O relativismo pós moderno invadiu a cultura e os
departamentos universitários. A ideia base (grosso modo) consiste em presumir
que qualquer ideia é verdadeira, dependendo dos contextos racionais nos quais
ela se possa inscrever. Curiosamente a filosofia, pelo menos aquela que se tem
praticado nos meios anglo-saxónicos e a que mais desenvolvimento filosófico tem
proporcionado nas últimas décadas (por muito que isto desagrade aos mais
conservadores), a filosofia analítica, tem resistido a esta investida
relativista. É este debate que, de forma clara, este livro nos traz. Uma leitura
que tem tanto de interessante como de relevante. Tem também a vantagem de
explicar que o relativismo não é o que muitas vezes se fala, pelo menos o relativismo
epistemológico.
Desengane-se quem pensar que vai encontrar neste livro um
ataque pessoal a quem é relativista ou não pensa o mesmo que o autor do texto,
como muitas vezes tem acontecido nas redes sociais e blogosfera. Trata-se de um
texto adulto e maduro, como todos os bons textos, onde o interesse é discutir
ideias e não perfis pessoais dos seus autores. O autor agradece cuidadosamente
a quem, como Rorty, foi capaz de despertar o interesse para a discussão de
alguns argumentos. Numa discussão com interesse intelectual é perfeitamente
natural que se aprecie o argumento X sem, com efeito, ter de concordar com a
conclusão. Alguém pode discordar das conclusões dos argumentos de Plantinga ou
Swinburne (também
com um livro incluído nesta coleção) sem, no entanto, deixar de apreciar a
sofisticação dos seus argumentos. Logo, quem espera deste livro um “dizer mal
de x”, mais vale procurar informação em outros livros que não este. Aqui apresenta-se
uma boa discussão, concorde-se ou não com as conclusões.
Mais informações AQUI. A edição é de Abril de 2015.
Boa leitura
Sem comentários:
Enviar um comentário