Será que a motivação para agir não é apenas uma resposta às
nossas emoções inatas? Peter Singer pensa que a razão desempenha um papel
fundamental nas nossas decisões. E também, claro, nas nossas decisões morais. A
base do argumento de Singer neste livro é a seguinte: Se uma ação x produzir um
maior bem para mais pessoas, então é uma ação moralmente correta. E a resposta
de Singer surge sob a forma de um movimento humano, o altruísmo eficaz. De resto
a ideia não é nova para o autor que já a explora desde pelo menos a década de
70. Peter Singer é senão “o”, pelo menos um dos filósofos mais populares da
atualidade. É-o certamente pelos problemas que explora, mas muito mais pela
forma como os pensa e pela clareza com que os transmite. E é também porque a
sua filosofia é de tal modo pública que não falta quem o odeie. Mas é natural
que uma filosofia tornada causa pública produza uma onda irracional de amores e
ódios. Afinal, Sócrates foi condenado à morte exatamente pelas mesmas
irracionalidades.
O maior bem que
podemos fazer, é um dos últimos trabalhos do filósofo de origem
australiana, mas há muitos radicado nos EUA, Princeton. As Edições 70
publicaram o livro em Portugal, numa belíssima edição que ao mesmo tempo renova
a imagem do editor. Para muito melhor. A tradução é de Pedro Elói Duarte que já
nos habituou a um bom trabalho e a edição é de Março de 2016, com prefácio à
edição portuguesa de Pedro Galvão.
1 comentário:
Singer adota uma posição claramente Utilitarista, uma modalidade de utilitarismo.
É curioso o altruísmo associado a esta versão de utilitarismo, que me parece um pouco forçado.
Afinal, não serão as pessoas naturalmente egoístas?
Carlos Silva
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