domingo, 2 de outubro de 2011

Validade dedutiva


É recorrente observar esta definição de validade dedutiva: o argumento dedutivo é válido quando as premissas forem verdadeiras e a conclusão também o for. Só que esta definição é incompleta ou mesmo errada. Senão vejamos o seguinte exemplo:

O Rolando Almeida é professor de física e as nuvens são cor-de-rosa
Logo, o Rolando Almeida é professor de física.

Como sabemos o Rolando Almeida é professor de filosofia e não de física e as nuvens não são cor-de-rosa. A premissa é falsa e a conclusão também e ainda assim o argumento é dedutivamente válido, apesar de não ser sólido.
Então como sabemos que o argumento é válido? Vamos imaginar um mundo possível em que o Rolando tenha estudado física e ensine física. Nesse mundo possível também é verdade que as nuvens até são cor-de-rosa. Ora, nesse mundo possível, a premissa é verdadeira. Será que sendo a premissa verdadeira é possível que a conclusão seja falsa? A resposta é obviamente não, pelo que o argumento, apesar de não ser um bom argumento, tem uma forma lógica dedutivamente válida.

Uma observação: com este exercício simples conseguimos também perceber a importância fundamental da imaginação para se fazer filosofia ou ciência, já que para raciocinar com consequência temos de supor aquilo que em filosofia chamamos muitas vezes de mundos possíveis. 

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