quinta-feira, 31 de maio de 2018

Formação em lógica proposicional - Madeira

Nos próximos dias 2,3 e 4 de Julho, irei dar uma formação a professores de filosofia sobre lógica proposicional nos programas de filosofia. Inscrições e informação AQUI.


segunda-feira, 14 de maio de 2018

Desigualdades

Hoje mesmo a imprensa em Portugal noticiava que os gestores de empresas ganham muito mais que os trabalhadores base. Harry Frankfurt apresenta neste livrinho, publicado na Gradiva, um excelente argumento para justificar a desigualdade que não necessariamente esta desigualdade que as notícias revelam. 

Pequena bibliografia em português para estudar o problema moral da eutanásia



Peter Singer, Ética Prática
Peter Singer, Ética no Mundo Real
David Oderberg, Ética Aplicada, Uma abordagem não consequencialista
Pedro Galvão, Ética com razões
V/A, Eutanásia









Como compreender o exame de filosofia comparando com a realidade da matemática e da física?

Algumas comparações injustas surgem por vezes em relação ao exame de filosofia. Vou tentar aqui explicar o ponto da situação.. As escolas vão disponibilizando dados estatísticos para que alguns aspetos da realidade se compreendam e melhorem. Ao mesmo tempo o ministério da educação também fornece dados a este respeito. Mas não tenho aqui disponibilidade de tempo para apresentar resultados analisando todos estes dados. Como profissional da área o meu interesse aqui é disponibilizar alguns apontamentos que devem ser tomados em consideração por quem que deseje falar do exame, principalmente quando o compara com outros exames. 

1º Apesar de se manter estável há já uns anos, ainda assim o exame de filosofia é o mais instável de todos, pois é o primeiro a desaparecer quando um governo aprecia pouco os exames e regressa quando um outro governo os aprecia. Comparativamente nenhum governo teria coragem para fazer desaparecer um exame de matemática, mas vários fizeram desaparecer o exame de filosofia. Isto afeta – e de que maneira – a forma como se concebe toda uma estrutura de ensino.

2º Os alunos que fazem o exame de filosofia são em menor número do que os que fazem os exames de física ou de matemática, ainda que esse número venha a aumentar de ano para ano. A razão deste aumento é a consolidação do exame ao longo dos últimos anos. Basta que o exame desapareça durante um ou dois anos para este trabalho demorar outra vez a surtir efeitos no número de inscritos a exame.

3º Os melhores alunos seguem cursos de ciências na procura de futuros profissionais com maior estabilidade. E esses alunos recorrem mais aos exames de física, biologia ou matemática do que de filosofia, ainda que o exame de matemática seja obrigatório para os alunos desses cursos. 

4º Existe um imenso mercado de explicações particulares para matemática e física principalmente. Mas esse mercado é muito tímido para filosofia. Existe ainda pouca experiência de explicadores para filosofia uma vez que dar aulas particulares de filosofia não permite ainda rendimentos como aulas particulares de física ou matemática e daí a falta de interesse nos profissionais de filosofia por esse mercado. Por outro lado ao mesmo tempo que os exames de física e matemática nunca desapareceram, o mesmo não se tem passado com o de filosofia, como expliquei mais acima. 

5º A disciplina de filosofia não tem gozado do prestígio social das disciplinas de matemática ou física. Recordo que ministros anteriores até deram a possibilidade de muitas escolas reajustarem os seus horários, acabando algumas por retirar tempos letivos a disciplinas como filosofia para aumentar tempos a matemática e física. Ou seja, perante o mesmo exame, há no país alunos que se podem propor com uma carga letiva ao longo do ano bem menor que outros, o que até os coloca numa situação de injusta desigualdade. 

6º Muitos alunos começam a preparar o exame de matemática ou física logo no início do ano. Basta conhecer a realidade do mercado de explicações para perceber que as salas estão cheias antes mesmo do ano começar. Mas essa não é ainda a realidade para o exame de filosofia. 

7º Ainda que este aspeto seja transversal a todas as disciplinas de ensino, a média interna não tem de modo algum de corresponder de todo à média de exame. Se por exemplo se usar a medida de 70% internamente para testes e os outros 30% para medir atitudes, trabalhos de grupo, participação oral, etc... isso significa que um aluno com média de testes de 8, por exemplo, pode perfeitamente obter 10 no final do ano. E um aluno de 8 muito provavelmente vai a exame tirar uma nota de 5 ou 7. Além disso, dado que a maioria dos alunos que fazem exame de filosofia não recorrem a explicadores particulares como a maioria dos que fazem de matemática ou física, segue-se que a média dos alunos que fazem exame de filosofia, neste aspeto, seria muito mais próxima da realidade do que a dos alunos que fazem exame de matemática ou física, já que a sua média depende grandemente do mercado de explicações que tem uma dimensão bastante ampla.

Espero que estas notas ajudem a compreender melhor a realidade para desse modo poder comparar o incomparável.  

Novidades também em Banda Desenhada

Duas novidades de assinalar, ambas pela Gradiva. A primeira é uma colectânea de pequeníssimos textos introdutórios que dão uma ideia do que e do como se trata na filosofia ao longo da sua história. A segunda ainda não lhe tomei contacto direto, mas adivinho o seu interesse, pelo menos aqui para o escriba que sempre apreciou os livros em quadradinhos.