sábado, 1 de junho de 2013

As asas do desejo

Vi As asas do Desejo, filme do realizador alemão Wim Wenders, pela primeira vez tinha 16 anos de idade. É um filme extraordinariamente belo. Na altura falei dele ao meu professor de filosofia. Como nas aulas ouvia falar de metafísica disse ao meu professor que no filme havia uma espécie de metafísica invertida. Já não eram pessoas reais que desejavam alcançar uma vida de anjos, mas o contrário, anjos com vida eterna que queriam ser pessoas reais. O filme é uma verdadeira homenagem à vida. Enquanto anjos, o filme é a preto e branco. Enquanto pessoas de carne, o filme adquire cor. O anjo tornado homem apaixona-se por uma trapezista de circo, precisamente um ser humano com asas de anjo. Há um velho que percorre o muro de Berlim com considerações políticas sobre uma europa dividida. E há a biblioteca. E há a música, desde Nick Cave, que chega a aparecer no filme num concerto num bar, até Crime and the City Solution. É um filme invulgar e muito bem filmado. Nunca apreciei muito coisas como “o disco da minha vida” ou “o filme da minha vida”, mas a verdade é que não resisto a afirmar que As asas do desejo é o filme da minha vida. 

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