Um dos fenómenos mais estranhos para
quem se inicia nos testes de validade dedutiva dos argumentos é constatar que
há argumentos dedutivos que são válidos tendo ao mesmo tempo premissa falsa e
conclusão verdadeira. Deixo aqui um pequeno exemplo:
Platão era grego e Kant americano
Logo, Platão era grego
A premissa é uma conjunção e a
tabela de verdade da conjunção indica que só é verdadeira se ambos os conjuntos
forem verdadeiros. Sabemos que pelo menos um dos conjuntos é falso, pois Kant
não era americano, mas alemão. Vale a pena fazer a demonstração com o inspector
de circunstâncias.
Forma lógica:
P ˄ Q
Logo, P
P Q
|
P ˄ Q
|
P
|
V V
V F
F V
F F
|
V
F
F
F
|
V
V
F
F
|
Pelo inspector facilmente
percebemos que em alguma circunstância, a premissa é verdadeira e a conclusão
falsa, pelo que dedutivamente o argumento é válido. E aqui temos um argumento
dedutivo válido que pode ter uma premissa falsa e uma conclusão verdadeira.
1 comentário:
Olá.
Um pouquinho mais 'estranho' na escala é serem ambas (premissa e conclusão) falsas - neste caso, a conclusão podia também ser Q (em vez de P) - como o inspetor correspondente
pode mostrar - mas que mais rapida e facilmente se vê com uma regra das derivações (a eliminação ou simplificação da conjunção).
Paulo Lopes
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