terça-feira, 6 de abril de 2010

Perguntas indiscretas

Se o ensino passa a ser obrigatório até ao 12º ano, não pode ser a instituição escola a que mais contribui para excluir jovens da lei geral, chumbando-os. Quer isto significar que cada vez mais a progressão dos alunos é contínua e é o adeus definitivo ao chumbo. Daqui a uns anos já não vamos ouvir mais da boca dos professores “não serve para os estudos, que vá trabalhar”. Vamos certamente ter professores mais proactivos e estas velhas frases vão ser substituídas por outras, tais como: “temos de aplicar a estratégia X para que este aluno consiga atingir os objectivos universais”.
Perante este estado de coisas, a minha pergunta indiscreta é: sendo a progressão contínua, para que raio passam os professores tanto tempo metidos em cada vez mais reuniões de avaliação? É que tal coisa deixa de fazer sentido. Ou estou a ver mal a coisa?

1 comentário:

Dante disse...

Pelo que me é dado perceber a tendência é chumbar cada vez menos alunos. Já se chegou ao cumulo de transitar um aluno com 7 negativas. Parece-me que a estratégia que vai ser seguida é fazer descer de patamar os alunos com vários chumbos. Por exemplo, se está no ensino regular, passa para o profissional, se está no profissional, passa para um CEF, etc...E o nível de exigência, claro, vai sempre diminuindo.Mas, em todo o caso, considero este objectivo da escolaridade obrigatória de 12 anos excessivamente ambicioso. Só vai originar mais falsidade no sistema de ensino.