domingo, 15 de dezembro de 2013

Filosofia e Natal

As aulas terminam na quarta feira. Até lá temos já prontas as avaliações e sobra pelo menos uma aula para cada turma, à exceção do 10º20 que terá ainda duas aulas. É natural que após resolvidas todas as avaliações os alunos estejam já cansados e pouco dispostos a explorar as matérias dos programas de ensino. Mas há muitas formas de se estimular os alunos para uma aula. Assim, após considerar alguns aspetos preparei deste modo a última aula do período:

1.      No 10º 20 como temos ainda duas aulas, vamos apresentar um diálogo, quase em forma de teatro, sobre o livre-arbítrio. É uma excelente forma de consolidar conhecimentos e ao mesmo tempo de oferecer uma aula diferente.

2.      Em todas as outras turmas, bem como a última aula do 10º20 vamos tentar responder a um problema que estará relacionado com as matérias que vamos discutir já em Janeiro. Vamos tentar investigar se é ou não é moralmente errado mentir às crianças sobre o pai natal. Certamente alguns alunos vão defender que sim e outros que não. O que queremos é saber se temos boas razões de um lado e de outro. Esta questão aparece num livro de filosofia de que já vos falei (e que um ou dois alunos até acabaram por comprar) e depois revelarei as respostas de 2 filósofos profissionais a esta pergunta. Para já vamos nós mesmos tentar responder.

3.      Se ainda sobrar tempo vou apresentar alguns tópicos de um livro de filosofia e natal (que deixo a imagem mais abaixo)

Finalmente, são vocês, alunos, que vão avaliar se gostaram ou não destas aulas.


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Música sem cor

A música feita por negros nos Estados Unidos da América está carregada de protesto, de dor, sofrimento, mas também de alegria e felicidade. Os afro-americanos inventaram o blues que eletrizado deu origem ao rock. Inventaram o jazz, um dos estilos musicais mais especiais que a humanidade jamais inventou. Nos meios urbanos inventaram o RAP Hip-Hop. Daqui não se segue que a criatividade seja exclusiva dos negros, mas o seu legado a cantar blues enquanto construíam como escravos as linhas de férreas nos EUA acabaram por nos deixar um legado, um tesouro impressionante. Temos em Portugal um ditado popular que talvez expresse bem esta realidade: “quem canta, seus males espanta”. Hoje em dia talvez não faça qualquer sentido falar em música de negros ou brancos. Felizmente a liberdade acabou com os escravos negros e essa separação deixou de fazer qualquer sentido.

Uma sugestão musical que é no fundo uma herança direta do blues. Um jovem negro americano com um talento na voz de exceção. Chama-se Willis Earl Beal e lançou em 2013 um disco que vale a pena ouvir. Fica uma amostra.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Questões para as próximas aulas. Vamos investigar?

Como é normal, os alunos do secundário, durante a realização de um teste escrito deparam-se com muitas dificuldades filosóficas. Na turma 10º47, a Carina e a Margarida colocaram duas questões interessantes que serão motivo de investigação nas próximas aulas. Assim, preparem-se para estas perguntas:

- O que é um objeto? Um copo é um objeto? E um pensamento? E um valor? O que distingue o objeto copo do objeto valor, se é que há distinção?

- Será que precisamos de ver para acreditar que algo é verdadeiro?

E já sabem, nas próximas aulas vamos precisar muito de um equipamento que não pesa nada, as vossas cabeças a pensar? Ou será que o pensamento tem peso?


Divirtam-se. A pensar. 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Nick Cave e as fadas más

A Margarida, aluna do 10º 47, pediu mais sugestões musicais. Nick Cave é um cantor já com muitos anos de atividade musical. É australiano, mas fez praticamente toda a sua carreira na Europa. Tocou com muitos músicos diferentes na sua banda de acompanhamento, aos quais chamou de Bad Seeds. A primeira fase da carreira de Nick Cave é mais dura, mas a fase posterior é mais suave, com lindas canções. Neste ano Nick Cave And The Bad Seeds lançou mais um disco ao vivo que é um bom punhado de excelentes canções. Fica aqui a amostra. Espero que gostem. Chama-se "No more shall we part" e é a canção que eu ia a ouvir nos auriculares quando a Margarida pediu mais sugestões de boa música. 


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Argumentos a favor do libertismo

“O Libertismo é a perspetiva de que pelo menos algumas das nossas ações são livres porque não estão causalmente determinadas. Segundo esta teoria, as escolhas humanas não estão constrangidas da mesma forma que outros acontecimentos do mundo. Uma bola de bilhar, quando é atingida por outra bola de bilhar, tem de se mover numa certa direção a uma certa velocidade. Não tem escolha. As leis causais determinam rigorosamente o que irá acontecer. Contudo, uma decisão humana não é assim. Neste preciso momento, o leitor pode decidir continuar a ler ou parar de ler. Pode fazer qualquer uma destas coisas e nada o faz escolher uma delas [ou seja, nada o obriga a escolher uma delas]. (…)Esta forma de pensar foi defendida por diversos filósofos e propuseram-se vários argumentos a seu favor.O argumento da experiência. Podemos começar com a ideia de que sabemos que somos livres porque cada um de nós apercebe-se imediatamente de ser livre cada vez que faz uma escolha consciente. Pense novamente no que está a fazer neste momento: ler uma página que está diante de si. Pode continuar a ler ou parar de ler. O que irá fazer? Pense na sensação que tem agora, enquanto pondera estas opções. Não sente constrangimentos. Nada o impede de seguir numa direção nem o força a fazê-lo. A decisão é sua. A experiência de liberdade, poder-se-á dizer, é a melhor prova que podemos ter. (…)O argumento da responsabilidade. O pressuposto de que temos livre-arbítrio está profundamente enraizado nas nossas formas habituais de pensar. Ao reagir a outras pessoas, não conseguimos deixar de as ver como autoras das suas ações. Consideramo-las responsáveis, censurando-as caso se tenham comportado mal e admirando-as caso se tenham comportado bem. Para que estas reações estejam justificadas, parece necessário que as pessoas tenham livre-arbítrio.Outros sentimentos humanos importantes também pressupõem o livre-arbítrio. Alguém que conquista uma vitória ou tem sucesso num exame pode sentir-se orgulhoso, enquanto alguém que desiste ou faz batota pode sentir-se envergonhado. Porém, se as nossas ações se devem sempre a fatores que não controlamos, os sentimentos de orgulho e de vergonha são infundados. Estes sentimentos são uma parte inescapável da vida humana. Assim, mais uma vez, parece inescapável que nos concebamos como livres.”
James Rachels, Problemas da Filosofia, tradução de Pedro Galvão, Gradiva, Lisboa, 2009, pp.183-184 e 189-190.
No blog de Filosofia, Dúvida Metódica, os argumentos são formalizados deste modo:

Podemos resumir o argumento da experiência (por vezes designado argumento da introspecção) deste modo:

Se inúmeras pessoas têm a experiência ou sensação de ser livres, então a crença no livre-arbítrio é verdadeira.
Ora, inúmeras pessoas têm a experiência ou sensação de ser livres.
Logo, a crença no livre-arbítrio é verdadeira.

Podemos resumir o argumento da responsabilidade deste modo:

Se não existisse livre-arbítrio, então não teria sentido responsabilizar as pessoas.
Mas tem sentido responsabilizar as pessoas.
Logo, existe livre-arbítrio.



domingo, 24 de novembro de 2013

Dilema do Prisoneiro e egoísmo


Vamos imaginar que dois sujeitos, o Luís e o Aníbal são acusados injustamente de um crime grave. Um interrogador entra na cela do Luís e pede-lhe que confesse o crime. E diz que vai fazer o mesmo ao Aníbal.

Assim, há 4 resultados possíveis:

1.      Somente o Luís confessa o crime
2.      Somente o Aníbal confessa o crime
3.      Ambos confessam o crime
4.      Nenhum confessa o crime

Agora a proposta é a seguinte: Caso Luís confesse o crime (situação 1), o Luís sairá em liberdade e o Aníbal ficará preso 10 anos. Caso suceda a situação 2, acontece o inverso. Se suceder a situação 3 (ambos confessam), então ficarão ambos presos apenas 8 anos. Se suceder 4, isto é, se nenhum deles confessar, ambos continuarão presos apenas durante 6 meses.
Se analisares bem, claro que 4 é a melhor situação para ambos. Mas como é que Luís e Aníbal agiriam se fossem egoístas racionais? Acontece que se Luís for egoísta racional vai confessar o crime. E o mesmo sucede com Aníbal se for egoísta racional.
O que nos mostra esta experiência mental, é que em certas circunstâncias as pessoas retiram maiores benefícios se não agirem de acordo com o egoísmo racional.

(parte deste texto é inspirado na explicação do manual, Razões de Ser, Porto Ed)

sábado, 23 de novembro de 2013

Dilema do determinismo

Podemos afirmar que a teoria do determinismo começa com um dilema. Um dilema é quando estamos perante dois caminhos sem saber qual devemos escolher. O dilema do livre-arbítrio pode apresentar-se da seguinte forma:

Se o determinismo causal é verdadeiro, então não temos livre-arbítrio.
Por outro lado, se o determinismo é falso, então as nossas ações são aleatórias, consequência do acaso.

Mas se as nossas ações são aleatórias, então, não resultam das nossas deliberações.
Logo, em qualquer dos casos, quer o determinismo seja verdadeiro, quer seja falso, parece que não temos livre-arbítrio.
E agora?

Agora resta-nos estudar as 3 respostas ao problema e analisá-las cuidadosamente. 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Dia Mundial da Filosofia


Determinado pela UNESCO, hoje comemora-se o dia mundial da filosofia. A filosofia é considerada por esta organização como património da humanidade. Mas o melhor que podemos fazer pelo património é preservá-lo. Só há uma forma de preservar este património, fazendo filosofia. Por essa razão deixo aqui uma questão para pensar:

Será que se existisse uma teoria sobre tudo, essa teoria poderia predizer as nossas ações e comportamentos e, nesse caso, não teríamos livre arbítrio?


Há uma resposta a este problema num livro de filosofia que levarei para as aulas e lerei a todos os alunos. 

Na nossa escola fizemos diversas atividades, nomeadamente o video que está a rodar com alguns livros de filosofia escolhidos pelos professores, assim como cartazes e placards com explicações de alguns problemas da filosofia. 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Libertismo


Alguns alunos pensam que o libertismo defende que todas as ações são livres. Tal não é verdade. Senão vejamos: estudaste já que a negação de uma proposição tem de inverter o seu valor de verdade, ou seja, se a proposição a negar for falsa, a sua negação é verdadeira e se a proposição a negar for verdadeira, a proposição negada é falsa.
Agora vejamos o que defendem os deterministas radicais:
Todas as ações estão determinadas

Se negássemos esta afirmação por “Nenhumas ações estão determinadas”, é fácil de ver que ambas podem ser falsas ao mesmo tempo, pelo que a negação que os libertistas fazem do determinismo radical não pode ser “nenhumas ações são determinadas”, mas antes: “algumas ações não são determinadas”. E é exatamente isto que defendem os libertistas. 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Determinismo radical no Sims

Na verdade nunca joguei o Sims, mas sabendo mais ou menos do que que se trata, fiz uma analogia na aula entre o determinismo radical e o jogo Sims. Se o determinismo radical for verdadeiro, comportamo-nos como se fossemos personagens do Sims que pensam que são livres, mas na verdade todas as suas ações estão causalmente determinadas. Claro que não devemos de todo levar esta analogia a sério, pois o determinismo que falamos no problema do livre arbítrio é a causalidade científica.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Peter Singer: O "porquê" e o "como" do altruísmo eficaz

Nas aulas falamos que uma das teorias que procuram explicar a motivação para a ação é o egoísmo psicológico. Duas objeções principais foram apontadas ao egoísmo, a primeira que refere que o prazer que obtemos de praticar determinadas ações é apenas o efeito e não a causa de uma ação. Outra das objeções são as ações que parecem ser verdadeiramente altruístas e não egoístas. Uma das boas formas de compreender o altruísmo é assistir a este pequena palestra do filósofo altruísta Peter Singer. Vale bem a pena.

sábado, 16 de novembro de 2013

Duas sugestões musicais

Deixo aqui duas sugestões musicais, uma bebezinha e outra muitíssimo mais madura. Ambas são boas colheitas. A bebezinha é dos Arctic Monkeys e a adulta é de Anna Calvi. Espero que gostem. 




quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Como fazer filosofia

Vale a pena ler o texto de Nigel Warburton que publicamos no nosso manual on-line. Nesse texto Warburton explica como se faz filosofia, em discussão e não somente a decorar as ideias dos filósofos. Vale a pena ler, pensar e aprender.




Fica o aperitivo:
A filosofia ocidental tem as suas origens na conversação, na discussão cara-a-cara sobre a realidade, o nosso lugar no cosmos e sobre como devemos viver. Começou com um sentimento de mistério, espanto e confusão e com o poderoso desejo de alcançar além das meras aparências para descobrir a verdade ou, se não isso, pelo menos algum tipo de sabedoria ou equilíbrio.

Somos responsáveis pelo que fazemos?

Fica aqui a apresentação que serviu de mote a uma das nossas aulas sobre o livre arbítrio. Trata-se de uma inspiração do filósofo inglês Julian Baggini


Peter van Inwagen sobre o problema do livre arbítrio

Vale a pena ver este vídeo do filósofo Peter Van Inwagen sobre o problema do livre arbítrio. Vimos em algumas aulas este vídeo. A entrevista foi feita pelo professor Aires Almeida.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Uma sugestão musical para os meus alunos

Os Radiohead são uma banda inglesa. Liderados por Tom York tem já um punhado de bons discos publicados. Weird Fishes pertence ao disco In Rainbows. Vale a pena descobri-los pois são uma das bandas da atualidade que melhor conseguiram imprimir intensidade emocional nas suas canções, para além de revelarem um excelente bom gosto estético.

Crença, o que significa em filosofia?

No sentido comum crença significa a pressuposição que algum deus existe ou não. Dizemos: “acredito em Deus” ou “não acredito em Deus”.
Em sentido filosófico, crença implica a atitude proposicional perante o mundo, isto é, a expressão por proposições do que acreditamos sobre o mundo. Expressões como as seguintes expressam crenças:

O planeta terra é redondo
Existem unicórnios
A aula de filosofia é na sala A
Paris é a capital de França
Funchal é a capital da ilha da Madeira

As crenças são expressas em proposições, razão pela qual dizemos que afirmar “Funchal é a capital da ilha da Madeira” é uma proposição verdadeira ou falsa. Não esqueçamos que uma proposição é o conteúdo do que pensamos e que expressamos numa frase declarativa com sentido e tem valor de verdade (pode ser verdadeira ou falsa).

Compreender o que é uma crença é relevante pois é a primeira condição para que haja conhecimento, isto é, para que possamos afirmar que sabemos algo. Claro que a crença, para ser conhecimento, tem de ser verdadeira e precisa de ser justificada, mas sem crença não há, sequer, conhecimento.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Clorofila e resultados dos testes de filosofia

Nesta semana entreguei e fizemos a correção do primeiro teste de filosofia. Alguns alunos deslizaram e não conseguiram classificações positivas. O objetivo é que todos alcancem resultados positivos. Assim, funciona como uma ida ao médico. Quando estamos doentes vamos ao médico. Perante os sintomas o médico diagnostica a doença e aposta numa receita. A aposta da receita é o resultado do conhecimento do médico. E a receita nem sempre resulta. Mas nenhum médico deixa o paciente sem receita. Analogamente o professor tem de passar uma receita para alcançar o êxito. Há múltiplos fatores que concorrem para o resultado num teste, incluindo o fator sorte. Mas mesmo na invariabilidade toda, há alguns pontos que são seguros. Assim, estar atento nas aulas e participar ativamente nas mesmas, bem como ler e estudar são pontos mais seguros do que confiar na sorte cega. Certamente nenhum aluno consegue alcançar classificações altas confiando apenas na sorte.
Nas aulas tracei três pontos que devem ser seguidos por todos alunos para alcançar o êxito. Os dois primeiros são fáceis de conseguir e o último é o mais complicado. Os primeiros são:
1)      Atenção nas aulas
2)      Dedicar pelo menos uma hora de estudo por semana à disciplina
O último é o tal mais complicado:
3)      Mudar a nossa atitude perante o mundo e a própria vida
O ponto 3) é o mais difícil porque o mais certo é que vai chocar com as nossas crenças mais básicas que adquirimos ao longo da nossa vida. O exemplo que dei nas aulas é o que a seguir sintetizo.
Vamos supor que a Joana está no café a beber uma chávena de chá. De repente e sem intenção esbarra com um movimento do braço na chávena e ela cai da mesa e parte. O problema da Joana passa a ser a chávena partida e a chatice de ter de pagar outro chá. Se a Joana mudar o foco da suas crenças pode fazer uma questão mais elaborada: mas por que raio a chávena caiu para o chão? Afinal, porque caem os objetos sempre na direção do chão? Se a Joana quiser a resposta a este problema pode começar a estudar um pouco mais de física, conhecer Newton e saber como funciona a gravidade. E o mesmo acontece com a filosofia. O luís deu um pontapé ao João. O Francisco acha que o Luís fez justiça e a Maria acha que não. E discutem entre si as razões que cada um apresenta para conceber se o Luís foi justo ou não. Mas se quer o Francisco, quer a Maria forem curiosos, vão querer saber o que é que fundamenta as suas razões, isto é, vão querer saber o que é a justiça. E para saber isso vão estudar filosofia. É por isso que o terceiro ponto é o mais complicado, pois exige uma mudança do nosso comportamento no modo como olhamos para o mundo e confiamos nas nossas crenças.
Todos nós possuímos crenças em relação aos problemas básicos, mas nem todos temos curiosidade para ir mais além. Quando vamos mais além, somos movidos pela chave do sucesso, a saber, a paixão que nos move em direção ao conhecimento e à filosofia.

Uma boa estratégia para passar a investigar as questões básicas filosofando é recordarmos as perguntas que fazíamos quando fomos crianças. O exemplo que vos dei foi a pergunta do João Francisco, o meu filho, de 5 anos, quando ainda ontem me perguntou: “pai, por que é que as plantas precisam de água?”. Esta é uma questão científica, mas não tarda nada e o João vai fazer questões filosóficas. Todas as pessoas fazem. Mas nem todas são levadas pelo impulso da curiosidade. Saber o que aconteceu à curiosidade, o que a matou, é já um outro problema. 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O que vamos estudar? Filosofia da ação e livre arbítrio

Neste momento estudamos a ação. Não estamos propriamente a fazer filosofia da ação, mas antes a tentar arranjar uma boa definição de ação que nos permita avançar com alguma segurança para a discussão do problema seguinte, o problema do livre arbítrio.
Assim, começamos por distinguir ações de meros acontecimentos, mesmo que nos tenhamos deparado com algumas situações em que é difícil determinar se estamos perante uma ação ou perante um acontecimento.
De uma forma geral definimos ação como um acontecimento que um agente faz, com intenção. Para determinarmos como saber se uma ação é intencional estabelecemos que tem de obedecer pelo menos a uma descrição verdadeira, isto é, que possamos evidenciar pelo menos uma crença e um desejo de agir, se quisermos, temos de enunciar um motivo. Assim, sabemos que respirar não pode ser uma ação, mas estudar filosofia é uma ação.

Vamos então supor que a Maria está a tocar piano. É simples perceber que tocar piano, ou pelo menos colocar os dedos sobre o piano, é uma ação que a Maria realiza. Vamos imaginar ainda que a Maria acordou os vizinhos com o som produzido pelo seu piano. Será que a Maria praticou uma ou duas ações? O que pensas disto?


Definir a ação vai-nos permitir entrar no problema do livre arbítrio. Se o universo é fisicamente determinado, será que somos livres quando agimos, ou a nossa ação não passa de uma ilusão?
Vamos estudar três respostas a este problema, duas delas incompatibilistas (que defendem que o livre arbítrio é incompatível com o determinismo) e uma delas compatibilista (que defende que o livre arbítrio é compatível com o determinismo)

Incompatibilistas:

·         Determinismo radical
·         Libertismo

Compatibilistas:

·         Determinismo moderado


Estudaremos cada uma destas teorias nas aulas, bem como a sua discussão. 
O vídeo que te é proposto neste post é do filme The Matrix. Nele coloca-se uma situação interessante relacionada com o livre arbítrio. Se puderes ver o filme todo, é interessante. 

sábado, 2 de novembro de 2013

Então e a filosofia não depende da opinião de cada um?


Existe uma ideia que tem tanto de comum como de errada de que a filosofia não se define, pois depende da opinião de cada pessoa. Se o Asdrúbal passar uma rasteira ao Aníbal, algumas pessoas vão pensar que o Asdrúbal foi injusto com o Aníbal e outras vão ainda pensar que o Asdrúbal fez muito bem e foi muito justo, pois o Aníbal andava a merecê-las. Segue-se daí que não exista um conceito de justiça que esteja para além da opinião das pessoas? Claro que não.
Se alguém te dissesse que é cientista e tem uma opinião para resolver um problema, provavelmente acharias estranho, pois sabes bem que as teorias dos cientistas não resultam das opiniões pessoais dos cientistas, mas são o resultado da sua investigação sistemática e do seu estudo com a equipa de cientistas. E o mesmo acontece com a filosofia. O que os filósofos fazem é muito mais do que dar a sua opinião sobre um problema. O que eles fazem é tentar avançar teorias que resolvam problemas. Ora, isto é muitíssimo mais do que dar a sua opinião. Claro que muitas das teorias dos filósofos e dos cientistas para resolver problemas partem das suas próprias opiniões sobre os problemas. Mas fazer teorias é muito mais elaborado que dar opiniões. A diferença é que quase sempre damos opiniões sem estudar, mas não podemos fazer teorias minimamente aceitáveis sem estudar. É talvez por isso que, em ciência, por exemplo, se nos perguntam se deixarmos cair um livro e uma bola de papel ao mesmo tempo, qual é o que cai primeiro, dizemos que é o livro pois é mais pesado. Se fizermos a experiência, o que verificamos é que a nossa opinião estava errada. E o mesmo sucede na filosofia. Se nos perguntarem se os animais têm direitos como têm os seres humanos, dizemos que não. Mas se investigarmos um pouco, estudando cuidadosamente algumas teorias dos filósofos, começamos a pensar que a nossa opinião possa estar errada, pois há boas teorias que nos dão boas razões para pensar o contrário do que era a nossa opinião.
Desfazer esta confusão é essencial senão os alunos que iniciam o seu estudo de filosofia no 10º ano pensam que vão para as aulas apenas dar a sua opinião pessoal sobre os problemas.
A diferença principal que nos interessa aqui saber entre filosofia e ciência, é que ao passo que uma boa teoria em ciência gera consenso na comunidade de cientistas, isso é mais difícil acontecer na filosofia. Em regra temos várias teorias que se disputam entre si. Mas isto não acontece porque os filósofos sejam tipos teimosos e que lhes apetece passar o tempo a contradizer os outros filósofos. Isto acontece porque os problemas da filosofia são difíceis de resolver. É difícil saber, por exemplo, qual a coisa certa a fazer do ponto de vista moral, ou saber se é possível ter uma boa definição de arte, ou saber se os números possuem uma existência real como pensamos que possuem quase todos os outros objectos.
Isto por si só exige um estudo muito sério das teorias dos filósofos e ao mesmo tempo, devagar, começamos também nós próprios a tentar resolver esses problemas. Esta é a natureza da filosofia. Mas para a fazer é preciso muito mais do que nos sentar numa cadeira numa aula de filosofia e dizer a primeira coisa que nos apatece sobre os problemas. Para isso não precisávamos das aulas de filosofia, pois é isso mesmo que fazemos todos os dias na mesa do café com os amigos. Quando estamos a conversar passamos em revista muitos dos problemas da filosofia, isto porque eles são fundamentais para a vida dos seres humanos. Assim, damos opiniões sobre justiça e injustiça, o certo e o errado, o belo e o feio, a existência de divindades, etc. pelo contrário muito raramente falamos da lei da gravidade, ou da massa dos objectos, etc. isto porque a ciência anda à nossa volta, mas não são problemas que preocupem as pessoas no seu dia a dia. Talvez isso seja assim porque não sabemos fazer ciência. Mas sabemos mais ou menos argumentar. E por isso achamos que isso basta para fazer filosofia, como se saber fazer contas bastasse para fazer de nós matemáticos. Tal como em matemática é interessante fazermos exercícios, também o mesmo acontece na filosofia.
Em conclusão: é por isso que a definição de filosofia não depende da opinião de cada um, mas do estudo sistemático e atento da própria filosofia e das teorias dos filósofos. De resto, como aprendeste nas aulas de filosofia podemos não conseguir uma definição explícita (por meio de condições necessárias e suficientes) de filosofia, mas também não temos definições explícitas da maioria das coisas à nossa volta. Daí não se segue que:
a)      Não podemos definir implicitamente a filosofia, fazendo-a, por exemplo.
b)      Não a possamos caracterizar em 2 ou 3 minutos.

Segue-se daqui que é errado pressupor que a filosofia depende da opinião de cada um. 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Sugestão musical com pintura pelo meio

Na década de 60 do século passado, eram os vossos pais praticamente crianças (alguns não tinham mesmo nascido, como eu) e um grupo de jovens muito talentosos criaram uma das mais influentes bandas musicais de todos os tempos, os Velvet Underground. Como estes jovens tinham um gosto desenvolvido pelas artes, convidaram muitas pessoas para participarem nas suas canções. É o caso de Nico, uma modelo que também cantava bem. E convidaram Andy Warhol, um pintor que costuma ser chamado da pai da Arte Pop para, por exemplo, criar a capa do primeiro disco de originais da banda. Hoje em dia esse disco e essa capa é um ícone para muitas pessoas. Se fores a cidades como Londres, Nova Iorque, ou mesmo Lisboa ou Porto, vais cruzar-te com algumas pessoas que vestem uma t-shirt com a famosa banana de Andy Warhol e estará escrito: The Velvet Underground and Nico. No final da semana passada, faleceu um dos músicos que inventou os Velvet Underground, com 71 anos de idade. Chama-se Lou Reed e é uma dos músicos mais extraordinários de toda a música popular do seculo xx. Há ainda um outro fundador dos Velvet Underground que está vivo e é muito criativo. Vale a pena conhecer. Chama-se John Cale e tem uma formação e intuição musical mais clássica que Lou Reed. 

Podes visitar virtualmente o Andy Warhol museu CLICANDO AQUI.

Podes conhecer um pouco mais de Andy Warhol CLICANDO AQUI


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O dilema do trólei


Começamos o ano por compreender o que vamos estudar em filosofia e como o vamos fazer. Para isso estudamos o que é um argumento, o que são proposições e que lugar estas ocupam nos argumentos, o que são argumentos válidos, sólidos e cogentes. Também compreendemos que a natureza dos problemas da filosofia implica a sua tentativa de resolução pela análise crítica e racional, dado tratar-se de problemas a priori e não a posteriori.
Aprendemos a discutir racionalmente argumentos com técnicas como a negação de proposições e os contra exemplos. Há outras técnicas, mas para já basta saber estas. E saber usá-las quando fazemos filosofia.
Após este estudo inicial (e que já não é pouco) partimos para a batalha propriamente dita e começamos a filosofar. Escolhi para um primeiro exemlo, uma discussão em torno do famoso dilema do troley da filósofa britânica Phillipa Foot. Alguns alunos defenderam vivamente a tese do relativismo dos valores que consiste na sua base na defesa de que os valores morais são relativos a cada sociedade. Fizemos algumas objecções ao relativismo. No final ficou uma relevante questão por resolver: e se existir factos morais, mas nós não soubermos disso? Dá que pensar, não dá?

Os meus alunos já compreendem a imagem do post. E que tal colocarem este problema para discussão em família?

Muito obrigado


A Elize Kawauchi foi minha aluna no longínquo ano de estágio profissional na Escola Secundária de Miraflores, em Oeiras. O que dá sentido à existência de um professor são depoimentos como o que ela recentemente fez. É com muita gratidão que faço este post, pois este feedback é muito relevante. Um ser humano que já viveu em vários lugares e países diferentes neste planeta, deve ser muito completo. E eu fico imensamente feliz com a notícia de que fui uma pessoa importante com o que saber que lhe transmiti. Esta é a magia que alimenta milhares de professores neste planeta. Deixo então o depoimento da Elize, escrito em inglês, e o vídeo que ela me enviou. Obrigado


“A lot of people talking about teacher's day on facebook and I usually don't go out writing about each celebratory date they put here, but to me, this is a special one, so bear with me.

I'm not saying this because this is the profession I chose for myself, but I do believe that Teachers are the most important professionals of all. Without them, doctors couldn't be doctors, lawyers couldn't be lawyers, and well... English (as a second language) teachers wouldn't speak English ;)

My special thank you goes to some people that definitely shaped the person I am today, thank you for your patience and your guidance (even if you weren't *my* teacher hihihi)
To my primary school teacher Bela, my 6th grade Portuguese teacher Ana do Ó,Natasja DeschoolmeesterSusana BarretoLurdes GonilhoRolando Almeida andAlda Calado :)”


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Uma actividade para estudares


A fim de te preparares melhor para os testes de filosofia, deixo-te aqui esta atividade que pode ajudar a compreender algumas questões iniciais. Fica como um TPC de filosofia.


A filosofia é uma atividade crítica porque consiste em procurar boas razões (ou seja, bons argumentos) para aceitar ou recusar ideias sobre os problemas.
Mas ser crítico não é «dizer mal». Ser crítico é avaliar cuidadosamente todas as ideias (sejam nossas, dos nossos colegas ou de filósofos famosos) para tentar saber se são verdadeiras (ou, pelo menos, plausíveis). Para isso, temos de estudar essas ideias com imparcialidade.
  Ser crítico é analisar cuidadosa e imparcialmente as ideias para procurar determinar se são verdadeiras ou falsas.
Ser crítico também não é ser extravagante. […] Ser crítico não é dizer «não» só para marcar a diferença. Ser crítico é dizer «sim», «não», ou até «talvez», mas só depois de pensar por si e com base em bons argumentos.
A atitude filosófica opõe-se à atitude dogmática.
  Ser dogmático é recusar-se a analisar cuidadosa e imparcialmente as ideias, declarando-as verdadeiras ou falsas sem boas razões para isso.        
Uma pessoa dogmática recusa-se a avaliar criticamente as suas ideias preferidas; ou finge que o faz mas só aceita argumentos a seu favor ou contra as posições de que gosta.
A filosofia opõe-se ao dogmatismo. É uma atividade crítica e por isso dialogante; consiste em discutir ideias. […] Em filosofia discutimos criticamente para chegar à verdade das coisas, independentemente de saber quem «ganha» a discussão. […]
Porque a filosofia é uma atividade crítica, fazer filosofia implica avaliar cuidadosamente os nossos preconceitos mais básicos. Isto faz da filosofia uma atividade um pouco melindrosa. Em geral, temos tendência para nos agarrarmos acriticamente aos nossos preconceitos, porque organizam a maneira como vemos o mundo e a vida, dando‑nos uma certa sensação de segurança. A filosofia, pelo contrário exige abertura de espírito e disponibilidade para pensar livremente, pondo muitas vezes em causa os nossos preconceitos mais queridos. Mas o que é um preconceito?
  Um preconceito é uma ideia que tomamos como verdadeira sem razões para tal.
[…] O que faz de uma ideia um preconceito não é a sua falsidade, mas sim o facto de nunca termos pensado criticamente nas razões a favor e contra essa ideia.

Questões:
1.                  Por que razão é a filosofia uma atividade crítica?
2.                 O que é o dogmatismo? Explique e dê exemplos.
3.                 O que é um preconceito? Dê alguns exemplos, explicando por que razão são preconceitos.
4.                 Diga se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas e justifique a sua resposta:

                        a) Todos os preconceitos são ideias falsas.
                        b) Alguns preconceitos são ideias falsas.
                        c) Ser crítico é dizer mal dos outros.
                        d) A filosofia opõe-se ao dogmatismo.


Almeida, A., Teixeira, C., Murcho, D., Mateus, P. e Galvão, P. (2007). A Arte de Pensar – Filosofia 10º ano. Lisboa: Didáctica Editora, pp. 23 e 24.


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Começar a fazer filosofia com máquinas de fazer salsichas

Reproduzo aqui o post do ano pasado.


Neste início de aprendizagem de como fazer filosofia é preciso ter em atenção algumas palavras novas que em filosofia adquirem um significado muito preciso. Assim, para começar vamos analisar de forma breve algumas dessas palavras:
Argumento – um argumento também se pode chamar de raciocínio ou inferência e consiste em retirar uma conclusão de certas premissas ou, o que é o mesmo, defender uma tese (conclusão) oferecendo razões para essa defesa.
Vamos imaginar que queremos defender que as touradas são imorais. Podemos argumentar da forma seguinte:
Premissa: Qualquer actividade humana que faça sofrer animais não humanos é imoral
Premissa: As touradas fazem sofrer animais não humanos
Conclusão: Logo, as touradas são imorais


Um argumento tem só uma conclusão, mas pode ter uma ou mais premissas. O exemplo acima mostra um argumento com duas premissas.
O que é característico nos argumentos é que eles preservam a verdade se forem válidos. Num argumento válido, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão também o será.
Os argumentos são como as máquinas de fazer salsichas. Se metermos carne de salsicha, a máquina vai fazer salsichas. Nos argumentos válidos se metermos premissas verdadeiras, vai sair conclusão verdadeira.
Há vários tipos de argumentos. No 11º ano estudarás quer os argumentos dedutivos, quer os indutivos. Para já bastam estas noções iniciais.
Em filosofia vamos sempre trabalhar com argumentos, já que é a ferramenta disponível pelos filósofos para tentarem resolver os problemas filosóficos, que são problemas conceptuais e não empíricos, como viste nas aulas.
Os problemas filosóficos são sempre questões e as respostas são razões que oferecemos para sustentar uma tese. Assim, perante o problema, por exemplo, da filosofia da arte, se é possível ter uma definição de arte, seja a resposta sim ou não, temos de apresentar razões em favor da nossa resposta, que será a conclusão do nosso argumento.
A vantagem do pensamento filosófico, mais que chegar a conclusões, é começar a compreender que muitas das nossas crenças são mal fundamentadas e muitas vezes também inconsistentes umas com as outras.
Crença em filosofia não tem o mesmo sentido que crença no sentido comum, que é a crença em Deus ou numa religião. Do mesmo modo o conceito de massa em física não significa a massa que comemos ao almoço ou o dinheiro que temos para comprar o Fifa 2013.
Duas crenças são consistentes se podem ser ambas verdadeiras, mas são inconsistentes se não podem ser ambas verdadeiras. Por exemplo a crença que o FC Porto é o melhor clube do mundo é consistente com a crença de que se estudar muito tiro boas notas, mas a crença que o FC Porto é o melhor clube do mundo não é consistente com a crença de que o FC Porto não é o melhor clube do mundo, porque uma tem de ser verdadeira e a outra falsa e não podem ser ambas verdadeiras ao mesmo tempo.
Proposição: uma proposição  é o pensamento expresso em frases. Por exemplo a proposição expressa pela frase “a porta está fechada” é a mesma que pela expressa pela frase “the door is closed”. Ora, o que pensamos pode ser verdadeiro ou falso, de acordo com o mundo. Se a porta estiver de facto fechada, então a proposição do exemplo é verdadeira. Não é a frase que é verdadeira ou falsa, mas o que pensamos e que expressamos pela frase é que é verdadeiro ou falso. Não podemos dizer que perguntas, admirações ou frases sem sentido exprimem verdades ou falsidades de pensamento, pelo que na filosofia só nos interessam as frases declarativas com sentido, aquelas que expressam as proposições. Está claro?
Nunca dizemos que os argumentos são verdadeiros ou falsos. Isso seria um erro. As proposições (que no argumento ocupam ora o lugar de premissas ora o lugar de conclusão) é que são verdadeiras ou falsas. Os argumentos são válidos ou inválidos
Um argumento é válido quando se for impossível verdades gerarem falsidades, isto é, se temos verdades nas premissas e o argumento for válido, vamos ter verdade na conclusão. Há outros aspectos a estudar sobre os argumentos, mas para já vamos ficar com estas noções mais básicas que nos servem para seguir em frente.
Os argumentos são centrais na filosofia, pois queremos discutir e defender posições e para o fazer temos de o fazer com rigor. Ora argumentar com rigor é um dos objectivos da disciplina de filosofia. Argumentando bem, treinamo-nos a discutir ideias de forma racional e a evitar o desgaste das gritarias.
Agora, vamos lá fazer salsichas! (Ups! Verdades….)

sábado, 28 de setembro de 2013

Aparência e realidade -- o problema do conhecimento



Este foi o video de Nigel Warburton que vimos na aula. Nele Warburton chama a atenção do que é a verdade e as possibilidades do conhecimento. Warburton cita um texto de Platão, a alegoria da caverna. Se tiveres curiosidade podes ler este texto pois aparece no teu manual nas páginas 32 a 34. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Um fenómeno curioso para partilhar



Há fenómenos na internet muito interessantes. O último que me desperta a curiosidade é a estatística mensal do Filosofia no Ensino Secundário. Ainda o mês não acabou e o número de acessos a partir da Polónia supera o número de acessos no Brasil que, além de ser um país muito maior, é de falantes em português. Ainda estudei pouco os desvios estatísticos da Google para o blogger. Para já, numa primeira impressão, resta-me agradecer aos leitores que a partir da Polónia se têm interessado pelo blog. Tenho duas explicações para isto. Por um lado pode ser algum erro da própria estatística na leitura dos IP`s. Por outro, pode tratar-se de um fenómeno viral. Por exemplo, numa escola de falantes em português o blogue pode ter sido divulgado e alguns alunos passaram a aceder ao blog. Seja como for e a confiar na estatística, resta-me agradecer a atenção dispensada ao conteúdo do FES que corre a passos rápidos para uma década de existência na divulgação da filosofia que se vai ensinando em Portugal e em português.