A escolha do Nuno Crato para ME suscita algumas questões. Claro que é expectativa de muitos como é que o novo ministro vai tocar nas questões profissionais dos professores, ponto muito melindrado. Mas, por outro lado, é mais ou menos seguro que abre-se aqui uma porta finalmente a uma revisão séria de currículos e programas de ensino, bem como de exames e rigor na avaliação.
É certo que o primeiro ponto sempre esteve mais na ordem do dia em termos de políticas educativas que o segundo e creio que é aqui que Nuno Crato pode começar por enfrentar os maiores problemas já que estará sujeito a um esquema governativo de sufoco financeiro. Mas não tenho grandes dúvidas que a reforma curricular, bem como reformulação de programas é matéria para mexer e avançar. E para melhor. Nuno Crato tem sido um dos principais rostos de combate às políticas educativas baseadas no populismo político e no baixar da fasquia de exigência. Ainda assim aqui também terá de enfrentar muitas resistências, vindas essencialmente das instaladas ciências educativas mais centradas na sociologia e psicologia da educação do que na cultura do esforço, da ciência. Mas o ponto mais acessível para tocar será, sem dúvida, os programas de ensino.
É certo também que existe muito cepticismo político e tal compreende-se pelo desgaste social a que a política tem sido sujeita, principalmente nos últimos anos, em que passamos a necessitar de viver com maior controlo, mais rigor e mais clareza e verdade. Entre os cépticos muitos certamente adivinharão que Crato não vai poder governar contra o monstro político e ou vai ceder ou vai desistir. A resposta reside na futura coesão parlamentar e, por outro lado, das exigências populares. Uma coisa é certa, a figura de Crato é também recebida para ministro da educação por muitos com uma boa dose de optimismo. E que saída melhor nos resta senão acreditarmos que aqui pode estar uma mudança de conceber a política? Fica aqui este meu pequeno registo para mais tarde recordar e saber do que disse e não disse e do disse que disse.
2 comentários:
Rolando,
Correm rumores (ou serão boatos?) de que esta equipa ministerial se prepara para deixar cair por terra as medidas do anterior ministério em relação à reintrodução do Exame Nacional de Filosofia, como prova opcional de ingresso ao ensino superior. Ignoro se tais rumores têm fundamento.
Cumprimentos
Carlos JC Silva
são boatos. ainda nem tomaram posse .-)
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