segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Será que a premissa "a vida é sagrada" é verdadeira?


Numa aula do 11º ano, hoje ao fim da tarde, pretendi mostrar um argumento válido, mas com premissas menos plausíveis que a conclusão. Uma das premissas gerou uma discussão ainda algo desorganizada, mas muito interessante. A premissa indicava que “a vida é sagrada”. Um aluno chegou a apresentar uma ideia engenhosa: “a vida é tão sagrada para um crente como para um muçulmano ter mais que uma mulher também é sagrado”. As teses dividiram-se para discutir a premissa. Ao passo que alguns alunos defenderam que a premissa é sempre verdadeira, invocando que em causa está sempre em primeiro lugar a preservação da vida, outros achavam que a premissa não pode ser dada como verdadeira. Nesta animada discussão filosófica pouco pude intervir a não ser para gerir a discussão em alguns momentos de maior intensidade. Mas fica aqui o registo para reflexão para os meus alunos. Obviamente que para um crente católico não é difícil encarar a premissa como verdadeira. Mas como é que podemos pensar que a vida é sagrada se não nos importamos com as formigas que todos os dias pisamos e matamos, com os porcos e vacas que comemos nas nossas refeições, com o fiambre das nossas sandwichs, etc..? Pelo menos temos de reformular a premissa deste modo: “ a vida de alguns seres humanos é sagrada”. Será que assim a premissa fica verdadeira? Que acham? 

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