dilema de Hume é assim conhecido porque foi apresentado pelo filósofo David Hume. Antes disso vamos tentar perceber o que é uma teoria compatível. Por um lado temos a afirmação “há livre arbítrio”. Por outro, a afirmação “somos livres”. Estas duas afirmações são consistentes se podem ser as duas verdadeiras (ou as duas falsas, mas para já consideraremos apenas a verdade). Por isso se diz que são compatíveis. Dito de outro modo, pode ser verdade que exista livre arbítrio, ao mesmo tempo que é verdade que existe determinismo. São inconsistentes se a verdade de uma condiciona (implica) a falsidade da outra. Assim, se for verdade que o livre arbítrio existe, então o determinismo é falso. Mas se o livre arbítrio for uma ilusão, isto é, falso, então segue-se que o determinismo é verdadeiro. Em resumo, duas teorias são compatíveis se a verdade de uma não exclui a verdade da outra. Se exclui, então são incompatíveis.
Em relação ao problema do livre arbítrio, David Hume apresenta um dilema que pressupõe que qualquer teoria incompatibilista não é adequada para resolver o problema. O dilema é apresentado nestes termos:
Se o determinismo for verdadeiro, então aceitamos a causalidade natural e nesse caso o livre arbítrio é uma ilusão. Mas se o determinismo for falso, como explicar então as nossas escolhas? De onde resultam? Parece que sem pressupor uma causalidade que possa explicar as razões de uma escolha, essa escolha só pode resultar por mero acaso, isto é, só compreendemos a liberdade se compreendemos as causas que a produz.
Em conclusão, segundo este dilema, quer o determinismo seja verdadeiro, quer seja falso, parece que o livre arbítrio não existe. Como resolver então este problema? Hume parece sugerir uma teoria compatibilista. Que te parece?

Vamos então estudar uma teoria compatibilista, o determinismo moderado. 

Sem comentários: